" How’s my heart supposed to beat?
How am I gonna make it through?
How’s my heart supposed to beat?
Without you? "Mateus
Chegamos em casa tarde da noite. Eu estava preocupado, tão preocupado que parecia estar sufocando.Preocupado com Dulce.
Tentei falar com ela, de todas as maneiras possíveis; mas nada funcionou. Dulce se fechou em um casulo de dor e culpa que eu não conseguia romper, e eu sentia que estava perdendo-a para esses sentimentos sombrios. Estava perdendo-a, e nada que eu pensasse parecia capaz de ajudá-la.
— Fale comigo. — Implorei, segurando suas mãos com desespero.
Estávamos parados em frente à porta do quarto dela, Dulce ainda segurava a carta manchada de sangue, agora amassada e com as pontas rasgadas.
Seus olhos azuis me encararam, mas estavam sem vida, sem emoção. Vazios. Ela olhava, mas não via.
— Por favor, Dul, fale comigo.
Ela suspirou, um som quebrado e frágil. Seus lábios se moveram, mas nenhum som saiu. Era como se ela fosse um robô quebrado.
— Eu preciso ficar sozinha. — Foi tudo o que ela conseguiu dizer.
Eu preciso ficar sozinha. De novo, pela sei lá, décima vez? Sempre a mesma coisa.
Era como assistir à pessoa que você ama se afogando. Você está sentado na areia da praia, vê ao longe apenas os braços batendo na água, tentando emergir e respirar. Você se levanta da areia, começa a correr, correr e correr; mas nunca chega lá. Você a vê se afogando, sendo engolida pelas profundezas, mas não consegue puxá-la de volta à superfície.
— Tudo bem. — Sussurrei, exausto.
Dulce fechou a porta. O corredor ficou silencioso e frio de repente, como se um cobertor de neve pesada me envolvesse.
— Mateus? — Virei-me.
Lorena estava prendendo os cabelos vermelhos, os olhos semicerrados primeiro olhando para a porta de Dulce, depois para mim.
— O que aconteceu? — Perguntou.
Tanta coisa.
— Dylan morreu.
Seus olhos escuros se arregalaram, a boca se abriu em um "o". Ela olhou para a porta de Dulce mais uma vez, seus olhos transbordando tristeza e solidariedade.
— Ai, não.
— Eu não sei como ajudá-la.
Lorena se aproximou e me puxou para um abraço, e só naquele momento percebi o quanto eu precisava disso. Encostei minha testa no ombro dela e respirei fundo. Suas mãos subiram até meu cabelo úmido, os dedos se enroscando nos fios.
— Você não precisa fazer tudo sozinho. Não carregue esse peso todo nas costas, vai acabar enlouquecendo. Vamos ajudá-la, vai ficar tudo bem.
Eu a abracei de volta, e meus olhos queimavam com as lágrimas que eu lutava para segurar.
— 𝓟𝓪𝓼𝓼𝓪𝓰𝓮𝓶 𝓭𝓮 𝓽𝓮𝓶𝓹𝓸 —
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Me Apaixonando Por Você
Teen FictionEra uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo. Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...