Acordei tomando um susto terrível com a minha sogra com o rosto bem próximo ao meu o que resultou a um grito que rendeu uma risada escandalosa da minha sogra.
- Meu Deus Violet! - Coloco a mão no coração. - Eu estou dormindo a quanto tempo?
- Duas horas. E antes de você reclamar, o Harry já saiu da cirurgia a uns 40 minutos e está muito bem, tirando o fato de que ainda está anestesiado. - Meu coração acelera e meus olhos começaram a lacrimejar. - Ele está bem meu amor. - Ela passa a mão no meu rosto e depois deposita um beijo na minha bochecha.
- Conseguiram tirar todo o tumor?
- Sim, agora ele só precisa começar a radioterapia para que o tumor não volte.
- Essa é a parte mais difícil. - Digo e ela ri fraco. - Você sabe como o seu filho é. Não conheço alguém mais teimoso do que ele, a não ser a minha mãe.
- Filhinho! - Minha mãe entra no quarto onde eu estava com o meu filho no colo. - A vovó não é teimosa, não é mesmo baby Léo? - Ela pergunta para o bebê que olha para ela e impressionantemente abre um sorrisinho. - Você sorriu pra vovó? Eu não aguento esse sorrisinho banguela!! Aí que vontade de te morder.
- Não acredito que você sorriu para a vovó Catherine e não sorriu pra mim! - Violet diz incrédula. - As vezes a vida é tão injusta.
- Meu Deus quanto drama. Cadê o neném do papai? - Chamo o meu filho que estava coçando os olhinhos já que nos primeiros meses os bebês mais dormiam do que faziam qualquer coisa. - Me dá ele um pouquinho mãe?
- Claro filho. - Ela vem e coloca o meu pequeno no meu colo e depois senta na minha frente.
- Ele mamou? - Pergunto sentindo o cheirinho tão gostoso que ele tinha.
- Mamou, dormiu, tomou banho e trocou de roupa. - Violet diz sorrindo para o neto. - A Samantha veio aqui para poder trazer algumas coisinhas dele que estavam no orfanato e para ver ele já que faziam três dias que o Léo não ia para o orfanato.
- Três dias? - Levanto as sobrancelhas e minha mãe ri.
- O Harry está com a guarda do Léo a três dia filhinho, mas nesse tempo quem ficava com ele era eu e a Violet.
- Ele ficou que nem um doido resolvendo os documentos da adoção daqui do hospital, já que ele não saia de dentro do seu quarto nem se a Alicia pedisse. Meu filho quando quer alguma coisa, não desiste.
- Eu sou a prova viva disso. - Digo e elas dão risada pois sabiam que era verdade.
Ficamos conversando enquanto o Léo dormia no meu colo. Violet preparou um macarrão a bolonhesa para mim que com esforço consegui comer, ainda mais quando ela colocou parmesão ralado por cima, o que era a minha perdição.
- Quando eu posso ir ver o Harry? - Pergunto tomando a água que a minha mãe trouxe para mim.
- Na verdade você poderia ter ido para o quarto dele desde quando ele saiu da cirurgia. - Thomas diz entrando no quarto com o seu costumeiro sorriso. - Mas como sou um médico pé no saco, eu resolvi mandar essas duas para te segurar mais um pouquinho.
- Sério Thomas? - Pergunto com a feição fechada. - Já não basta todas as brincadeirinha de antes? Agora eu tenho que ficar com essas duas doidas. - Digo entrando na brincadeira.
- EI! - As duas reclamam em uníssono fazendo Thomas rir e balançar a cabeça.
- Dinda. Catherine. - Ele vem até elas e beija as suas mãos em um gesto de puro cavalheirismo. - Muito obrigado por manterem o meu paciente aqui em repouso.
- Obrigado você por cuidar do meu filhinho. - Minha mãe agradece e Thomas apenas sorri. - Eu vou levar o Léo para casa enquanto você fica com o Harry. - Ela pega o meu filho e coloca ele no bebê conforto que estava no chão. Na mesma hora, meu pai entra, dá um beijo na minha testa e pergunta como eu estava. Depois de confirmar que estava me sentindo ótimo, ele leva o meu filho para o carro, sendo acompanhado por Violet e minha mãe que se despedem me dando beijos e abraços.
- Você pode me liberar para ver o meu marido agora doutor Thomas? - Pergunto irônico.
- Claro senhor Daddario. Ou prefere Shum Daddario? - Pergunta com um sorriso.
