Capítulo 49

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- Doutora o que foi? - Léo pergunta preocupado, mas segue sem resposta pois a equipe está focada.

 A ansiedade me consome, a equipe trabalha com afinco  e ouço a médica mandar preparar a encubadora 2. Eu e Léo nos olhamos numa pergunta muda que não carece de resposta, pois logo um segundo choro preenche a sala, um choro mais fino e baixo, mas ainda assim um choro. 

- Dois? - nos perguntamos.  A médica se aproxima com um sorriso nos olhos. 

- Sim, parece que tivemos uma surpresinha hoje.  primeiro nasceu seu filho, um rapagão forte e escondidinha atrás dele estava sua menininha. os dois aparentemente estão bem, vamos esperar os outros exames, mas é melhor ficarem na encubadora  por serem prematuros.  Daqui a pouco os levaremos para conhece- los.  

A equipe finalizava a cirurgia e eu e Léo chorávamos juntos e só paramos quando percebemos um flash. Olhamos na direção dele e nos deparamos com Dani, que pisca para nós e tira mais uma foto, só que de nosso olhar perplexo com sua presença. 

A cirurgia termina e sou levada para o quarto, que a partir de amanhã dividiria com Mari, conforme promessa da médica. Léo pediu para sair, ir ver  os bebês e avisar a todos. Eu opto por dormir, pois pelo pouco que conheço da família, logo o hospital estará cheio de gente querendo ver os bebês. 


Léo

Saio do quarto ainda atordoado. Como assim? Em menos de 24 horas ganhei uma esposa e 4 filhos.  Vou para o berçário e sou apresentado a meus  2 caçulas.  O menino é grande, um dos maiores do berçário e a menina pequena e delicada.  Faço uma gracinha a ambos, mas estes dormem.  Vou até a recepção e para minha satisfação não mais se encontra a pessoa desagradável de antes. Encontro Ana e alguns dos nossos amigos. 

- Como Alessa está? - me massacram de perguntas. Abro um grande sorriso e com todo prazer anuncio. 

- Sou pai!  - mais uma vez uma enxurrada de perguntas, peço silêncio e respondo - primeiro nasceu um menino lindo, grande.

- Primeiro? Como assim? - pergunta Vivien, uma das presentes.

- Nasceu dois. um menino e uma menina.- pronto.  A farra foi tamanha que o segurança teve que pedir que fizéssemos silêncio.  A médica deixou apenas ver os bebês de dois em dois e eu pai babão  não me contive. Tirei uma foto e mandei para meus sogros, que se derreteram e prometeram estar amanhã na primeira hora qui para vê-los. 

Assim que  todos se foram voltei para o quarto de Alessa. Ela  descansava. Me sentei na cadeira ao lado dela, peguei em sua mão e ali dormi. No dia seguinte acordo com a movimentação das enfermeira que prepara o leito para Mari e três berços. 

Alessa acorda e ao me ver animada me sorri. Conto que todos já sabem e falo das reações de ontem. Meu celular apita sem parar de mensagens de felicitações e  de repente Alessa solta uma gargalhada sem qualquer motivo. Quando pergunto se está sentindo algo ela somente responde

- Vivien vai ter que se superar depois dessa. 

Não entendi nada, mas nem tive tempo.  Logo Mari veio para o quarto com sua bonequinha. 


Alessa

Lembro de minha conversa com Vivien e não pude deixar de rir. De forma alguma estou competindo com alguém, mas se ela ver dessa forma, terá que trabalhar mais um cadinho, o que duvido que seja trabalho. Meus pensamentos são interrompidos pela chegada de Mari e Isa.

- Muito obrigada dona Alessa. Não tenho como agradecer. Minha bonequinha  está saudável e fui muito bem tratada. Nem sei o que seria de nós naquele outro hospital. 

- Relaxa, é meu presente para a Isa. 

- E seu bebê? Não era muito cedo não? Nossa, colocaram até mais um berço  aqui. - perguntava ela empolgada reparando nos bercinhos ainda vazios.

- Não, está certo. pelo visto você precisa saber tudo o que aconteceu aqui, mas depois, deixa eu conhecer meus bebês.- disse Alessa enquanto a enfermeira entrava com os bebês. 

 Recebo meu pacotinho azul e Léo o pacotinho cor de rosa. os dois são lindos e logo o menino abre a boca e é seguido pela menina. Antes que fique apavorada a enfermeira me ajuda a amamentá-los. 

- Amor, precisamos escolher os nomes.

-  Verdade.  o que sugere? 

- Leandro e Heloísa, o que acha? 

- Amei! Bem vindos Leandro e Heloísa. 

A médica liberou que eles ficassem no quarto já que eles passaram bem a noite e Heloísa, a menor, já estava perto do peso ideal. Meus pais foram os primeiros a chegar para a visita e depois Gabi e Davi entraram rapidinho  para ver os irmãos. Durante todo o dia recebemos visitas enquanto Mari não tinha nenhuma, isso até as 14 horas, quando entrou no quarto Vivien e Charles. 

Assim que os viu entrar ela arregalou os olhos e parecia querer desaparecer de vergonha. Vivien  trás um mimo para Isa e chega perto da cama de Mari.

- Trouxe para a Isa. 

- Obrigada.  Vivien ... - ela começa mas é interrompida.

- Mari, depois, qualquer dia a gente conversa sobre o passado, agora precisamos saber de você e desta bonequinha. Como estão?

Mari sorri abertamente e passa a falar de como foi tudo e da Isa, que é bem calminha. Vivien a pega no colo e quase chora. Quando Alessa fica sem visitas ela deixa Isa no bercinho, dá um beijo na Mari e  diz alto:

- Deixa eu ver essa minha amiga, que só me dá trabalho. Você não podia ter só um e a gente acabava por aqui? Não!  Agora Charles vai querer ter mais um para não ficar atrás do amigo e quem se lasca carregando criança para cima e para baixo sou eu. Como estão essas lindezas? 

Conversamos as três já que Léo foi para casa tomar banho, pegar roupas para mim e para os bebês e pôr as crianças na cama. Ana estava na cantina pegando um refrigerante para tomarmos.   A comida era até boa, mas precisava tomar um refrigerante e só minha cúmplice para me ajudar.

Quando Ana volta a farra fica completa e falamos besteira até Léo voltar. Percebendo que Mari poderia ficar constrangida com ele no quarto, conversei com ele que entendeu e Ana ficou conosco. 

Conversamos muito durante toda a noite! Adoro, amo meu marido, mas não poderia ter companhia melhor. 

Logo cedo Mari teve alta e Ana a levou para casa. eu ainda ficaria internada mais esse dia para ter certeza que as eu e as crianças estávamos bem da cirurgia. 

O apoio de todos era fantástico, mas só de imaginar que estaria em casa com duas crianças chorando ao mesmo tempo, além de Gabi e Davi eu pirava. 

Socorro, que Deus me ajude!


Do meu tamanhoOnde histórias criam vida. Descubra agora