Alianças Tiger

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- PARE DE BESTEIRA! VOCÊ FEZ COISA MUITO PIOR COMIGO! – Eltar estava descontrolado desde que chegara.

- Nunca fiz nada que você não gostasse. E fale baixo, moleque idiota! Vai acordar seu filho! – Leviatã disse entredentes, controlando a raiva.

- É bom pra ele aprender a dormir alerta como um guerreiro de verdade. – Eltar disse dando um soco na mesa.

- Ele só tem dois anos!

- Com dois anos meu pai já me colocava pra dormir na praia, sozinho, sem coberta, comida, abrigo e água, por coisas tolas. Kursk tem sorte de ter uma cama, pelo menos!

- Vou ignorar essa bobagem... – Leviatã disse com um olhar perigoso que Eltar conhecia bem. O mago estava a ponto de perder o controle. – Você mentiu pra mim, o que não é uma surpresa, honestamente. Mas me trair? Isso foi no mínimo burrice, garoto.

- Eu não traí você. Eu usei um recurso que encontrei e que você com seu reizinho de merda desperdiçavam. Lino...Ilena...Aquela piranha, podia ser uma imunda ambiciosa, mas também era muito boa em cumprir ordens.

- Não era. Porque acha que a mantivemos lá, presa? Ela só te obedeceu porque vocês tinham planos semelhantes. O que me faz pensar... Ilena com certeza queria minha morte... Você prometeu isso a ela também, não foi?

- Claro que prometi! Se eu dissesse que somos amantes e aliados ela nunca teria me obedecido.

- Então não pretendia me matar? – Leviatã perguntou, seu olhar parecia um lobo faminto observando um coelho indefeso na floresta.

- Lógico que não! De onde tirou esse absurdo? Sabe que te amo! – Eltar disse parecendo ofendido com a desconfiança do mago.

Leviatã apenas o observou por alguns segundos, sério, não demonstrando seus sentimentos. Então sorriu como fazia quando dominava o príncipe em seu quarto.

- Claro que ama. Não se preocupe, meu rapaz adorável, acredito em você. – O choro de Kursk atraiu a atenção do mago.

- INFERNO! ESSE MOLEQUE NÃO CALA A BOCA NUNCA! QUIETO PESTE! – Eltar gritou entrando no quarto e ergueu a mão pra dar um tapa no pequeno Tiger deitado na cama.

Leviatã se aproximou tão rápido que nem mesmo ele soube como fez aquilo estando tão cansado. O mago segurou o punho do príncipe ainda no ar com tanta força como a que aplicava nos golpes sádicos que lhe dava durante os atos sexuais bizarros. Eltar olhou pra ele confuso e irritado.

- Você não vai tocar nesse menino. Fui claro, Eltar? – Leviatã disse com a voz de comando dos magos, como uma lei divina, o ódio brilhando em seus olhos.

Fazia anos, muitos anos, que o mago não o chamava pelo nome, desde que Eltar se rendera e passara a ceder aos caprichos do Tiger mais velho sem contestar. Leviatã só o chamava pelo nome daquele jeito quando estava muito irritado. Um medo antigo, adormecido ao longo dos anos de submissão, se ergueu no príncipe ao ouvir o mago tratá-lo daquela forma. Ele lembrava muito bem os castigos que sofria...

- Si...sim... – Eltar gaguejou.

- Sim? Só isso? Perdeu a educação que lhe dei? – Leviatã estava tremendo internamente pela raiva. – Sim, o que?

- Sim, meu amor. – Eltar completou.

- Melhorou. – Leviatã o soltou e se virou para pegar Kursk no colo. O garoto começou a se acalmar um pouco com as caras bobas que o mago fazia. Ele sentou na cama com o menino no colo e disse com desprezo, sem olhar para o príncipe: - Saia e pegue as frutas e o leite que mandei! Corte-as, amasse-as e misture bem no leite morno e traga pro meu garotinho. Não demore, inútil!

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