- Ainda tenho que me acostumar com isso. - Dou risada e Thomas me acompanha.
- Vamos lá ver o rabugento do seu marido.
Saio da cama e então Thomas me leva para o elevador, após tirar o soro e o cateter do meu braço. Encosto na parede do elevador e cruzo os braços pensando um pouco.
- Ele está realmente bem? - Pergunto um pouco preocupado.
- Precisamos conversar sobre isso. - Ele diz assumindo uma postura mais séria. - Como ele ainda não acordou, nós não sabemos a maneira que ele está. Temos muitos riscos que só vão passar quando o Harry acordar. - Sinto um frio na espinha mas mesmo assim pergunto.
- E quais são esses riscos.
- O primeiro é que ele pode não acordar. Segundo que ele pode sofrer uma perda parcial de memória, movimentos, falas, visão, audição. No primeiro momentos ele pode não reconhecer algumas pessoas já que o cérebro dele estava hibernando nesse tempo de cirurgia e o da recuperação dele. O pior é a incerteza de se ele vai acordar ou não.
- Ele pode não me reconhecer? - Fico agoniado com a possível resposta.
- É uma pequena probabilidade mas você não deve se preocupar com isso agora.
- É meio difícil não me preocupar após saber que é possível que o meu marido não acorde, não me reconheça, perca a memória, a fala e os movimentos! - Digo um pouco exaltado.
- Nós precisamos que ele acorde antes de especular qualquer coisa. Matthew, você precisa ser forte e estar disposto a ajudá-lo em tudo o que ele precisar. - Thomas pega na minha mão e me transmite um olhar calmo.
- Desculpa. - Passo a mão na nuca. - É horrível ter a incerteza de como ele vai estar. A sensação de que eu posso perder alguém que eu amo é péssima. Você consegue me entender?
- Mais do que você possa imaginar. - Olho para ele com dúvida e depois de um tempo ele me explica. - Depois de três meses casado com a Shelby, ela descobriu que estava grávida. A gravidez foi de risco e quando ela chegou no quinto mês de gestação, descobrimos que o bebê estava morto pois morreu sufocado pelo cordão umbilical. - Arregalo os olhos e vou dar um abraço nele. - Eu amava aquela criança sem ao menos conhecê-la e quando eu soube que nunca a conheceria, foi como se tivessem tirado o meu coração do peito e esmagassem com as mãos.
- Meu Deus Thomas. Eu sinto muito por isso. - Ele sorri fraco.
- Tudo bem. Só queria te dizer que nesse momento a sua força é a que vai fazer o Harry ficar de pé. Ele pode não lembrar de você agora mas o cérebro dele precisa de um tempo para poder voltar e quando menos esperar tudo vai ficar bem.
- Eu estou com tanto medo. - Confesso.
- Posso imaginar, mas precisamos ter fé e rezar para que ele acorde e volte a ser quem ele sempre foi. - Ele diz me confortando. - Vamos lá, aquela coisa feia precisa de companhia.
Fomos até o quarto onde Harry estava internado e ao chegar lá, vemos Alicia saindo de lá com o prontuário de Harry e um sorriso no rosto.
- Matthew. Thomas. - Ela nos cumprimenta.
- Oi Alicia. Como ele está? - Pergunto ansioso.
- Ainda não acordou, mas os sinais vitais estão estáveis, o cérebro dele já deu uma desinchada e se tudo continuar avançando, tem chances de que ele acorde até amanhã. - Ela diz esperançosa. - No caso serão mais algumas horas já que daqui a pouco a madrugada vai se iniciar.
- Ele vai ficar com alguma sequela Alicia. - Mordo o interior da bochecha por conta da agonia.
- Até ele acordar eu não posso te dar nenhuma certeza.
- E eu posso ficar com ele? - Ela me olha sorrindo e assente.
- Pode sim Matthew, porém quando ele acordar antes de qualquer coisa eu peço que você aperte o botão vermelho para que eles me chamem.
- Não vou hesitar em fazer isso, pode ter certeza.
- Bom, eu preciso ir para os meus pacientes. Me acompanha Thomas? - Alicia pergunta para o médico que a puxa fazendo com que ela girasse e fosse de encontro ao seu corpo me fazendo rir.
- Claro Lili. - Pisca para ela. - Matthew, depois nós voltaremos e lembra do que eu te disse no elevador.
- Eu não vou esquecer.8 horas depois.
