°•Lorena°•A sala de aula não era muito grande, e coincidentemente o único lugar vago era atrás de Mateus, então não me importei e me sentei logo. Algumas pessoas me olhavam tentando disfarçar, outras nem disfarçavam. Guilherme estava sentado na fileira do lado, abriu um caderno e começou a copiar algo que estava no celular.
O professor entrou, carregando duas pastas lotadas com papéis, se apresentou como Luke, professor de álgebra. Perguntou se eu queria me apresentar para a sala, eu falei não, ele começou a aula.
Era praticamente final de ano, então acompanhar a matéria realmente era difícil, mas eu tentei meu melhor ainda, tentando escutar tudo que o professor falava com atenção.
Procurei por todas as minhas coisas uma caneta azul, mas maravilhosamente, azul era a única cor de caneta que eu não tinha comprado.
Que escola era essa que não deixa escrever com vermelho?
— Mateus. — Chamei, tentando não falar muito alto, ele se virou. — Tudo bem?
Mateus revirou os olhos vermelhos, parecendo irritado só por eu ter o chamado. Ia se virar quando eu segurei seu braço.
— Me empresta uma caneta azul? Não comprei uma.
Ele se virou, e depois praticamente jogou a caneta na minha mesa. Torci meus lábios em uma careta.
Me virei para Guilherme, que já estava virado para nós. Ele encarava o melhor amigo, preocupado, a mão segurando a caneta se mexia como se não conseguisse ficar parado.
Ele olhou para os lados, antes de se levantar e se abaixar na frente de Mateus apoiando as mãos nos joelhos do garoto para não cair sentado. Mateus continuou de olhos fechados, como se não percebesse, ou não quisesse o outro garoto ali. O professor continuou falando e os outros alunos anotando.
— Tudo bem, Teus? — Gui perguntou, a preocupação escorrendo em suas palavras. — Quer ir pra enfermeira?
Mateus balançou a cabeça, como se estivesse incomodado de apenas estar ali. Levantou as mãos que eram cobertas pela manga do moletom e escondeu o rosto, respirava com dificuldade, parecia estar controlando o choro.
Olhei para Guilherme, e seus olhos encontraram os meus. Não precisamos falar para entender o que o outro falava.
Ele não está bem.
É óbvio.
— Mateus. — Guilherme chamou novamente, querendo que o melhor amigo olhasse para ele. — O que você tem?
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Me Apaixonando Por Você
Teen FictionEra uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo. Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...