Eu sou o ...

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Desço correndo as escadas da casa que me levariam até a cozinha onde Emeraude estava preparando algo que depois chamaríamos de comida. Chego lá e vejo minha mãe sentada em um dos banquinhos da bancada preta de mármore, ela estava apoiando a cabeça em uma das mãos enquanto via Em tentar fazer um purê de abóbora, me vendo na porta ela abre um pequeno sorriso e eu retribuo indo até ela e deixando um beijo em sua testa, ela parecia estar melhor.
- Oi mãe, como você está? - Pergunto me sentando no banco ao seu lado.
- O remédio fez efeito e estou me sentindo bem melhor.
- Eu fico muito feliz ao saber disso mãe, quando eu for embora eu preciso que você continue com o tratamento. Você pode fazer isso?
- Sim filho, mas por favor não vamos falar sobre a sua ida, não agora.
- Ok, o que você está fazendo aí Em? O cheiro está péssimo. - Pergunto e a morena me olha rapidamente.
- Olha aqui, você fica gemendo o nome do Harry para todo mundo poder ouvir e eu não falo porra nenhuma então cala a boca por que meu purê de abóbora vai ficar uma delícia e todo mundo vai adorar ele. - Emeraude diz já estressada. - Espero que você e o Harry não dêem um migué e apareçam nesse jantar em família improvisado.
- Acho melhor você obedecer a sua irmã Matthew.
- Eu sou o mais velho, ela quem deveria me obedecer. - Digo pegando uma uva da fruteira a minha frente. - Eu e o meu noivo vamos aparecer nesse jantar e eu espero que esteja divino Emeraude.
Saio da cozinha levando comigo um cacho de uva, subo para o meu quarto e chegando lá vejo Harry dormindo agarrado com o meu travesseiro com uma das minhas camisas perto do nariz. Pego o meu celular e registro esse momento tão fofo, sem nem hesitar coloco a linda foto como o meu plano de fundo da tela de bloqueio e depois entro no meu quarto devagar e me procuro um espacinho para que eu pudesse deitar, quando o encontro, Harry solta o travesseiro e me agarra na mesma hora me fazendo rir e sendo assim dormimos até a hora do temido jantar em família.
- Assim que terminarmos de comer vamos ir beber alguma coisa. - Digo subindo a calça jeans preta rasgada nas coxas.
- Claro, eu preciso de álcool no meu organismo e urgente.
- Então somos dois. - Pego o meu celular e coloco no bolso de trás da calça. - Preparado?
- Sim vamos acabar logo com isso.
Descemos para a sala de jantar onde estava todo mundo esperando a gente, sentamos a mesa e então Sônia ajuda Emeraude a colocar as comidas na mesa.
- Independente do que acontecer nesse jantar eu quero que saiba que eu te amo, se eu morrer comendo esse alimento radioativo eu quero que todos os meus bens fiquem no nome do Charlie. - Falo em alto e bom som fazendo Emeraude revirar os olhos.
- Vamos fazer uma aposta, se isso ficar bom eu vou ser uma das madrinhas no casamento de vocês. - Em estende a mão para selar a aposta e eu faço o mesmo.
Colocamos a nossa comida e então começamos a comer, ela tinha feito um carré de cordeiro com risoto de cogumelo, o purê queimou então ela resolveu mudar a receita. Infelizmente tudo estava comestível e eu duvidava de que tinha sido a Em quem fez tudo aquilo, talvez a Sônia pudesse ter ajudado ela porque a minha batatinha não tinha capacidade para preparar aquilo.
- Filha isso está divino. - Meu pai diz e Emeraude faz um tipo de placar com a mão.
- Seu pai tem razão filhota, parabéns. - Dessa vez foi minha mãe quem falou, ela tinha dado apenas uma besliscadinha no carré e agora estava brincando com a comida.
- E você Matthew? O que achou do meu jantar? - Emeraude pergunta provocativa.
- Isso aqui tem dedo da Sônia com certeza, pode falar a verdade. - Digo apontando o garfo para ela.
- Nadinha, tudo feito por mim. - Em coloca a mão no queixo e faz um bico.
- Aceita que a sua irmã fez um delicioso jantar baby. - Harry diz apertando a minha coxa esquerda.
- Tá dando pra comer, parabéns Emeraude. - Digo as duas últimas palavras em um tom mais baixo e Emeraude me dá um chute por debaixo da mesa.
- Um pouco mais alto Matt. - Ela diz colocando a mão no ouvido.
- Parabéns Emeraude, tá satisfeita?
- Não, só irei ficar satisfeita quando entrar naquela igreja e me posicionar com as madrinhas.
Terminamos o nosso jantar em meio de muitas risadas e revelações vergonhosas sobre quando eu era pequeno, como na vez em que eu abracei uma moça aleatória pensando que ela era a minha mãe e juro que quase morri de tanta vergonha naquele dia, meus pais estavam adorando revelar todos os meus podres e Harry se divertia rindo da minha cara, até minha mãe se juntava as risadas.
- Teve uma vez que o Matt se escondeu embaixo da passarela só para não aparecer nos agradecimentos dos desfiles. - Minha mãe diz sorrindo e olhando para mim.
- Eu era vergonhoso, o que podia fazer? - Digo e reviro os olhos. - Já terminaram com o meu expossed?
- Sim filho, não precisa ficar irritado. - Dessa vez foi meu pai quem falou. - Harry o que acha de abrirmos um dos vinhos que tenho na adega?
- Seria perfeito Richard porém eu prometi para o Matthew que iríamos beber alguma coisa em um barzinho na cidade.
- Uh é verdade. Que tal irmos agora? - Digo já me levantando e puxando Harry comigo.
- Se seus pais não se importarem. - Harry diz olhando para a minha mãe que põe logo um sorisso no rosto.
- Claro que não querido, podem ir se divertir. - Minha mãe diz e levanta para se despedir de nós dois. - Se cuidem.
Dou um beijo na minha mãe e subo para pegar um casaco já que a noite parecia estar bem ventilada, pego um para o Harry também e desço novamente puxando o meu noivo pra que pudéssemos sair logo dali. Harry saca as chaves do carro e então entramos, ele dirige até um bar que foi recomendação minha já que quando morava aqui em Sacramento sempre vinha aqui com uns amigos ou até mesmo uma vez ou outra com o Sandro.
- Gosta de barzinhos rústicos? - Pergunto descendo do carro.
- Quando eu estava na faculdade eles eram os que eu mais frequentava, então sim, eu gosto de barzinhos rústicos. - Ele diz e entrelaça os nossos dedos e logo depois me dá um selinho rápido.
- Então você vai amar esse aqui.
Entramos no local que estava rodeado de jovens e adolescentes que provavelmente estavam saindo da faculdade ou até mesmo que tinham acabado o expediente agora. Algumas pessoas nos olhavam, talvez fosse pelo fato de sermos um casal gay ou era só o fato de sermos um casal gay muito bonito e a nossa beleza devia estar deixando as pessoas impressionadas, acho que fico com a segunda opção.
Sentamos cada um em um banco que ficava em frente a uma enorme pedra de mármore onde os copos deslizavam pra lá e pra cá, o barman vem até nós e pergunta qual era o nosso pedido e sendo assim eu peço gin com tônica e Harry pede uma dose dupla de whisky. O homem se apressa com os pedidos e logo já estávamos com as nossas bebidas em mãos, Harry prova o líquido de seu copo e depois passa sensualmente a língua pela sua boca rosada tirando qualquer vestígio do whisky que ele tinha pedido.
- Eu percebi esses dias que não te conheço muito bem. - Digo dando um gole na minha bebida.
- O que você quer saber senhor Matthew Daddario? Sou um livro aberto e estou disposto a te responder o que você quiser. - Ele diz e morde os lábios sendo sexy novamente, na verdade eu acho que não tinha um momento se quer que ele deixasse de ser sexy.
- Quantos anos tinha quando descobriu sua bissexualidade? - Começo a rodada de perguntas.
- 6 anos, contando que a minha primeira experiência sexual homossexual foi com 4 anos. - Harry diz tranquilamente degustando a sua bebida em pequenos goles.
- Desculpa amor, eu esqueci.
- Tranquilo, são águas passadas. Próxima pergunta.
- Qual foi a primeira impressão que você teve quando me viu?
- Quis te tirar daquela sala e te beijar até ter câimbra na boca.
- Que bom que compartilhamos o mesmo desejo. - Digo e dou uma risadinha.
Harry ri junto comigo e alguns segundos depois o celular dele começa a tocar, vejo na tela que era o Kieran, esse filho da puta insistia em atrapalhar todo o tempo. Harry me olha e diz que iria atender lá fora e que já voltava, ele fala para eu pedir mais uma rodada e então sai para atender o telefonema. Chamo o barman e peço mais uma rodada e o homem diz que já trazia, pego o meu celular e começo a ver as mensagens que Katherine tinha mandado mais cedo, elas consistiam em palavras de baixo calão que me fizeram rir bastante, mando uma foto para ela fazendo uma careta e até eu dou risada da palhaçada que tinha acabado de fazer.
- Ela deve ser muito sua amiga para poder receber uma foto assim. - Um homem com os cabelos tingidos de ruivo diz se sentando ao meu lado já chamando o barman que tinha em mãos o meu pedido.
- Ela é como uma irmã para mim, então merece receber fotos minhas desse jeito. - Digo me virando um pouco para ele.
- Bebendo sozinho? Não parece ser do seu feitio.
- Diz o homem que nunca me viu na vida, aliás estou esperando o meu noivo terminar uma ligação então não estou sozinho.
- Noivo? Por essa eu não esperava. - O homem diz colocando a bebida na boca. - Eu sou o ...

You Belong To Me - 2° temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora