- Mateus -
— Mãe... — comecei, tentando de alguma maneira convencê-la a me deixar sair.
— Não tem mãe. Você está de castigo e você sabe muito bem disso. — Não funcionou.
— Mas...
— Para de brincar com a morte, você não é gato com sete vidas. — Guilherme sussurrou. O empurrei com o cotovelo.
— Você não pode me impedir de sair. Já sou quase um adulto!
— Não estou te impedindo de sair. Estou te avisando que você está de castigo.
— Então, se eu sair agora, você não vai me impedir? — Questionei.
— Não. Mas você saberá que está fazendo algo errado. E depois iremos ter uma conversa.
— Isso é praticamente injusto.
— Que pena. — Ela sorriu antes de sair.
— A minha ideia de voar para o outro lado do planeta parece ótima agora, mas eu acho seriamente que não funcionaria.
Me virei devagar para encarar Guilherme. Ele deu um sorriso torto por alguns segundos, depois balançou a cabeça e encarou a porta.
— Pessoa amarga.
— Vai se foder. — Respondi, enquanto o puxava escada acima.
Caminhei até a janela e me inclinei sobre o parapeito. O vento gelado da tarde balançou meus cabelos, o sol já se pondo no horizonte deixava o céu em um tom de laranja e rosa.
Gui se apoiou ao meu lado, seu corpo me empurrando para o lado para ele poder olhar para fora.
— Você está pensando na ideia de voar? Sabe que eu fui irônico falando aquilo, né? Você sabe o que é ironia? Sabe, é quando as pessoas...
— Cala a boca. — O empurrei, olhei a garagem e depois me afastei.
— Então?
— O carro do Johnny não tá aí. Então, a não ser que minha mãe vá sair de táxi, acho que ela vai ficar aqui.
— E?
— E eu não tô nem aí se ela vai ficar brava. Eu vou meter o pé daqui.
— Ata. Beleza. — Ele respondeu se sentando na minha cama.
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Me Apaixonando Por Você
Novela JuvenilEra uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo. Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...