CAPÍTULO DEZ

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O silêncio prevaleceu até Nathan dá uma risadinha.

Ele aproveita que Honie não disse mais nada apenas para colocar o suco na geladeira e deixa o copo em cima da pia. Depois ele vai para o quarto, olhando para nós dois enquanto saia da cozinha.

Escoro minhas costas na parede, bem perto de Honie.

—Está tudo bem?

—Sim.

—Um sim não é suficiente.

—Estou bem, sério. —Olho para ele, olho sua roupa de dormir e encaro mais ainda quando percebo que ele está sem camisa. —Porque está acordado?

—Me deu sede. E você?

—Também, mas eu já bebi água. Também fiz um cappuccino.

Ele olha para a xícara na mesa.

—Comeu biscoitos.

—Ah, é. Isso também. Eles são até que bons.

—Sei disso. —Honie se serve um copo d'água.

Pego o celular de Hanna. Olho para o celular, desapontada.

—Você esqueceu a sua senha?

Honie não perguntou de modo estranho, não perguntou como se duvidasse realmente que eu poderia esquecer a senha. Apenas balanço a cabeça afirmando. Isso faz ele dá uma risadinha abafada.

—Acontece comigo o tempo todo. —Ele diz. —Sua senha, dá última vi você a usando, era 23, 11, 18.

Memorizo os números, mas não os digito agora.

—Porque não usou seu rosto para desbloquear?

—Estou tão feia que o celular não aceitaria tal imagem. —Nós rimos, então percebi que Hanna não diria isso. Eu mesma, Amanda Voz, diria. —Eu só queria saber a senha de novo, só isso.

—Tudo bem. Ei, quer ir ao clube depois?

—Que clube?

— O clube onde nosso pai é sócio. Acho que seria legal... Acho que Oliver vai levar o namorado dele.

Ambos ficamos desconfortáveis com a ideia. Não sei qual a impressão concreta que ele tem de Nathan. Acabo notando que nem eu mesma sei. Ele não era o melhor dos irmãos, mas mudou bastante.

— Ele é meio assustador. — Ele retoma ao assunto. — Como... Um Pinscher.

Abafo a risada com a mão, quando ele percebe meu desespero para me manter quieta, ele acaba imitando um latido fino.

—Pare com isso, vai acordar a casa inteira. Honie, eu estou falando sério. —Ambos sabíamos que eu não estava falando tão sério assim.

Honie para sua imitação barata de um pinscher e vem até mim, ele para ao meu lado, por ele ser mais alto eu acabo com a cabeça um pouco depois do seu ombro. Olhar para seu braço torneado me faz lembrar-se do dia da piscina, o dia em que ele me abraçou e eu tive de fingir que não gostei.

—Hanna.—Ele sussurra. —Está tudo bem, você sabe que ninguém dorme de verdade. —Elesobe a escada com pressa. 

Eu, HannaOnde histórias criam vida. Descubra agora