Capítulo 45

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Broken bones you live and learn
Cause we all know that a good thing ends
But someday I hope that it'll all make sense

°•Dulce maria•°

— Mateus. — Chamei batendo na porta.

Ele resmungou alguma coisa, não consegui entender. Empurrei a porta do banheiro para o lado.

— Sai daqui. — Ele repetiu tentando me empurrar para fora, enquanto cuspia sangue no mármore branco da pia.

— Que merda é essa...

Me virei para dentro do banheiro, Mateus bufou irritado, mais gotas de sangue caíram de seus lábios. Puxei lenços de papel higiênico e me aproximei dele. Ele tentou me afastar de novo, me irritei.

— Me deixe te ajudar, idiota!

Ele parou de lutar contra mim. Limpei o rosto dele com o pedaço de papel. Mateus fechou os olhos, mas não antes que eu pudesse ver a dor e a vergonha neles. Molhei outro pedaço de papel e limpei o sangue do nariz dele, depois joguei tudo no chão.

Ficamos em silêncio, em algum momento ele abriu os olhos verdes, mas não me encarava, apenas olhava para o topo da minha cabeça como se estivesse muito interessado nos fios de cabelo.

— Não sou uma criança. — Falei convencida. — Se tem alguma coisa errada, você vai me contar. Agora, desembucha.

Ele bufou uma risada seca e sem ânimo.

— Teimosa. — Revirou os olhos, eu continuei o encarando.

— Fale.

— Não tenho que te falar nada. — Se virou e voltou para o quarto.

Eu o segui.

— Onde você passou a noite? Por que passou a noite fora? Por que estava cuspindo sangue? Por que estava saindo sangue do seu nariz? Fale.

— Meu Deus. — Ele se virou de uma vez.

Não consegui nem processar, em um segundo ele estava sentado na cama, e no outro as mãos deles estavam agarrando minha cintura enquanto me puxava para ele. Caímos os dois no colchão, a perna de Mateus por cima das minhas enquanto ele me abraçava todo torto, não querendo me soltar.

— Vai ter que falar mesmo assim. — Falei, com minha voz abafada na garganta dele.

Mateus tremeu, e eu sorri, a mão dele segurou minha nuca, os dedos se prendendo entre meus cabelos. Ele sorriu, e eu o senti beijar o topo da minha cabeça.

— Vou te falar... mas, poderíamos apenas ficar assim por um tempo?

— Deitados com você me esmagando? Se seu plano é me deixar inconsciente pela falta de ar, te quebro no meio.

Ele riu, e eu senti todo o corpo vibrar contra o meu. Ele puxou meus cabelos de leve para trás, e eu levantei meu rosto para olhar para ele. Mateus apoiou a testa contra a minha, fechou os olhos e sorriu.

— Cinco minutos? — Pediu, e parecia desesperado por isso.

— Cinco minutos. — Eu concordei.

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