Capítulo 34

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Três meses depois

Já estamos namorando há mais de três meses. É impressionante a rapidez com que estabelecemos nossa rotina. Ele sai do trabalho, passa em casa, toma banho, pega uma roupa e vem jantar com a gente e colocar as crianças na cama, depois assistimos séries ou filmes e namoramos um pouco. Na maioria das vezes ele dorme aqui, mas tem vezes que ele volta para casa por um ou outro motivo. 

Ele está amando o trabalho. Já colocou alguns bandidos na cadeia  e está com alguns na mira, mas não falamos muito de trabalho.  Entendo perfeitamente sua posição. Por muito tempo meus pais não sabiam nem em que lugar do país eu estava, apenas que eu estava em missão. Ainda tenho a vantagem de saber que ele chegará em casa para jantar. Aos finais de semana sempre fazemos programas em família, seja uma ida ao parque, piscina, cinema me casa ou só ficar de bobeira. 

Ana está começando suas aulas práticas de direção e está adorando. Em breve ela vai pegar o carro para sair por aí, mas já vi que vai ser tenso e Léo concorda comigo. Infelizmente nós trabalhamos em lados opostos da cidade e dependemos do carro para chega e sair com mais liberdade. Ficar sem carro me deixaria sempre tensa, quero ter a liberdade de poder vir para casa a qualquer necessidade, como no dia em que Gabi se machucou na aula de judô ou quando Davi teve infecção de garganta e ardeu em febre na escola. 

Por mais que confie de olhos fechados em Ana, a mãe sou eu e preciso estar com eles nessas horas. Bom, a única solução que me parece plausível e razoável é comprar um carro para que Ana use. 

Calo que teria que ser um carro confortável, seguro e do gosto dela. Fomos a uma concessionária  com a desculpa de trocar o meu carro. Eu, Ana e as crianças ficávamos curtindo os carros, claro que pela beleza e Léo avaliava mecânica e itens do carro como ar condicionado, vidro, direção e etc. coitado do vendedor, que não sabia a quem dar atenção. 

Um dos veículos nos chamou a atenção. Era de um tamanho bom, com 4 portas, ar condicionado e direção hidráulica. Para viajar não era o ideal pois o porta malas não era caberia toda a bagagem que levamos a uma simples visita aos meus pais, mas para uso na cidade seria perfeito. 

Foi o único modelo que agradou a todos, mas quem devia gostar mesmo era Ana. Conversava com ela tentando extrair sua impressão sobre o carro e a apertei até ela dizer se realmente tinha gotado doc arro e ela confessou que se pudesse compraria aquele carro sem sequer duvidar.  

Obviamente, pedi para fazer um test drive e levamos o carro a um estacionamento que estava vazio.  Dei uma volta e ele é realmente macio e leve. Gostoso de dirigir e com um amortecedor fantástico porque nem sentimos os quebra molas. Léo deu outra volta e concordou comigo, mas a maior interessada tinha que aprovar. 

Era hora de Ana dar uma voltinha e a princípio ela resistiu, mas logo que assumiu a direção pegou gosto. Os olhos dela até brilhavam e o bom é que ela estava treinando para sua  prova de direção. Estávamos todos empolgados com o novo carro. Ana me fez prometer deixa-la dirigir assim que o carro chegasse.  

Fechamos o negócio. Dei uma entrada e financiei o restante. Claro que eu iria querer que o carro fosse entregue com laço e tudo, mas somente assim que Ana tivesse sua habilitação. A prova seria na quarta feira de manhã e se tudo desse certo,  as crianças iriam para a escola de caro novo na quinta. 

Pedi uma folga e a acompanhei na prova. A coitada estava bem nervosa, mas nada que umas piadas não resolvesse. Ela cometeu um errinho, mas ainda assim passou na prova.  Claro que assim que a vi sair do carro alegre mandei uma mensagem ao vendedor para me entregar o carro hoje a tarde. 

Assim que chegamos com as crianças o vimos, estacionado em  frente nossa casa, com um laço vermelho enorme chamando a atenção de Deus e o mundo. Peguei os documentos já com o nome de Ana com o vendedor, as chaves e as crianças queriam porque queriam andar de carro novo. 

- Não crianças. A dona do carro tem que deixar.  - todo mundo ficou me olhando com cara de surpresa.  - Ana, parabéns pela sua habilitação - falei a entregando as chaves e os documentos do carro. 

A mulher não sabia se ria ou se chorava. As crianças aplaudiam e faziam festa agora enchendo ela para passear. Ela me abraçou emocionada e claro que também me desfiz em lágrimas. 

