Harry, por favor!

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O último momento foi passado em uma fração de segundos, em um instante o homem na minha frente estava estendendo a mão para poder me cumprimentar e no outro seu rosto estava no mármore que estava sujo de sangue. Harry havia chegado no exato momento em que o rapaz iria se apresentar e simplesmente lhe dá um soco no rosto fazendo com que ele perdesse o equilíbrio e acabasse batendo com a cabeça no mármore.
- Você não sabe a vontade que eu estava de fazer isso seu desgraçado.
- Harry Shum Jr. - O ruivo diz cuspindo o sangue que estava na sua boca. - Sempre chegando em grande estilo, eu estava tendo uma conversa tão agradável com esse gato que está atrás de você.
- Seu filho da puta. - Harry dá mais um soco no homem fazendo com que ele cambaleasse para trás e caísse no chão.
Harry aproveita o momento e sobe em cima do cara que continuava deitado no chão e enche o rosto do indivíduo de porrada. Eu via aquilo e gritava para que Harry parasse mas ele parecia não escutar.
Algumas pessoas se juntam e tiram Harry de cima do homem que estava visivelmente nocauteado. Harry se desvencilha dos braços das pessoas e começa a chutar o rosto do homem que estava em baixo dele.
- Harry por favor para. - Grito já chorando de desespero. - Harry para com isso.
Ele se vira pra mim e para com o que estava fazendo, anda até onde eu estava e pega o copo que estava no balcão virando o líquido de uma só vez. As pessoas estavam ligando para a ambulância e então não demorou muito para que os paramédicos chegassem logo no local para socorrer o homem que continuava desmaiado. Harry sai de dentro do bar e eu me apresso para que não pudesse perder ele de vista.
- O que foi aquilo tudo Harry? - Pergunto com a voz chorosa e receosa pois confesso que estava com um pouco de medo do homem que eu chamava de noivo.
- Sai daqui Matthew. - Ele diz com a cabeça escorada no vidro da janela do carro.
- Não Harry. Eu não vou a lugar nenhum até você me falar que porra foi aquela.
Ele não diz nada apenas da um soco no vidro que era blindado mas mesmo assim quebrou fazendo a mão de Harry sangrar muito.
- O que tá acontecendo com você Harry? Tudo isso por que eu estava falando com aquele cara? Ele não é nada, a não ser um cara intrometido que não tem nada pra fazer.
- Ele é só isso mesmo. - Harry diz tirando um caco de vidro de sua mão que sangrava muito ainda.
Um paramédico chega perto de mim alegando que o moço em que o Harry tinha dado uma surra queria conversar comigo. Toco o ombro de Harry que reage entrando no carro me deixando sozinho naquele bar. Decido ir até onde o moço estava para poder me desculpar em nome do Harry que não faria isso nunca.
- Posso dizer que começamos com o pé esquerdo não é mesmo? - Ele diz se arrumando na maca.
- Me desculpa mesmo, não sei como justificar isso que aconteceu. Nunca vi ele desse jeito.
- Eu conheço o temperamento do Harry.
- Esqueci de perguntar, como vocês se conhecerem? - Pergunto com um certo receio.
- Não vem ao caso agora.
- Eu preciso ir atrás dele, não sei como ele está.
- Tranquilo. A propósito me chamo Luke Baines.
Dou apenas um aceno de cabeça e ligo para Catarina, não estava nem ligando para o horário que era em Dubai, nesse momento eu só precisava saber onde ficava a casa do Harry em Sacramento. Ligo para ela e digo tudo o que aconteceu, ela me passou o endereço da casa do Harry e rapidamente eu peço um uber para poder chegar no local.
Chego na casa e pago o motorista que logo vai embora, toco a campainha e sou recepcionado por Harry que estava com uma calça de moletom e sem camisa, sua mão estava envolvida por uma gaze que estava estancando o sangue que ainda não havia coagulado totalmente.
- Entra. - Harry diz dando espaço para que eu pudesse entrar na casa que diga-se de passagem era linda. Me sento no sofá e Harry senta do meu lado.
- Luke Baines, ele me disse o nome dele. Foi ele quem fez tudo aquilo com a Katherine e foi ele quem você mandou eu nunca procurar. - Digo olhando para Harry que não desviava a sua atenção de mim.
- Era ele sim, por isso que eu estava quase arrancando a cara daquele filho da puta. - Ele diz mordendo a parte interna da sua bochecha tentando controlar a raiva.
- Me desculpa Harry, eu não fazia noção de que era ele. Se você quiser podemos ir para o hospital e arrebentar ele na porrada. - Digo e pego nas mãos de Harry que estavam frias.
- Catarina já está cuidando de tudo, ele vai apanhar bastante na cadeia.
- E se ele fizer um boletim de ocorrência contra você Harry?
