Tudo se passava numa lentidão insuportável. Harry vai embora. Ele vai me deixar, assim como eu deixei ele e eu nem posso reclamar. Sinto que meus olhos começam a lacrimejar e então uma lágrima solitária escorre pela minha bochecha e depois disso não posso mais me controlar e começo a chorar como uma criança desesperada pelo carinho da mãe.
- Matthew, por favor, não chore. - Harry diz me tomando em seus braços.
- Por que Harry? - Pergunto em meio a soluços.
- Tenho muitas coisas para resolver lá. Na verdade eu só estou até hoje em Seattle por sua causa.
- Agora que terminamos você está livre para voltar. - Digo me separando do melhor abraço do mundo. - Eu tinha que imaginar algo assim.
- Nem vou absorver nada do que você falou, já que geralmente da sua boca só sai besteiras. - Harry diz, pega o bebê em seu colo e coloca ele no carinho para que o pequeno pudesse descansar. - Eu estou indo embora por que sei que ficar aqui não vai me ajudar a voltar com você Matthew. Você está fazendo o bom moço só por causa do bebê e sei que mesmo me amando a raiva ainda está aí dentro te consumindo. Eu estou te dando o tempo que nem precisou me pedir, estou sendo compreensivo e deixando de lado o meu egoísmo e te dando a chance de pensar se ainda quer voltar para mim. - Ele diz pegando nas minhas mãos. - Tem muita coisa envolvida e quero muito te explicar cada detalhe, tirar todas as suas dúvidas e continuar te amando, mas não posso fazer isso com você desse jeito. Eu irei passar 6 meses na Inglaterra, não irei voltar para o jantar de ano novo e te dou o aval para poder contar abertamente sobre o nosso término, mesmo que isso me destrua está nas suas mãos o nosso fim.
- 6 meses? - Pergunto com a voz baixa.
- Sim, serão os piores 6 meses da minha vida mas tenho que ir.
- E se a gente fosse casar? Nosso casamento é em 2 meses e você já estaria na Inglaterra.
- Por esse motivo eu poderia adiar esse compromisso que eu tenho. Mas não tenho nada que me prenda a Seattle. Você não me deu nem um fio de esperança da nossa volta e pelo visto não sou só eu que te quero ao meu lado. - Harry diz e aponta para a entrada do parque onde Chai estava parado com uma caixa de bombom nas mãos, ao me ver abre um sorriso imenso e começa a se aproximar. - Eu vou ir levar ele para o orfanato. - Diz se levantando e pegando a manta do pequeno menino do meu colo. - A casa vai estar disponível se você quiser voltar, te garanto que não vou aparecer lá por um bom tempo. Espero que você fique bem Matthew.
- Harry... Eu preciso de um tempo. - Digo com a voz entrecortada.
- É isso o que eu estou de dando Matthew. Só quero que saiba que infelizmente você não tem todo o tempo do mundo. Ele não está ao meu favor. - Ele se abaixa e deposita um beijo casto na minha testa e se levanta novamente. - Nunca duvide quando eu falo que te amo Matthew.
- Matt, finalmente te encontrei. - Chai se aproxima e me cumprimenta com um abraço enquanto Harry assistia tudo de camarote.
- Oi Chai, você me dá um minuto? - Pergunto e rapidamente ele aceita e então sai de perto de nós dois. - Isso foi uma pura coincidência, eu juro.
- Está tudo bem Matthew, eu não tenho mais controle sobre a sua vida então não precisa me dar satisfação de nada. - Diz com uma frieza que me deixa mal. - Eu preciso ir embora, se cuida Matthew.
Sem me dar chances de me despedir Harry vai embora levando o nosso menino, e junto com ele se foi o meu coração. Meu peito doía e então faço uma massagem que não ajudou em nada, um nó se formou na minha garganta e as lágrimas antes cessadas voltaram a invadir os meus olhos e escorrer pela minha bochecha que começou a ficar terrivelmente molhada.
A sensação de abandono me atingiu com tudo e até respirar se tornou difícil, eu não tinha mais controle sobre o meu corpo e aos poucos senti as forças se esvaindo, então sinto braços fortes me segurarem pela cintura e por um momento tive a sensação de que era Harry, mas não, consigo virar a cabeça para o lado e vejo que era Chai que me segurava e então choro mais ainda. Ele me deixou. Me abandonou e a sua previsão de volta está em um futuro muito distante.
Chai me pega no colo e me leva até o seu carro que estava do outro lado da rua. Entramos e então com o rosto escondido nas mãos volto a chorar, só que em uma intensidade maior. Os soluços rasgavam a minha garganta e a faziam doer. Meus olhos inchados por conta do choro doíam e mal conseguiam fechá-los. Minha cabeça latejava e implorava por uma aspirina mas seu pedido não foi atendido. Percebo que o carro entra em movimento e então levanto a cabeça, a apoio no vidro e chorando observo a paisagem passar.
- Aonde você está hospedado Matt? - Ouço a voz calma de Chai preencher o ambiente que só tinha o som baixo dos meus soluços.
Mostro para ele a chave do hotel e então fazendo o retorno Chai me leva para o meu hábitat provisório.
Chegando ao hotel meu amigo pergunta se eu precisava de alguma coisa e eu apenas nego com a cabeça já que estava impossibilitado de dizer qualquer coisa. Me esforço e consigo agradecer a Chai e peço para que ele me deixe sozinho e assim ele fez.
Subi para o meu quarto sendo seguido por olhares curiosos, tenho certeza que minha cara não deve estar uma das melhores mas mesmo assim não me importo com isso. Chegando ao meu quarto me jogo na cama e vendo uma camiseta de Harry que trouxe por engano as lágrimas voltam e então eu choro até adormecer. Acordo com o barulho da campainha do quarto tocando mas nem me movo, mas ao pensar que poderia ser Harry algo desperta em mim e então levanto, vou até a porta e ao abrir dou de cara com Katherine que tinha chocolates e uma pequena variedade de sorvetes em mãos. Ela me olha e instantaneamente começo a chorar, minha pequena ruiva entra e eu novamente me jogo na cama deixando o travesseiro encharcado com as minhas lágrimas.
- Matt meu amor. - Ela fecha a porta do quarto e vem de deitar ao meu lado me envolvendo em um abraço de conchinha. - Meu padrinho me avisou que teria que ir para a Inglaterra e sem pensar duas vezes vim ver como você estava.
- A gente terminou Kat. - Digo sentindo o meu coração quebrar mais ainda. - Ele me traiu com a Shelby, na minha e frente. - Choro mais forte e sinto minha energia indo embora.
- Ele me contou Matt, mas por favor não tire conclusões precipitadas.
- Conclusões precipitadas? Ele tava enfiando a língua na boca da mulher e eu estava na frente deles vendo tudo. Vendo o filho da puta do seu padrinho jogar a nossa história no lixo. - Elevo a minha voz e percebo que ela se afasta um pouco de mim.
- Matt não fala assim por favor. Eu sei que você deve estar muito confuso agora mas te prometo que não foi isso e quando tudo vier a tona você vai se arrepender muito.
- O que vai acontecer? Primeiro tem a Emeraude dizendo que quando tudo acontecer eu vou me arrepender. Depois o Harry falando que o tempo não está ao nosso favor e agora vem você com isso. O que está acontecendo que ninguém pode me contar?
- Matthew, o meu padrinho está morrendo.
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You Belong To Me - 2° temporada
FanfictionContinuação da primeira temporada de You Belong To Me. Onde Matthew e Harry começam a se conhecer mais, descobrindo os seus passados e se apaixonando cada dia mais um pelo outro...