O trânsito na cidade estava caótico, contudo, não parecia chatear as pessoas que estavam no veículo. Geraldo estava adiantado uns bons minutos até o horário de embarcar.
— Geraldo, eu gostei muito de conhecer o senhor — Raquel comentou ao olhar pelo o espelho e se deparar com o senhor que olhava pela janela do carro, tranquilamente.
— Também gostei, minha querida, espero que dê tudo certo com vocês. Sei que ainda terão que lidar com muita coisa, mas acreditem, no final, o amor sempre vence. Bom... nas histórias de amor que leio sempre dá tudo certo no final.
— Então, o senhor é um apreciador de romances?! — Raquel disse toda divertida. Não imaginava que seu sogro pudesse gostar de ler.
— Amor, o meu pai tem uma coleção de livros em casa — Sófia comentou.
— Não tenho para onde ir em minha cidade, minha querida, e bom... como dizem por aí, os livros podem nos levar a mundos novos. Eu gosto de ocupar uma parte do meu tempo lendo... me intrigando com o desenrolar das histórias.
— Acho que se a minha relação com a Raquel fosse uma história, ela seria bem dramática — Sofia começou a rir do seu próprio comentário e alcançou a mão da amada com a sua.
— É, do jeito que estão as coisas... Sim, seria com certeza um drama — Raquel olhou Sófia de relance e sorriu.
— Filha, eu não quis comentar, mas o que houve com seu rosto? — Geraldo mudou de assunto de repente.
Neste momento, Sófia respirou fundo e findou o contato com sua amada. Como dizer ao seu pai que a mulher que ele considerava muito, havia lhe batido?
— Parece que aconteceu algo com seu rosto. Bateu em algum lugar? — O senhor perguntou tranquilamente, pois achava que pudesse ter sido algum acidente qualquer no trabalho.
Sófia ficou sem saber o que dizer.
Raquel que tentava manter seu olhar fixo no trânsito, apertou o volante com um pouco de força. E o clima passou a ficar pesado.
— Aconteceu algo? — Geraldo começou a ficar desconfiado.
— Sófia não quer dizer, mas foi minha mãe, Geraldo, ela chegou na empresa transtornada — Raquel disse com certo desagrado. Não queria que a situação tivesse chegado a aquele ponto, Sófia sendo agredida.
— Dona Rita? — O senhor parecia não querer acreditar no que estava ouvido. Considerava a mulher tão equilibrada.
— Ela mesma, pai — Sófia resolveu se pronunciar.
— Mas, minha filha, ela não podia fazer isso... Ela sabe de vocês?
— Não, mas não aceitou o termino de Sófia com meu irmão. Ela não tinha esse direito — Raquel disse contrariada.
— Amor, por favor, está tudo bem... não fique nervosa com isso — Segurou uma das mãos de Raquel com a sua.
— Filha, a Raquel está certa. Dona Rita não tinha esse direito. Ela te agrediu... Quero conversar com ela. Raquel, me leve para a casa de seus pais. O que ela pensa que é para te tratar dessa forma? — O senhor passou a ficar nervoso.
— Pai, o senhor vai perder seu ônibus. Não vale a pena o senhor ficar nervoso por isso.
— Mas, filha, ela te agrediu... como um pai vê a sua filha sendo agredida sem motivo e deixa a situação como está. Raquel, eu quero falar com sua mãe. Eu não deixei minha filha namorar com o Ricardo para terminar e sofrer uma agressão.
— Pai, por favor, eu estou bem... não fique nervoso. Eu não quero quer fique nervoso... pense em sua saúde... acalme-se. O senhor não pode ficar nervoso — Sófia começou a ficar preocupado com seu pai, pois não lhe faria bem passar nervoso.
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Recomeço (COMPLETO)
RomansaRaquel é uma mulher de 31 anos, engenheira civil, solteira e até pouco tempo vivia viajando pelo mundo. Precisava dar um tempo para tudo em sua vida. Há 5 anos, ela havia sido pega na cama com Paola, namorada de seu irmão mais velho, Ricardo. Desde...