Era uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo.
Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...
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°•Dulce Maria•°
Aoba!
Nick <3 :) Não.
Já tá pronto?
Nick <3 :) Sim, senhora.
Onde você tá?
Nick <3 :): Sai de casa faz pouco tempo, tô na rua indo pra festa.
Nick <3 :) Infelizmente estou indo pra festa🙄
Vai ser legal.
Nick <3 :) Vai ser uma merda com toda certeza.
Desliguei o celular. Mateus estava sentado do outro lado, a cabeça apoiada contra a janela, a luz batia na metade de seu rosto, o cabelo ficando bagunçado com o vento.
Se eu falasse que meu coração não acelerou quando o olhava, era mentira. A forma como a camisa branca parecia certa em seu corpo, a garganta pálida, o osso da clavícula marcado aparecendo por baixo da gola da camisa, o cabelo claro destacado contra o preto da jaqueta.
Ele estava maravilhoso.
Parecia irreal alguém ser tão bonito assim.
- Você está olhando demais. - A voz saiu rouca, meu coração deu um salto.
- Estava olhando a janela. - Menti, torcendo para que ele acreditasse.
Mateus apenas sorriu, jogou a cabeça para trás, olhei para frente, antes que meus olhos ficassem mais tempo olhando o maxilar marcado.
Caramba, eu não era assim.
- Tem uma janela bem do seu lado. - Prendi minha respiração.
- Gosto da vista da sua janela. - Minha voz quase falhou, ele murmurou alguma coisa, não entendi, e não perguntei.
Olhei o celular novamente, a última mensagem de Nicolas era a única notificação. Abri mais a janela, o vento frio entrou com mais força, meus cabelos ficando bagunçados, se Lorena visse, iria me olhar estressada.
- Está com tanto calor assim?
- Sim. - Mentira pura.
Me encostei no banco, minhas mãos apertavam forte o celular, meus pés batendo como se isso fosse me deixar menos nervosa.
- Eu não.
Ia perguntar para ele o que significava, mas Mateus se mexeu mais rápido. Seu corpo se inclinou sobre o meu, ele estava fazendo isso de propósito, não precisava chegar tão perto para fechar a janela. O vento bateu nele, o cheiro de chocolate e café veio em minha direção. Definitivamente meu estômago se revirou agora. Ele me olhou sorrindo, e se sentou novamente.
