Capítulo 56

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" How’s my heart supposed to beat?
How am I gonna make it through?
How’s my heart supposed to beat?
Without you? "



Mateus


Chegamos em casa tarde da noite. Eu estava preocupado, tão preocupado que parecia estar sufocando.

Preocupado com Dulce.

Tentei falar com ela, de todas as maneiras possíveis; mas nada funcionou. Dulce se fechou em um casulo de dor e culpa que eu não conseguia romper, e eu sentia que estava perdendo-a para esses sentimentos sombrios. Estava perdendo-a, e nada que eu pensasse parecia capaz de ajudá-la.

— Fale comigo. — Implorei, segurando suas mãos com desespero.

Estávamos parados em frente à porta do quarto dela, Dulce ainda segurava a carta manchada de sangue, agora amassada e com as pontas rasgadas.

Seus olhos azuis me encararam, mas estavam sem vida, sem emoção. Vazios. Ela olhava, mas não via.

— Por favor, Dul, fale comigo.

Ela suspirou, um som quebrado e frágil. Seus lábios se moveram, mas nenhum som saiu. Era como se ela fosse um robô quebrado.

— Eu preciso ficar sozinha. — Foi tudo o que ela conseguiu dizer.

Eu preciso ficar sozinha. De novo, pela sei lá, décima vez? Sempre a mesma coisa.

Era como assistir à pessoa que você ama se afogando. Você está sentado na areia da praia, vê ao longe apenas os braços batendo na água, tentando emergir e respirar. Você se levanta da areia, começa a correr, correr e correr; mas nunca chega lá. Você a vê se afogando, sendo engolida pelas profundezas, mas não consegue puxá-la de volta à superfície.

— Tudo bem. — Sussurrei, exausto.

Dulce fechou a porta. O corredor ficou silencioso e frio de repente, como se um cobertor de neve pesada me envolvesse.

— Mateus? — Virei-me.

Lorena estava prendendo os cabelos vermelhos, os olhos semicerrados primeiro olhando para a porta de Dulce, depois para mim.

— O que aconteceu? — Perguntou.

Tanta coisa.

— Dylan morreu.

Seus olhos escuros se arregalaram, a boca se abriu em um "o". Ela olhou para a porta de Dulce mais uma vez, seus olhos transbordando tristeza e solidariedade.

— Ai, não.

— Eu não sei como ajudá-la.

Lorena se aproximou e me puxou para um abraço, e só naquele momento percebi o quanto eu precisava disso. Encostei minha testa no ombro dela e respirei fundo. Suas mãos subiram até meu cabelo úmido, os dedos se enroscando nos fios.

— Você não precisa fazer tudo sozinho. Não carregue esse peso todo nas costas, vai acabar enlouquecendo. Vamos ajudá-la, vai ficar tudo bem.

Eu a abracei de volta, e meus olhos queimavam com as lágrimas que eu lutava para segurar.

— 𝓟𝓪𝓼𝓼𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓭𝓮 𝓽𝓮𝓶𝓹𝓸  —

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