- Eu não ligo, eu estava na razão. O arrombado estupra a minha afilhada e ainda da encima do meu noivo? Aquilo não podia ficar barato. - Ele diz tirando a gaze de cima da mão. - Aliás me desculpa por hoje, devíamos aproveitar esse tempinho juntos mas...
- Mas nada, temos muito tempo juntos Harry. Essa noite pode ter sido um fracasso mas não será o resumo de todas as outras noites. Você teve um momento de descontrole e eu consigo entender perfeitamente, não consigo imaginar o quão difícil deve ter sido para você ter que olhar para o rosto daquele idiota hoje e não tenho nem noção de quanta adrenalina deve ter entrado no seu sistema para você surtar daquele jeito. - Eu falo e Harry fica prestando atenção.
- Não foi surto, foi proteção.
- Que seja, agora vem eu preciso cuidar desse seu ferimento.
- Não Matthew, tudo o que eu preciso agora é de você. Amanhã a gente cuida da porra desses ferimentos.
Ele diz isso e me deita no sofá subindo em cima de mim me prendendo contra ele, sem nem esperar Harry ataca os meus lábios em um beijo cheio de ternura, nossas línguas se encontravam e enviavam choques para todo o nosso corpo nos fazendo arrepiar com a sensação. Quando eu beijava o Harry eu tinha a sensação de que tudo o que estava em minha volta simplesmente desaparecia, todos os meus problemas, questões familiares, afazeres, todo o drama da minha mãe, tudo e todos sumiam e ali ficávamos somente eu e Harry nos amando e compartilhando um com o outro sensações que sozinhos não iríamos conseguir sentir. Eu enlaço minhas pernas ao redor da cintura de Harry lhe dando permissão para que pudéssemos sair daquele enorme e confortável sofá, ele se levanta já me segurando e sem parar o beijo sobre nenhuma hipótese. Harry nos leva até o que eu defini ser o seu quarto já que tinha fotos dele com a família e uma foto nossa em um quadro, eu nem sabia que ele tinha sequer uma foto nossa revelada.
- Nós podemos dormir? - Pergunto realmente cansado.
- Eu ia perguntar a mesma coisa, eu estou exausto. - Harry diz me colocando na cama e se deitando sobre mim. - Estou sentindo dentro de mim uma puta vontade de me desculpar então é isso o que eu vou fazer tá bom?
- Harry não precisa se desculpar. - Digo tocando o seu rosto com as pontas dos dedos.
- Preciso sim baby. Eu quero me desculpar por ser um filho da puta, por ter te mostrado o meu pior lado hoje, por ter estragado a nossa noite de perguntas e bebidas. Me desculpe por te dar todos os motivos para você deixar de me amar e mesmo assim você continua aqui lutando por mim e pelo nosso amor. - Ele diz e morde o meu dedo mindinho que ainda estava no seu rosto arrancando de mim um gemido manhoso de dor. - Me desculpe por ser assim desse jeito.
- Tá tudo bem Harry, você não precisava fazer isso. - Digo colocando o dedinho na boca tentando aliviar a dor.
Deito sobre o peito dele e Harry afaga os meus cabelos depositando um delicado beijo no mesmo local. Ele começa o cafuné que eu estava morrendo de saudade e aos poucos meu corpo vai relaxando, os olhos pesando, a boca se abrindo e os pensamentos vão vagando pela minha mente.
- Boa noite baby. Eu amo você. - Essas foram as últimas palavras que ouvi Harry dizer antes de capotar em um sono profundo e tranquilo.
O dia amanheceu e ao meu lado Harry dormia plenamente, até que me veio uma ideia muito boa e um tanto obscena. E se eu acordasse Harry de uma outra forma que não fosse com beijos? Me levanto da cama e silenciosamente vou em direção ao enorme closet para tentar descobrir se Harry tinha alguma coisa que eu pudesse usar.
Estava fuçando as coisas, quando de repente sinto meus braços sendo puxados para trás e uma certa pressão em meus pulsos que me deram um leve susto. Lábios molhados vão em direção a minha nuca e traçam um caminho até meu pescoço, leves mordidas apareciam em alguns momentos me fazendo arrepiar ainda mais.
- Poderia saber o que está procurando? - Harry diz a frase ao pé do meu ouvido lambendo meu lóbulo.
- Queria te fazer uma surpresa mas você estragou o momento. - Digo e passo a língua pelos meus lábios que se encontravam ressecados.
- Me fala o que você tinha em mente. - Ele fala com a sua voz rouca e sexy. - Será que isso me fará soltar você?
- Não sei se o que eu estava pensando pudesse te agradar. - Digo um pouco receoso com a minha provocação.
- Me surpreenda.

You Belong To Me - 2° temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora