Sem saber o que fazer, simplesmente abraço Harry que me dá vários beijos na bochecha.
- Isso é real? - Pergunto ainda incrédulo com o que estava acontecendo.
- Sim meu amor! - Ele me beija e finalmente deixo as lágrimas escaparem dos meus olhos. - Vai lá ver ele. - Harry me incentiva e é isso que eu faço.
Vou até o carrinho e vejo o nosso leãozinho dormindo plenamente agarrado com uma girafinha peluda. Ao olhar para ele, as lágrimas descem com uma intensidade bem maior e eu não conseguia controlar elas. Ali estava o meu maior sonho, ou melhor, a realização do meu maior sonho.
- Meu amor, com enorme prazer que eu te apresento o nosso filho. - Harry diz me abraçando pela cintura.
- Ele é o nosso filho? - Pergunto respirando com dificuldade.
- Só falta a sua assinatura e então finalmente ele será o nosso filho.
- E quando podemos fazer isso??
- Agora se você quiser. - Ele diz sorrindo aberta e lindamente. - O juiz está nos esperando a qualquer momento.
- Eu não estou conseguindo acreditar!! Como você fez isso Harry?
- Eu sou Harry Shum Daddario Jr e não há nada que eu não possa fazer. - Harry diz e me beija com intensidade que me fez perder o fôlego. Se não fosse por um choro manhoso, acredito que as coisas iriam começar a esquentar. - Eai carinha, tá com ciúmes?
- Oi leãozinho. - Peguei a sua mini mãozinha e passei o dedo lentamente sentindo a maciez da sua pele. - A cada dia que passa você fica mais lindo. - Digo e ele se espreguiça todo, fazendo uma carinha linda de satisfação. O pego no colo e sinto seu pequeno corpo se ajustar em meus braços. Por ser prematuro, ele mantinha medidas pequenas para um bebê que tem por volta de dois meses e meio. - Ele ainda é tão pequenininho, dá até medo de machucá-lo.
- Você não consegue machucar nem uma formiga baby, quem dirá o seu próprio filho.
- Obrigado Harry! - Ele me olha confuso e eu explico. - Por me salvar. Me tirar da solidão. Me amar. Me incentivar. Me fazer e feliz. E por realizar o meu sonho de ter uma família. Eu te amo!
- Eu te amo muito mais. - Ele diz e dá um passo para frente me dando um abraço que era coletivo, já que o nosso pequeno estava nos meus braços. - Agora vamos assinar os papéis para podermos finalmente dar início a nossa família.
Saímos do quarto onde eu estava internado e fomos a uma parte que Harry tinha dito que era da administração, onde ele ficava quando precisava resolver algum problema do hospital, que ele era o dono.
O juiz e um advogado nos esperavam para que eu pudesse assinar os documentos da adoção do pequeno que ainda estava quietinho no meu colo.
Catarina entrou na sala e me cumprimentou com dois beijos e acariciou os cabelos do meu leãozinho que quase ronronou de felicidade. Ela se sentou ao lado do advogado que começou a leitura do processo de adoção, onde só faltava a minha assinatura. A advogada me disse aonde assinar e assim eu fiz, mas antes deixei o bebê no colo de Harry que prontamente o envolveu em seus musculosos braços.
-.Parabéns aos dois. - O juiz pronunciou. - Vocês são legalmente os pais do...? - Ele parou a procura de um nome que ainda não havia sido decidido por nós.
- Leãozinho. - Disse dando um sorriso enorme que Harry retribuiu com uma risada muito gostosa.
- Então vocês são oficialmente pais do leãozinho. - Catarina afirma muito feliz. Nos despedimos do advogado e do juiz que vão embora.
- Obrigado Catarina. Você sempre realizando os meus sonhos. - Meu marido diz e abraça a advogada que se surpreende com a demonstração de afeto repentina.
- O meu trabalho é te fazer feliz seu ogro. - Ela bate o ombro com o dele. - Mas nem tudo são flores....
- O que aconteceu Catarina? - Pergunto pegando meu filho do colo do Harry.
- Acabei de conversar com a Alicia e ela falou que o seu tumor cresceu ainda mais de ontem para hoje. - Ouvir aquilo foi como jogar álcool em uma ferida aberta. - Você decidiu alguma coisa?
- Eu vou fazer a cirurgia, Loss. - No mesmo instante pego uma de suas mãos e entrelaço com a minha, na intenção de lhe enviar energias positivas. - O testamento já está pronto? - Ele pergunta ainda com a mão junto a minha.
- Testamento? - Digo e Harry suspira. - Você não vai morrer meu amor.
- É somente uma prevenção Matt. - Catarina diz calma. - Se alguma coisa der errado, você e o seu filho vão precisar de uma assistência que o fundo bilionário do Harry vai poder suprir.
- É um bem necessário baby, eu não sei se isso vai dar certo e não posso morrer sem a certeza que você e o nosso filho vão ficar bem. - Meus olhos começaram a lacrimejar. - Por favor, me deixa fazer isso por nós. - Ele pega na minha mão e dá um beijo. - Eu preciso cuidar de vocês, mesmo que eu morra.
- Eu te amo. - Digo e ele sorri, dando um beijo na minha bochecha que estava um pouco molhada por conta das lágrimas que não paravam de sair dos meus olhos.
- Eu também te amo baby. - Após um selinho, Harry senta em sua cadeira que ficava de frente a uma enorme mesa preta envernizada que combinava com toda a decoração do escritório. - Você consegue trazer a papelada pra mim, Loss?
- Claro, eu já volto com eles. - Ela diz e sai em busca dos papéis do testamento.
Sentei no sofá de visitas que ficava no escritório e então se ajustando nos meus braços, o meu leãozinho se virou até ficar totalmente confortável no meu colo e bocejou passando as mãozinhas nos seus olhinhos.
- Dá pra acreditar que agora a gente tem um filho? - Pergunto olhando para a criaturinha que lutava bravamente contra o sono que o perseguia.
- Nunca imaginei que um dia poderia dizer que sou pai... Obrigado por fazer a minha vida ter sentido Matt. - Ele diz e emocionado jogo um beijo para ele que o "pega" e deposita na boca me fazendo rir.
- Que bom que aquele clima chato sumiu desse escritório. - Catarina diz entregando alguns papéis para Harry que saca uma caneta da gaveta e assina rapidamente os documentos. - Prontinho Harry, agora você pode fazer essa cirurgia em paz. - Harry se levanta da cadeira e aperta a mão de Catarina que faz o mesmo. - Mas por favor, vê se não morre.
- Vou me esforçar para não morrer. - Ele diz divertido e um frio percorrer minha espinha mas tento me acalmar e pensar que tudo vai dar certo.
Precisa dar certo.
Catarina mais uma vez nos deixa e então Harry vem até a mim e senta ao meu lado no sofá muito confortável e fica fazendo carinho no pé do nosso filho que ainda se mantinha acordado.
- Léo. - Ele diz e eu o olho curioso. - Leonardo Shum Daddario. O que você acha?
- Lindo. Com certeza é o nome que mais combina com o nosso filho. - Digo e vejo que seu sorriso cresce o dando uma expressão tão linda. - Seja muito bem vindo as nossas vidas baby Léo. - Me dirijo ao meu filho que já estava com os olhinhos fechados.
- Eu... amo... vo... cês... - Ele diz com uma dificuldade que nunca tinha visto.
Quando eu me virei para responder meu marido, não tive tempo o suficiente para entender o que aconteceu. Harry caiu do sofá desacordado, bateu a cabeça e começou a convulsionar.
Sem pensar duas vezes, deixei o Léo no carrinho e me joguei ao lado de Harry tentando de forma inútil ajudar ele. Comecei a gritar desesperado por ajuda e chorar ao mesmo tempo, mas os segundos ali passavam tão devagar que minha voz nem parecia ser ouvida.
- Harry por favor não me deixa. - Aos prantos me levanto e corro até a porta de um corredor que era cheio de escritórios e então lembrei que ali era a área de administração do hospital. - Alguém me ajuda por favor. - Grito em plenos pulmões. - Meu marido está morrendo!!
Ninguém me respondeu. Desesperado vou até o celular de Harry que ainda estava convulsionando e ligo para Alicia.
- Alicia, o Harry está morrendo. Por favor me ajuda, eu não sei o que fazer. - Solto tudo de uma vez e volto a chorar.
- Onde vocês estão Matt? - Ela pergunta e depois da um grito pedindo uma maca.
- Escritório dele, Alicia vem logo.
Ela não disse mais nada, apenas apareceu no corredor em menos de um minuto e entrou na sala onde eu estava, foi até Harry que havia parado de convulsionar assim que ela injetou uma seringa nele. 3 homens entraram depois dela e colocaram o corpo de Harry na maca o levando para longe de mim e me deixando com um buraco dentro do peito.
- Alicia... - Consegui chamar a sua atenção e então ela veio até a mim e me abraçou o que me fez chorar como um bebezinho. - Para onde levaram ele?
- Vamos entrar em cirurgia agora. - Ela se afasta e pega minhas mãos. - Eu vou fazer o possível e o impossível dentro daquela sala. Agora eu preciso ir.
Assenti e ela saiu da sala. Olhei para o carinho onde o Léo estava e caminhei até ele que continuava dormindo sossegado. Sentei de frente a ele e chorei silenciosamente toda aquela dor que estava dentro de mim.
Eu tinha acabado de conseguir o meu Harry de volta e agora já tinham tirado ele de mim de novo. Não faziam nem meia hora que eu havia me casado e quase fiquei viúvo. Havia acabado de virar pai e se tudo desse errado, exerceria essa função sozinho.
Perder Harry não estava nos meus planos, mas, ao ver ele naquela situação, minha mente começou a me trazer situações que um dia poderiam virar realidade.
