Chapter 46: Gabrielle's Gift

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O salgueiro havia perdido as últimas folhas, deixando a luz manchada de um sol fraco, quase de inverno, deslizar através das nuvens e cair no rosto de Fleur. Era um calor suave e agradável em sua pele enquanto ela se deitava ao longo do galho, a cabeça apoiada no colo de Harry.

Esses foram os momentos que ela valorizou. Eles pareciam tão distantes do resto do mundo e dos problemas que se acumulavam que era fácil esquecer todo o resto e apenas apreciar a luz do sol brilhando em seu rosto.

Uma única gota molhada pousou em sua bochecha, a primeira ameaça de chuva do céu coberto de nuvens.

Mais cedo ou mais tarde, sempre tem que terminar.

- Deveríamos voltar para o castelo - comentou Harry, afastando a gota da bochecha dela e recolocando os óculos no nariz. - Vai chover direito desta vez. - Fleur franziu a testa, ela o preferiu sem os óculos, eles impediram a visão de seus olhos.

Havia chuva dispersa, breve e arco-íris fracos o dia todo. O céu parecia incapaz de decidir se usava sol ou chuveiros.

Fleur relutantemente sentou-se. Ela supôs que Harry estava certo, mas Gabrielle estava de volta ao castelo no fim de semana e provavelmente entediada o suficiente para causar problemas.

-Você vai me aparatar?- Ele perguntou a ela. -Ou eu tenho que andar na chuva?

- Se meus pais estivessem perto de você, você se ofereceria para caminhar - observou Fleur com um toque de humor.

Harry havia entendido de onde vinham os pais dela, e ela sabia que ele realmente não os culpava, mas ainda não gostava de como eles desaprovavam levemente seu relacionamento com Fleur. Toda vez que conversava com eles, Fleur podia detectar o mais fino verniz de gelo em sua voz sempre educada. Ela dificilmente poderia culpá-lo, não quando ela reagiu com muito mais força que ele.

Seu pai começou a deixar cópias do Profeta Diário de onde ela podia vê-los, assim como as meninas maldosas fizeram no ano passado. Ele quis dizer bem, Fleur sabia que sim, mas ele não tinha o direito de fazer o que estava fazendo, e ela lhe disse que, de um azul brilhante, chamas conjuravam nos dedos enquanto ela gritava com ele.

- Não tenho nada contra sua família. - Harry disse suavemente, mas ele parecia um pouco culpado.

- Você se dá bem com Gabrielle - concordou Fleur, sorrindo para ele, mostrando que ela não se importava -, mas você a subornou com Clafoutis, então não tenho certeza se isso conta.

-Não foi um suborno-, protestou Harry. -Foi um acordo. Dei-lhe os Clafoutis e ela parava de nos incomodar por ser romântica.

- Bem, até agora deu certo - Fleur o parabenizou.

As gotas de chuva começaram a cair seriamente, batendo um staccato cada vez mais acelerado que se dissolveu no tamborilar de uma chuva cheia, abafando o som do rio ao lado deles.

- Vamos - decidiu Fleur, pegando o braço de Harry e aparatando-os de volta à segurança do castelo antes que ficassem encharcados.

-Você beijou na chuva?- Gabby perguntou alegremente, entrando no hall de entrada ao som de sua aparição.

-Não-, Harry respondeu resignado.

- Tudo bem - Fleur bateu levemente no ombro dele -, o acordo durou muito mais do que se esperava.

- Três horas não é muito tempo - Harry apontou. - Mal nos vimos desde que fomos a Paris!

-Você vai voltar lá fora para beijar?- Gabrielle pressionou.

- Eu vou te azarar - Fleur prometeu docemente a irmãzinha.

Gabby mostrou a língua infantil. - Estou entediada - ela fez beicinho -, não há nada a fazer, exceto ler e eu estive lendo a manhã toda. Até li aquele jornal bobo de inglês.

A Cadmean victory "Tradução"Onde histórias criam vida. Descubra agora