Certeza de que como realmente tinha chegado até ali? Elisabeth Becker já não tinha mais noção entre a realidade e o ela sonhou durante tantos anos. Não sabia se o que vira era fruto da sua imaginação, ou simplemente a mais pura verdade.
Sua única certeza era que estava sendo levada para um lugar desconhecido, e que devido a droga forte no seu organismo perdera quase metado do caminho desacordada. Seja quem for, sabia muito bem da facilidade do organismo dela de lidar com essas substâncias e descidiu aumentar a concentração da dose.
Ela queria muito e inclusive forçava o próprio cérebro à acreditar que tudo o que passou à alguns minutos fora mero fruto da sua imaginação. Oliver Castex vivo? Como? E por que ele passou tantos anos escondidos? Voltou agora? A sequestrou? Por que? Justine!
Franziu a testa de forma involuntária, recordando a jovem que deveria estar esperando que ela voltasse ao salão, ou no ponto de encontro que as duas tinham marcado. Se bem que, Lizzie já não sabia mais a quantidade de drogas que havia no seu sangue e consequentemente não tinha a mínima idéia de quanto tempo passara desacordada.
Tentou mover o corpo, mas ainda estava sedada demais pra isso. Abriu os olhos devagar, mal conseguindo lidar com o peso das pálpebras ao perceber o quão fraca estava. Uma luz invadiu os seus olhos, e imediatamente se viu vencida pelo esforço que fazia para mante-los abertos.
Uma voz interrompeu a sua segunda tentativa:-Você deveria descançar. Está sedada demais pra tentar descobrir onde está.
Uma arrepio percorreu a sua espinha, e seus olhos arderam. Ela reconhecia aquela voz pela segunda vez, e agora tinha certeza de que tudo aquilo não fora um sonho. Seu coração se apertou no mesmo instante, e uma angústia crescente se juntou ao furacão de emoções que já existia dentro de si. Castex era praticamente seu irmão, uma das únicas pessoas que Elisabeth conseguiu confiar inteiramente, sem correntes e sem amarras. Não entendia o porquê da suposta volta dele do mundo dos mortos, mas não era burra e sabia que isso não poderia significar algo bom. Voltar depois de anos, desmaiar e sequestrar ela com certeza eram sinais de que Oliver não estava jogando o mesmo jogo que ela, ambos estavam em lados diferentes da lei. E as cordas que união os seus pulsos e pés como um porco pronto para o abatedouro foi somente a prova de que precisava para confirmar tudo isso.
No entanto, Lizzie não tinha tempo para pensar nisso agora. Abriu os olhos pela segunda vez e quase se viu cega pelo sol que atravessava o vidro traseiro do carro até o seu rosto. Desta vez, conseguiu sustentar as próprias pálpebras, e esse foi mais um indício de que as drogas estavam sendo digeridas rapidamente pelo seu organismo. Em pouco tempo, ela conseguiria recobrar os movimentos, e aí sim poderia escapar.-Consegue falar? -indaga Oliver. -Não vou te fazer nenhum mal, ta? O efeito da droga vai passar em alguns minutos...não me ataque e ficará tudo bem. Me ajude a te ajudar...
Apesar de sentir a garganta extremamente seca, Lizzie tinha plena certeza de que conseguiria falar, mas isso não significava que ela quisesse. Ficar em silêncio naquele momento só instigaria ele a falar ainda mais e desviar o foco dela, coisa que necessitava para conseguir alcançar a faca dento do sutiã e cortar as cordas. Se bem que...oh...droga...ela esqueceu de colocar a porcaria da faca!
Os pés dela tinha acabado de deixar de formigar, num claro sinal de que já conseguia mover os pés, mas a forma como estava amarrada não contribuia em nada pra conseguir alcançar a faca. Oliver fora esperto em juntar os pés e as mãos, isso limitava os seus movimentos.-Não vai perguntar nada? -questiona Castex. -Soponho que tenha algumas dúvidas.
-E tenho certeza de que você não vai responder nenhuma delas com sinceridade. -fala, pela primeira vez.
-Existem coisas que ainda não posso responder.
-Então cala a boca e dirige com atenção. Não quero morrer assim.
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Agent Becker 2
RandomElisabeth, uma moça independente numa época totalmente machista...bom, essa parte todo mundo conhece, não é? Depois de pedir demissão do emprego que passou tanto tempo tentando preservar, Elisabeth se vê livre para traçar novos rumos à sua vida...