•°Dulce Maria°•
Eu acertei. A chuva caiu com força a tarde.
Começou com o céu se fechando, depois as gotinhas de água começaram a cair, então veio os trovões e agora a tempestade. Fechei meus olhos, escutando o barulho da água na lataria do carro, abracei meus joelhos e mordi minha língua até sentir o gosto do sangue.
Encarei meu celular, tinha mandado mais de dez mensagens para ele, mas Nicolas não respondeu nenhuma, e depois de um tempo as mensagens pararam de chegar.
Acho que é o fim.
Ele não quer saber de mim.
A um tempo atrás éramos nós dois contra o mundo, meu melhor amigo, meu companheiro pro resto da vida. Hoje ele não passa de um estranho.
— Você... — Dylan limpou a garganta. — Quer conversar?
Olhei para Dylan, ele girava a chave do carro entre os dedos, ficamos andando pela cidade inteira, e agora estávamos parados na frente de uma lanchonete que já fechou a muito tempo.
— Acha que eu estou sendo egoísta? — Era a primeira vez que eu falava em cinco horas. — Por querer que ele fique?
Engoli o sangue, apoiei o queixo no joelho e abracei minhas pernas, meus lábios tremiam de frio, meu corpo parecia congelado. Dylan tirou uma mecha de cabelo da frente do meu rosto, depois se virou para o banco de trás e me entregou um moletom rosa. Aceitei, vestindo a blusa, o cheiro de lavanda era reconfortante.
— Não acho que você esteja sendo egoísta. Era seu melhor amigo, você o amava. Perder as pessoas que amamos não é fácil de se esquecer, queremos que elas voltem, queremos as abraçar e nunca mais as soltar. Você o quer de volta, ao seu lado. Não se rotule como egoísta apenas por o amar demais.
Seu polegar limpou minhas lágrimas. Olhei para os olhos escuros de Dylan, a luz laranja do poste parecia o deixar dourado. Deitei meu rosto na palma da mão dele, fechando meus olhos e tentando parar de chorar, eu me sentia fraca, envergonhada demais para me importar se ele conhecia ou não Nicolas. Dylan estava aqui, Dylan estava me ajudando.— Ele foi embora por minha culpa, ele falou. — Minha voz saiu fraca.
Dylan me abraçou, foi desconfortável por conta do espaço pequeno no carro. O puxei contra mim como se isso pudesse melhorar alguma coisa.
— Nem sempre todo mundo vai ficar. Ninguém dura pra sempre, nada dura pra sempre. A única coisa que fica são as memórias, e as vezes nem isso. Vocês foram felizes, isso é o que você precisa para saber que valeu a pena.
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Me Apaixonando Por Você
Teen FictionEra uma tarde quente demais quando o carro saiu. Era uma noite muito fria quando Dulce descobriu que sua vida iria mudar de cabeça para baixo. Com o luto não vem apenas a tristeza, vem a raiva, vem a negação, vem a dor profunda. O silêncio, o silên...