Capítulo 33

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Assim que a salada ficou pronta corri para tomar um banho e voltei para jantarmos. Estava realmente uma delícia. Duvidei que ele tivesse feito sozinho, mas Ana e as crianças juraram que o viram fazer tudo e só observaram. 

Fomos assistir um desenho animado para que as crianças logo pegassem no sono e não demorou muito.  Assim que ficamos sozinhos ele me agarrou e olha, que agarro.

- Senti saudade - disse ele entre um beijo e outro.

- Eu também. Como foi seu dia?

- Bom. Amanhã só tenho que ir a tarde. Parece que a essa hora meu destino está definido. 

- Ai meu Deus, você deve estar uma pilha.

- Não, com você do meu lado fico tranquilo.  E você? Amanhã tem que ir à base?

- Não, está tudo em dia e tirei o dia de folga. 

- Hum, tenho ideias. Será que Ana pode levar as crianças amanhã na escola? Acho que você estará bem ocupada. 

- Posso providenciar. - e foi a última frase racional que falamos naquele dia. 

Ah se aquelas paredes falassem. Agora que tomei gosto não posso ficar sem aquele tapinha bem dado, apesar de não dispensar um sexo bem romântico com sussurros de amor no ouvido, devagar e explosivo.

Léo é capaz de me levar às alturas das mais diversas formas. A noite foi perfeita. Do nada surgiu uma faixa de tecido que ele usou para me amarrar à cabeceira da cama e me deixou louca pois ele me provocava e em impediu de ter prazer.

Foi bem difícil, confesso que tentei mas não consegui me segurar muito. Ele é muito gostoso e quando me beija nas partes íntimas não resisto. Ele sabe exatamente que pressão fazer, aonde me tocar e fazer música com meu corpo. 

Acredito que também não faça feio já que terminamos a noite bem suados  e esgotados. Ana levou as crianças para a escola de taxi e ia fazer compras, ou seja, a casa era nossa por toda manhã. 

Sim, apenas o quarto das crianças foi declarada zona proibida. Claro que nossa café se esfriou quando eu o agarrei na bancada da cozinha e fizemos amor sobre a mesa. Puta merda, estava tarada e logo teria que ir ao trabalho assim como ele. Conversamos e descobri que ele também gostava de séries como eu e ficamos um bom tempo trocando impressões sobre as que assistimos. 

Nesse espírito de camaradagem e leveza tomamos banho, nos arrumamos e almoçamos em um restaurante perto de casa antes de cada um ir para seu trabalho. 

- Boa sorte amor. Se não der certo lá fica calmo que tem o trabalho com o Charles e se não for lá será em outro lugar. Você não vai ficar desempregado. 

- Estou apreensivo, mas confiante. Seja lá o que deus quiser. 

- Vai dar certo sim, me manda uma mensagem assim que tiver a resposta.  - nos despedimos e cada um foi para seu compromisso. 

Fiquei tensa ab tarde toda. Não chegava nenhuma mensagem dele e ligar poderia atrapalhar. resolvi relaxar e mandar boa vibrações a ele. Fiz uma oração e toquei meu trabalho. Pouco tempo depois meu celular apitou com a mensagem: 

" Amor, to dentro. detalhes te conto mais tarde."

- Oh glória, ele conseguiu. - comecei a chorar como uma idiota. Ele ter sido aprovado deve ser sinal de que agora é a nossa hora. Fico até com medo de comemorar e dar merda. Agora vem a fase da adaptação e não so ao novo emprego, mas também a esse relacionamento. 


Léo

Finalmente, está dando tudo certo, mas quase não deu. A candidata que concorria comigo era realmente boa e eu só consegui entrar porque abriu uma nova vaga em uma outra unidade. A princípio eu seria transferido para a cidade vizinha. Seria mais difícil, mas eu faria dar certo, mas como ela teve o direito de escolha e morava mais perto da unidade do que eu, ela preferiu ir para lá.  Graças a deus! 

Mandei a mensagem para meu amor e fui apresentado a minha nova equipe de trabalho. Para meu desespero vi que teria uma mesa bem cheia de processos para lidar. A parte burocrática não era parte favorita, mas não tem jeito, teria que dar conta para mostrar serviço. 

Como já estava no final do expediente, optei por deixar para efetivamente assumir  minhas responsabilidades no dia seguinte. Troquei telefone com a minha secretária Alice, uma senhora muito simpática por sinal. Combinamos de começar amanhã a me ambientar. 

Coitada, ela queria saber com eu ia querer meu café. Pedi para não se preocupar com isso. Como eu poderia fazer isso com uma senhora que poderia ser minha mãe ou até mesmo avó?certamente ela me seria muito mais útil para entender os processos e os trâmites que poderia seguir. 

Fui para casa, tomei um banho e fui jantar com Alessa, que me esperava com as crianças para um jantar bem caseiro. Depois da rotina de pôr as crianças na cama  namoramos um pouco na sala vendo série e fomos dormir. 

No dia seguinte cheguei resoluto a dar conta do trabalho. levei minha garrafa de café, um copo e só sairia dali quando me desse por satisfeito, como tinha combinado com Alessa. Dona Alice chegou pouco depois de mim. Me explicou um pouco do trâmite até o processo chegar até minha mesa. Havia processo parado há pelo menos 2 anos, que foi quando o delegado anterior se aposentou. 

Pegamos os mais antigos primeiro e para minha sorte, dona Alice era organizada e havia separado os processos por data e assunto/ complexidade. Primeiro pegamos os mais fáceis e rotineiros. Acabamos com eles que eram poucos e passamos para os mais complexos. Investigações de corrupção contra políticos, investigações de quadrilhas  de fraudes bancárias e lavagem de dinheiro, só coisa pouca, só que não. 

Agora eu começava a entrar na minha área. Até a hora do almoço já havia pedido quebra de sigilo bancário de vários políticos, pedido busca e apreensão para alguns endereços e pedido de interrogatório de alguns investigados. 

Agora que tinha pego o jeito não quis parar. Comi um lanche rápido numa lanchonete próxima  e voltei para me debruçar sobre meus processos. Dona Alice me encontroou terminando de analisar um dos processos contra um político que havia desviado dinheiro público de licitação de compra de UTI's móveis. Como ele já estava com o sigilo telefônico quebrado devido a  outra investigação, pedi para dona  Alice me levar ao setor que armazena as escutas. 

Ali perdi o resto do dia ouvindo horas de escuta até que ouvi uma ligação do mesmo falando sobre o esquema e se vangloriando que tinha conchavo e que nunca seria pêgo. Mais do que político corrupto, o que me irrita e tira do sério é político corrupto que fica arrotando vantagem que nunca será preso. Ah, mas esse estava na minha mira. 

Como esperado, fiquei mais do que esperado. Liguei para minha linda, falei com as  crianças e prometi que no dia seguinte estaria com elas. Fui para casa e, claro, fui extremamente sacaneado pelos caras que me chamaram de intruso já que desde que voltei para Alessa semana passada quase não venho mais em casa.



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