CAPÍTULO VINTE E CINCO

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Depois do jantar quando Honie e eu nos encontramos no quintal perto da piscina, eu havia deixado de lado tudo que sabia sobre ele que Hanna havia, de certa forma, me contado. Por ora só existe o que eu conheço sobre ele e o que quero saber e o que sei é que ele ainda mela a camisa e ainda tem aquele sorriso maravilhoso.

—Então? —Pergunto.

—Você me acharia muito hipócrita se eu dissesse que fomos convidados para uma festa? Tipo, para amanhã a noite.

Confesso que não era o que eu esperava, acabo murchando o sorriso um pouco, mas faço de tudo para deixar de ser um sorriso forçado. Finjo animação.

—Aonde iremos?

—É uma festa na casa de um amigo. Ele me mandou uma mensagem hoje cedo.

—Vai ser legal. Sely vai?

—Vai sim, eu já a chamei. Eu acho que... Christina vai estar lá... E Nolan... E Helen.

Não me sinto tão incomodada, isso me surpreende porque agora uma pessoa sabe da verdade e se uma sabe, dez podem descobrir juntos. Não penso nisso, apenas sorrio e acabo dizendo que também irei.

Honie me libera da conversa depois disso.

Vou ao meu quarto. Por sorte nem Paulo ou Carmen chegaram enquanto os papeis estavam dispostos na cama, quando Oliver os viu quis saber do que se tratavam e dei a desculpa de "Coisa de Mulher", geralmente ajuda a esconder algumas coisas. Guardei-os em um novo lugar.

Carmen aparece no quarto quando saio do banheiro com os dentes escovados.

Está usando um roupão de ceda preto.

—O que ele falou a você?

Não preciso pensar muito para saber de quem ela está falando.

—Nada demais.

—Onde está o que você pegou, sei que ele não te deu. Devolva.

—Eu não sei do que está falando. Espere... São as fotos?

Ela empalideceu.

—Que fotos? Ele tinha fotos?

—Claro que sim! Ele fez vários recortes e eu sou uma jornalista amadora então... Imagine.

—Os papéis. Me dê.

—Eu já queimei. Todos eles. Acha que eu iria conseguir segurar aquilo?

—Vou procurar; vou revirar todo esse quarto como você fez no meu. Privacidade é uma coisa que gosto.

—Bom, você pode olhar o meu quarto, mas está perdendo tempo... Ele está com tudo seu. Ele não quer você nessa casa assim como você não quer ficar. Era você na cama de Vanessa, fingindo ser ela quando eu ia contar tudo, de alguns dias para cá ele me forçou a dar as fotos a ele.

—E o que você ganharia com isso garota?

—Eu não ganho nada... Mas Oliver sim. Fiz um trato com ele, com os dois na verdade. Em breve você vai saber de tudo.

Carmen segura o roupão como se dependesse daquilo para não me esganar.

—Você se acha.

—Não faço ideia do que está...

—Você deveria morrer por isso.

Me calo.

—E como você me mataria? —Sibilo.

Ela calou-se. Não deu tempo de correr até a porta e trancá-la aqui dentro comigo. Ela já se fora.

Espero que o relógio marque meia noite. Pego outro pendrive e o plugo no computador, preciso de seis minutos para fazer o que preciso.

Pego o celular de Hanna indo para o corredor escuro. Apavorante. Dou apenas duas batidas básicas na porta do quarto de Oliver e ele aparece segundos depois, usando calças moletom.

—Ele está dormindo?

—Está. Cadê o vídeo?

—Aqui. —Estendo o pendrive. —Vou apaga-lo do celular... Um minuto.

Pego o celular da irmã dele e vou à galeria, entro na pasta e aperto no vídeo. Sinto o olhar dele queimar em mim, acho que não está realmente acreditando que isso está acontecendo. Apago, finalmente. Viro-me para ele com o coração martelando forte dentro do peito, agora é a hora da verdade.

—Prometo que não há cópias. Oliver eu preciso que confie em mim. Por favor.

Sou recebida com um abraço inesperado, a pele morna dele encosta-se à blusa de renda fina e fica por alguns segundos. Coloco meus braços ao seu redor e me concentro no que ele está murmurando; obrigado, desculpa, obrigado, desculpa.

Quando sou solta ele entra no quarto para que eu não o veja chorando. Não ligo. Está feito. Pelo menos essa parte deu certo.

—Que comece os jogos vorazes. —Murmuro no corredor vazio. Volto para o quarto econsigo dormir.

Eu, HannaOnde histórias criam vida. Descubra agora