O dia estava amanhecendo quando Thomas entrou no quarto para me trazer o café da manhã. Ele checou os sinais vitais de Harry e me acalmou com um sorriso.
- Como foi a noite? - Ele pergunta se sentando na cadeira que ficava ao lado da cama de Harry.
- Nem vi o tempo passar. - Digo e ele ri. - O que trouxe para mim?
- Um sanduíche natural e suco de laranja. - Thomas me entrega o lanche e logo eu começo a comer já que estava faminto.
Quando terminei o meu "café da manhã", ouço uma tosse vim de Harry e assim que a minha ficha caiu, percebi que ele tinha acordado.
O meu marido voltou para mim!
Thomas apertou a campainha que avisaria para os enfermeiros e para a Alicia que Harry tinha acordado e então em menos de dois minutos o quarto estava cheio de profissionais que rondavam a cama em que o meu marido estava. Thomas saiu do quarto para poder ligar pra Violet.
As lágrimas desciam pelos meus olhos enquanto eu agradecia a Deus por ele ter trago o meu Harry de volta para mim. Alicia me olhou e sorriu para mim, enviando pensamentos possitivos já que eu iria realmente precisar disso.
- Bem vindo ao mundo real! - Alicia diz divertida sorrindo para o amigo. - Como você está se sentindo?
- Com sono. - Ele responde, tirando a minha dúvida de que ele não conseguiria falar.
- Pode me dizer quem você é? - Com o prontuário em mãos, ela começa a escrever alguma coisa.
- Me chamo Natan Oliver Saito. Sou chefe de cozinha. 29 anos e solteiro. - Ele diz simples. - Mais alguma coisa?
- Ok. Isso não é bom. - Ela murmura olhando para mim que a olhava espantado. - Natan, qual é o nome da sua mãe?
- Não consigo me lembrar! O que está acontecendo comigo? - Ele começa a apertar os olhos com força. Alicia conversa com os enfermeiros e eles saem do quarto e então Harry começa a rir sem controle nenhum o que me deixou muito puto. - Ai caralho. Eu quero a filmagem dessas câmeras! Puta que pariu.
- Harry! - Alicia o repreende.
- Oi Alicia. Ficou com muita saudade de mim? - Ele pergunta com um sorriso cafajeste no rosto. - Minha cabeça tá doendo para um caralho.
- Vamos dar uma controlada nessa boca mocinho. Vou aumentar a sua medicação e também vou pedir alguns exames só para saber se você está bem. - Ela anota e me chama com o dedo. - Lembra do seu marido?
- Tem como esquecer esse rostinho lindo? - Ele diz arrancando um sorriso de mim que ainda chorava. - Por que você chora tanto baby?
- Eu vou deixar vocês um pouco sozinhos mas eu sei que isso não vai durar muito tempo. Por favor tomem cuidado e não façam nada que eu não queira ver.
- Obrigado por tudo Alicia. - Vou ao seu encontro e a abraço.
- Por nada Matthew. Cuida desse carinha pra mim.
- Pode deixar. - Digo e ela sai me deixando sozinho com Harry. - Eu estou com muita vontade de te bater.
- E o que eu fiz para merecer tal tratamento? - Harry diz irônico.
- Aonde já se viu fingir uma perda de memória, Natan Oliver Saito? - Pergunto e ele abre um sorriso.
- Meu sonho sempre foi fazer isso e já que tive a oportunidade, não pude perder ela. Agora você pode vir aqui e me dar um beijo?
- Você não está em uma posição muito favorável senhor Shum! - Brinco com ele.
- Nem se eu disser que te amo?
- Talvez isso ajude um pouco. - Sorrio para ele.
- Eu te amo muito Matthew. - Emocionado vou até ele e o beijo com cuidado, evitando fazer movimentos bruscos para não machucá-lo.
- Eu te amo muito mais Harry.
Sento na cadeira ao seu lado e resolvo curtir todo aquele clima de amor e carinho que rodeava aquele quarto. Aquele clima que só era possível sentir quando Harry estava ao meu lado, até por que todo o amor que eu tinha dentro de mim, pertencia a ele. E é claro que não era só o meu amor que o pertencia. Todo o meu corpo, alma e coração tinha um dono e ele se chama Harry Shum Daddario Jr, o eterno amor da minha vida.
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You Belong To Me - 2° temporada
Fiksi PenggemarContinuação da primeira temporada de You Belong To Me. Onde Matthew e Harry começam a se conhecer mais, descobrindo os seus passados e se apaixonando cada dia mais um pelo outro...