- Alessa, agradeço. Ninguém nunca fez tanto por mim quanto a senhora, mas não posso aceitar, é muito caro. 

- Imagina gata! Você se tornou a irmã que nunca tive e merece tudo e muito mais.  Aceite, é de coração e vai facilitar muito a vida de todos nós. confesso que não é um presente desinteressado, afinal, estará com meus filhos por aí. 

- Claro, mas pode deixar que só vou usar para sair com as crianças.

- De forma alguma, é para você também usar para sair com os amigos, viajar, é seu. Faça tudo o que quiser.

Bom, resta dizer que demorou para convencê-la a aceitar o presente. Ela até aceitou o carro, mas fez questão de manter o combustível e a manutenção e nessa não consegui vencer. Acredito que ela tenha feito uma boa poupança como eu orientei já que ela tem  poucos gastos pessoais e eu assino sua carteira desde o dia em que ela saiu daquele abrigo.

Claro que o resto da semana as crianças só quiseram saber de ir com Ana e o carro novo nas suas atividades. Perdi meus filhos! 


Quinze dias depois

Esse final de semana marcamos de fazer um churrasco com os amigos. Léo convidou Charles, Wesley e Montanha, eu chamei meus pais, Vânia e Ester com o noivo Ricardo. Ana não ia convidar ninguém, mas botamos pressão e ela chamou uma amiga da auto escola. As crianças também chamaram 2 amiguinhos cada e a casa estava cheia.   

Os meninos foram os primeiros a chegar e, claro, não deixaram de sacanear Léo, que agora era chamado de turista. De repente os meninos ficaram sérios e logo soube o motivo. Wesley ia assumir a empresa da família. Pediu baixa e segunda assinaria os documentos e sairia do apartamento até o final do mês para morar num dos apartamentos da família perto da loja. os meninos ficaram tristes por uns instantes, mas logo voltaram à alegria normal. 

Recebi a todos quando chegaram e pouco depois do meio dia todos estavam presentes. Claro que exceto eu, Ana e minha mãe, os demais estavam em volta da piscina, mas logo nos juntamos a todos com o almoço. 

Lá pelas 1 e meia da tarde Léo some com meu pai. o que só notei porque queria servir a sobremesa e precisava dele para me ajudar a montar a mesa, mas logo me resolvi e montei a mesa sozinha mesmo. Logo me aparece meu pai de olhos molhados e  Léo com um sorriso estranho no rosto. esses dois estavam aprontando. 

Enquanto isso, servi a todos os convidados de sobremesa. Fiz pudim de leite, o preferido das crianças, pavê, o preferido de Ana e Ester e Léo apareceu com um bolo salgado e um bolo de chocolate. 

Estava tudo indo bem, todos satisfeitos e parecia que estava tudo começando a esfriar e ao que parecia logo terminaria, bastava o primeiro se manifestar para ir embora. Notei Léo um pouco agitado mas vai ver que é por receber os amigos, vai entender. 

Do nada  Léo se levanta e chama a todos. Ficamos todos a sua volta e ele me chama para ficar a seu lado. Estranho essa atitude,mas ainda assim vou até ele que me dá a mão. 

- Hoje convidamos nossos amigos para passar um dia tranquilo com a gente, curtindo uma piscina e um super churrasco que só meu sogrão sabe fazer. - geral bateu palmas e fez algazarra - Mas o que poucos sabem é o real motivo desse momento - nessa hora Léo se vira para mim  e se ajoelha.

- Oh não! - puta merda, por essa eu não esperava. Os caras piram e as mulheres suspiram. 

- Amor, você é minha vida, meu tudo, sem você não sei mais viver e nem quero saber. Quero estar ao seu lado por toda a vida, para vencer todo e qualquer obstáculo,para ver nossos lindos filhos crescerem, quero participar de cada risada, joelho ralado, reclamação da escola, jogos de futebol e espantar todos os que tiverem a ousadia de pensar em namorar nossa princesa. Enfim, com você eu quero tudo. Casa comigo? - ele finaliza abrindo uma caixinha com um anel lindo.

Por mais lindo e brilhante que fosse o anel, não conseguia deixar de olhar dentro dos olhos dele pois ali estava toda sinceridade de seus sentimentos.  nem por um milhão de anos conseguiria dar outras respostas que não fosse: 

- Sim.  - respondi e nos beijamos assim que ele pôs o anel em mim. 

Do meu tamanhoOnde histórias criam vida. Descubra agora