Como, quando o meu filho perguntasse quem era o outro pai dele, ou quando ele visse alguma foto do Harry espalhada pela sala e se perguntasse aonde ele estava.
O que eu faria sem o Harry? Como iria comandar as infinitas empresas que ele tinha? Como lidar com todo o seu império sem que ele estivesse ao meu lado? Como viver sem o meu eterno amor?
Ouço diversos passos se aproximarem do escritório e vejo todos os meus convidados arrasados e me olhando como se o mundo tivesse acabado. A verdade era que os olhares deles tinham total razão. O meu mundo tinha acabado.
- Matt. - Meu amigo, Dominc se aproximou e me abraçou enquanto eu lutava para poder não chorar mais.
- Eu não sei o que fazer Dom! - Desabafei deixando um soluço sair junto com as lágrimas que nunca me abandonavam.
- Vai dar tudo certo gato. - Dom sussurra e começa a desenhar círculos nas minhas costas.
- E se não der? - Pergunto e ele se afasta e dá um beijo demorado em meus cabelos.
- Você não está sozinho nessa, todo mundo que está aqui nesse escritório te ama e ama o seu filho. Eu te garanto que ninguém vai deixar vocês dois na mão. - Dou um beijo na sua bochecha e silenciosamente o agradeço.
- Gente, muito obrigado. - Digo e então todos me cercam para um abraço coletivo que renovou as minhas energias.
- A Alicia disse que era para a gente aguardar na sala de espera do hospital. - Ouço Emeraude dizer para que todos pudéssemos escutar. - Ela designou uma enfermeira que vai vim dar notícias do andamento da cirurgia de uma em uma hora.
Todos descemos para a sala de espera e ficamos juntos até a enfermeira que tinha sido encarregada de nos avisar sobre o avanço da cirurgia.
O primeiro aviso foi que Harry estava estável e que eles haviam avançado as enervações do tumor. A notícia nos confortou, mas até Harry sair vivo daquela cirurgia eu não me sentiria bem por completo.
- No terceiro andar temos um apartamento onde você pode ficar Matt. - Violet me avisa. - Você acabou de voltar do coma e precisa descansar, sem contar o meu netinho que ainda está novinho e precisa dormir em algum lugar confortável.
- Obrigado Violet mas eu ainda estou me sentindo bem. - Digo e vejo ela suspirar cansada. - Mas seria ótimo se você ficasse com o Léo nesse apartamento, ele ainda está dormindo e com o você disse, seu neto precisa ficar confortável.
- Ok, mas por favor, qualquer notícia que você tiver do meu filho peça para me avisar, ok? - Confirmo e ela beija minha bochecha com carinho. Ao ver Thomas chegando, Violet levanta e cumprimenta o sobrinho com dois beijos. - O que faz aqui Thom?
- Vim ver como o meu paciente está, já que ele ainda não está de alta. - Thomas diz olhando seriamente para mim que provavelmente estava com uma cara péssima já que ele sentou ao meu lado e colocou dois dedos no meu pescoço para sentir a minha pulsação. - Como você está se sentindo?
- Péssimo. - Ele me olha espantado com a minha sinceridade. - Não em relação a minha saúde e sim sobre a situação do Harry.
- Ele não vai morrer Matt, você precisa focar na sua saúde também. - Thomas diz e pega o celular e ligou para Sophie que surgiu em alguns minutos correndo com um soro, luvas, máscara, um tipo de gel anti-séptico em mãos e uma maleta parecida com a de primeiro socorros que eu tinha em casa. - Obrigado Sophie, avisa para a minha esposa que eu estou esperando ela aqui. - Sophie sai a procura da mulher de Thomas enquanto ele colocava o soro no cateter que já estava no meu braço.
- Pra que isso? - Pergunto vendo ele ajustar a velocidade em que o soro caía.
- Você precisa se manter hidratado e os minerais que tem nesse soro vão te manter em pé por mais algumas horas. Mesmo sabendo que o certo seria te trancar no quarto e trocar essa medicação por um sonífero que te derrubaria em dez minutos, sei que você não vai concordar em descansar enquanto o Harry não sair da cirurgia. - Thom diz e se ajeita na cadeira.
- Eu não vi a sua esposa no casamento. Ela não conseguiu chegar a tempo? - Vejo que ele sorri e demora um pouco para responder.
- Alguns compromissos atrasaram a chegada dela, mas a Sophie já foi buscá-la e em alguns minutos você finalmente vai conhecer a minha esposa. - Concordo e fixo o olhar para a porta de entrada do hospital e ao ver quem estava entrando, meu sangue ferveu e minhas mãos começaram a suar as deixando encharcada. O que aquela mulher está fazendo aqui? - Matthew! É com um enorme prazer que eu te apresento a minha esposa, Shelby Rabara.
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You Belong To Me - 2° temporada
Fiksi PenggemarContinuação da primeira temporada de You Belong To Me. Onde Matthew e Harry começam a se conhecer mais, descobrindo os seus passados e se apaixonando cada dia mais um pelo outro...