Capítulo 46

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Your love is scaring me

No one has ever cared for me
As much as you do
Ooh, yeah, I need you here

°•Mateus•°

— Bem. — Dulce se sentou, senti falta do calor. — Vamos logo, você precisa me falar.

Parecia simples, parecia fácil. Não era, não era de maneira alguma. Eu estava irritado, estava assustado. Não queria saber qual iria ser a reação dela, não queria que ela pensasse que eu era uma pessoa quebrada.

— Mateus. — Ela segurou minha mão.

Me sentei, e o sorriso pequeno nos lábios rosados dela, doeu.

— Não sei como falar. — Eu estava envergonhado, abaixei meus olhos para minhas meias de Pato.

— Só me diga o que está errado. Quero te ajudar.

Engoli o gosto de cinzas, suspirei, e contei logo de uma vez:

— Tenho um tumor no cérebro.

Olhei para ela.

Dulce prendeu a respiração, os olhos se arregalaram em surpresa e medo. Vi meu reflexo nas pupilas dilatadas. Senti o sangue nas minhas veias congelar. Dulce apertou minha mão com mais força. Abriu e fechou a boca diversas vezes, não parecia encontrar palavra alguma para falar.

— Você... O quê?

A voz dela estava quebrada. Parecia doer fisicamente em mim. Segurei as duas mãos dela, encarei aqueles olhos azuis que transbordaram água. Senti minhas bochechas úmidas e percebi que estava chorando.

— Me desculpa. — Porque eu não sabia o que falar, não sabia o que fazer.

Dulce passou os braços por cima de meus ombros, senti todo o corpo dela tremendo enquanto ela chorava, o rosto apertado contra meu pescoço. Escondi meu nariz no cabelo dela, apertei os olhos e tentei não chorar. Foi inútil. Estava me agarrando nela com tanta força que pensei que fosse a nachucar, provavelmente estava, mas eu não queria a perder. Tudo era tão bom quando ela estava perto, tudo era tão brilhante, eu não queria perder isso. Não queria perder ela.

— Não, isso não pode ser real, diga que não é real.

— Não posso fazer isso, Dul...

— Não pode ser. Meu Deus não pode ser.

Segurei o rosto dela entre minhas mãos, ela balançou a cabeça.

— Não pode ser, não posso te perder. Você vai ficar bem. Você tem que ficar bem.

— Dul...

— Você vai ficar bem. — Ela afirmou, a voz trêmula. — Vai ficar bem porque precisamos um do outro. Vai ficar bem porque eu preciso de você comigo. Vai ficar bem porque você prometeu. Vai ficar bem porque você é o meu raio de sol e não pode ir embora. Vai ficar bem porque eu te amo.

Eu travei. Pego de surpresa com as últimas palavras. Dulce apoiou a testa na minha, os grandes olhos azuis pareciam tempestuosos, um oceano com um tsunami.

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