Capítulo 35

75 17 5
                                    

Se até uma hora atrás alguém me dissesse que seria noiva do Léo ia mandar a pessoa se internar, tamanha loucura. Pelo visto, coisas loucas podem acontecer comigo. 

A festa que estava tomando ares de fim ganhou novo fôlego e virou numa festa de noivado das mais animadas.  Léo tinha pedido um buffet que apareceu com lanches, salgadinhos e docinhos dos mais variados. Um DJ veio animar a galera e um bartender que servia drinks maravilhosos, e o melhor de tudo, todos tinham uma versão não alcoolica, que fez com que as crianças se esbaldassem. Foi dessa forma que um churrasco entre amigos virou uma festa de noivado e durou até tarde. Claro que depois que as crianças foram para a cama,  graças a intervenção dos meus pais, o Dj encerrou e colocamos uma musiquinha só para dar um clima e com o que o buffet deixou e umas garrafas de vinho que tinha em casa, fomos até tarde conversando. 

Os meninos eram realmente bacanas e tão sacanas quanto minhas amigas, que não deixaram de nos zoar e provocar. A amiga de Ana se enturmou logo e fizemos questão que todos passassem a noite ali, estava todo mundo alto e deixar alguém sair seria muita irresponsabilidade, não que alguém mostrasse a minima intenção de ir embora. Estávamos realmente entre família. 

Um novo dia surgiu e optamos por dar por encerrada as comemorações, pelo menos com bebida alcoólica. Minha mãe fez  um café forte e Montanha surgiu com uma poção mágica corta ressaca e não é que deu certo? 

Quem quis foi para a piscina, mas a maior parte dos adultos preferiu descansar um pouco. Espalhamos todos pela casa, inclusive pela de Ana e na hora do almoço o desespero começou a bater. Para cozinhar para tanta gente, por mim, servia macarrão com salsicha, mas Léo havia pensado em tudo.

Quando já ia começar a fazer o macarrão o buffet voltou. Não sei como ele conseguiu pensar em tudo isso, mas agradeci imensamente não ter que cozinhar para tanta gente, já que meus planos seria uma comidinha caseira para minhas amigas e meus pais antes deles voltarem. 

A comida era deliciosa e caiu muito bem para quem estava se recuperando de uma noite regada a vinho. Claro que o assunto da vez era meu casamento. Ainda nem tinha parado para pensar nada, sequer havia caído minha ficha. Gente, eu sequer pensava que um dia me casaria. 

- Calma gente! Nem sei por onde começar. - desabafei.

- Que tal marcando a data? - sugeriu meu pai, o que foi confirmado or todos.

- Por mim seria amanhã, tem como? - disse Léo engraçadinho.

- Tem que ter pelo menos 3 meses, se você der a entrada nos papéis amanhã e se quiser somente o civil.- esclareceu Vânia

- Então 3 meses. - disse Léo.

- Nem pensar, minha filha única não vai deixar de ter um casamento na igreja como se manda o figurino. - já deixou bem claro minha mãe.

- É Léo, então acho bom pensar ai nuns 6 ou 7 meses. - opinou Vânia.

- Ah, mas ai seria perto do Natal e ano novo.  já tem muita coisa nessa época. Se temos que esperar esse tempo, melhor fazer em janeiro, assim poderíamos viajar em lua de mel e férias ao mesmo tempo com as crianças.

- E vocês pensam em levar as crianças para lua de mel? Claro que não - retrucou meu pai.

- Mas eu não vou viajar sem ele. - bati o pé. - Fico sem lua de mel, mas não deixo meus filhos para trás.

- Posso fazer uma sugestão? Amor, a gente poderia casar num sábado, passar o final de semana em um hotel ou pousada por perto e na segunda viajar com as crianças.Tenho certeza que meus sogros e Ana não se importariam, certo? - Léo amenizou o clima.

- Claro que não! - afirmaram os três.

- Tá bom! 

- Ah safadinhos. Já começaram pela lua de mel. -sacaneou Wesley fazendo todos rirem.

Marcamos para a última semana do mês de janeiro. Minha mãe fez um grupo no zap e colocou minhas amigas e Ana. Primeira coisa no grupo que minha mãe fez foi fazer contagem regressiva. 

Depois que todos partiram Ana me pressionou e  só pudemos descansar depois de fechar uma lista de convidados.  Não tínhamos muitos amigos e parentes. No final fechamos com 60 pessoas, o que para mim era demais, mas a moça do buffet disse que era o ideal para um casamento íntimo.

A semana passou bem intensa e claro, tinha que ter alguma treta. A Tina, a amiga de Ana, era nada mais nada menos que uma das fotógrafas mais cobiçadas na cidade. Claro que ela fez altas fotos e vídeos da festa com o celular dela e me passou. Não sou muito de ficar postando coisas nas redes sociais, mas estava tão feliz que topei postar algumas fotos. 

Nunca liguei muito para isso de curtidas, então poste e deixei para lá. Na segunda senti que me olhavam de maneira estranha na base, mas nem liguei. Alguns mais chegados me parabenizaram pelo noivado, mas nada demais, mesmo porque nessa semana teria as provas finais da nova turma e bastante trabalho.  Lá pela quinta feira, senti que não estava muito bem e nem bem cheguei na base senti um enjoo terrível e corri para o primeiro banheiro que achei. 

Vomitei todo meu café da manhã e estava de perna bamba de tão fraca. Sentei para me recuperar e entraram duas recrutas no banheiro. Até ai tudo bem, mas quando me atentei que eu era o assunto meu sangue subiu.

- Ai menina, não entendo o que aquele gostoso do Léo viu naquela baranga.

- Ela até que teria potencial se não fosse aquela gordura e altura toda. 

- Fiquei chocada quando vi no Facebook que ele mudou o seu status e quando percebi quem era sua noiva quase morri. Só podia ser trote. Mas pior que parece que não. 

- Mas você ainda o segue? 

- Claro, nunca perdi as esperanças de ter algo a mais com ele. Não admito que ele tenha me deixado para ficar com aquela gorda.

- E pensar que por causa dessa gorda quase fico reprovada. Ainda bem que ainda temos professores a moda antiga que ajudam as alunas mais necessitadas.

- Você está querendo dizer que faz teste do sofá né? 

- Você entendeu amiga. Mas isso não é mais problema.  Agora me diz o que pretende fazer.

- Ué, quem sabe uma visitinha para ele não o faça relembrar dos tempos antigos?

- Mas como, se desde o primeiro ano ele prefere ver o capeta do que você?

- Você me subestima mesmo. Léo é muito educado para negar minha amizade totalmente sincera e desinteressada. 

- Você pensa em tudo. - e saem as duas rindo. 

Ah, mas eu tinha muito o que fazer e a primeira coisa seria dar uma revisada nas notas das recrutas, especialmente das que estão no segundo ano.  Faz tempo que desconfiava que ainda rolava essa merda de teste do sofá, mas não no que depender de mim.

 

Do meu tamanhoOnde histórias criam vida. Descubra agora