A Cadmean victory "Tradução"

Chapter 27: Splat the Rat

A grama estava molhada. A cada dois passos, Harry subia a ligeira encosta, deslizando um para trás, mas a linha das árvores na borda do quadribol se aproximava gradualmente. Ele faria isso.

Pettigrew, o gelo em seu peito apertou violentamente com o pensamento do traidor, ainda deveria estar aqui.

Uma sombra espreitava, curta e furtiva, tremendo sob os pinheiros.

Peter Pettigrew.

Algo dentro do gelo se desenrolou, algo com fome, algo egoísta. Ele levantou a cabeça, abrindo os olhos dentro de si que Harry nunca soube que tinha. Com o seu despertar vieram lembranças. A fúria de seu tio quando ele gritou que Harry não passava de uma aberração, o desprezo e desprezo silenciosos de sua tia, o ódio e aversão aprendidos de Dudley, e cada momento em que se lembrava em que acreditava, sabia ou pensava que algo mais poderia ter valido mais do que ele.

Eu não vou me tornar nada.

Ele se decepcionou.

Os pinheiros cheiravam exatamente como ele se lembrava quando lambuzava a seiva nas pontas dos dedos. O cheiro forte e doce de resina de pinheiro que sempre esteve associado a sangue derramado de unicórnio, acromantula e lobisomens, dominou qualquer perfume que ele pudesse deixar. Os instintos de um rato não salvariam Rabicho.

- Incarceroso - Harry sibilou triunfante. A silhueta inconfundível do animago traiçoeiro se encolheu, mas era tarde demais. Suas emoções distorceram a intenção do feitiço além das cordas negras que ele pretendia. Fios finos e cruelmente farpados, prenderam o rato em uma rede que ele não poderia ter escapado em nenhuma de suas formas, cortando sua pele. A geada revestiu o metal, amarrando o ferro com espinhos gelados.

-Você estava esperando alguém?- ele perguntou, dissipando sua invisibilidade. - Outro estudante infeliz para se esconder, uma vítima inocente para trair.

-Harry-, a voz de Pettigrew oscilou em algum lugar entre alívio e medo.

- Esperando mais alguma coisa?- ele perguntou inocentemente, o sorriso encantador de Tom Riddle se espalhando por seu rosto. Algo cintilou nos olhos de Pettigrew. Ele estava esperando por alguém, mas Harry não se importou. Ele não estava aqui para mais ninguém, não havia pedra para salvar, nem menininha enganada nem padrinho prejudicado. Este momento foi simplesmente dele.

-O que você vai fazer?- Rabicho choramingou. Ele tentou se mover, torcendo dentro dos fios, mas eles apenas cortaram mais profundamente em sua pele. O sangue começou a escorrer em pequenas gotas pela pele pálida e suja.

-Eu não vou te machucar-, Harry prometeu.

- Eu sei que você não é - sussurrou Pettigrew -, seus pais nunca querem que você faça algo tão cruel, mas os fios estão apertados, Harry, estão doendo.

-Sabe alguma coisa, Peter? - Harry esticou o sorriso, derramando emoção inocente em seus olhos. A criatura de gelo se desenrolou ainda mais dentro de seu peito, estreitando os olhos, os lábios se curvando antes dos dentes afiados.

-Não.- Pettigrew, apesar de toda a sua covardia, não era estúpido, sabia que algo estava errado e sua voz estava fraca.

-Eu não acho-, seu sorriso cessou toda a pretensão de bondade, curvando-se frio e cruel - que os mortos querem alguma coisa.- Pettigrew choramingou. -Quero algo-, continuou ele, enquanto os olhos de Rabicho se moviam desesperadamente.

-A vingança não os trará de volta-, implorou Pettigrew. - Se tivesse acontecido, eu teria virado a varinha do Lorde das Trevas contra o próprio monstro na primeira chance que tivesse. Eles eram duas das cinco pessoas que se importavam comigo. Eu nunca fui brilhante como nenhum deles, mas eles se importavam comigo do mesmo jeito. Mais do que tudo, gostaria de ter me lembrado de como ser corajoso quando o Lorde das Trevas me encontrou. Ele estava procurando por Sirius e pensou que eu poderia saber. Gostaria de ter morrido na época e ter sido lembrado como estava há treze anos, mas não morri, não era, e só quero viver.