Verdades malditas

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- A resposta é não. – Carya disse sem rodeios depois que Eltar repetiu a proposta que Leviatã havia feito por alto para Seth.

- Acho que você não entendeu. – Eltar disse.

- Ah, eu entendi muito bem. Vocês querem a minha ajuda pra destronar e matar seu pai tirano, sem que ninguém saiba que fui eu, pra que você assuma o posto dele. – Carya disse. – Se eu não topar o que vocês vão fazer? Contar pra ele que eu sou a nova guardiã do poder Tiger? Vão em frente. Contem. Não vou trair meus princípios por causa disso.

- Nosso pai, Carya. Você também tem o sangue desse tirano. – Eltar corrigiu com um sorriso sarcástico.

- Você realmente não entendeu, menina. – Leviatã disse. – Acha mesmo que existe a opção de rejeitar nossa proposta?

Carya olhou desafiadoramente, Rodan permaneceu com sua carranca habitual, mas Seth tinha um olhar assustado, desconfiado.

- Do que está falando? – Seth perguntou o mais calmo possível, sua voz em nada denunciando o medo e desconfiança em seus olhos.

- Ele está só tentando nos assustar, Seth. – Carya disse.

- Estou? Estranho porque achei que seu amante alí seria mais perspicaz com o veneno em seu corpo. – Leviatã disse, sorrindo com olhos de predador.

- Não existe veneno em meu sangue, apesar do espião do seu amiguinho ter tentado. – Rodan disse. – Vocês não são os únicos com antídoto para pó de amatoxina.

- Possivelmente, mas não era amatoxina naquele pó. Não sozinha, pelo menos. – O sorriso de Leviatã se tornou mais cruel. – É interessante o que se pode fazer com alguns venenos misturados e um pouco de magia de maldição.

Carya mal conseguiu disfarçar o pânico em seu rosto. – De que diabos você está falando, seu mago desgraçado, filho de um bode com uma demônia!?

- Comandante, você por acaso não percebeu que suas alucinações ainda estão acontecendo? – Leviatã perguntou.

- Rodan? – Seth chamou.

- Sim. Muito leves, apenas alguns vultos ou pequenas imagens intrínsecas na imagem real. – Rodan disse. – Pensei que era efeito do veneno ainda.

- Você já foi envenenado por amotoxina antes e sabe que não existem esses resquícios após a cura. – Leviatã disse. – É interessante como os plebeus adoram se iludir...

- SEU... SEU... – Carya mal conseguia falar em meio à raiva e ao medo, suas mãos estavam fechadas em punhos ao lado de seu corpo, aquele ar oscilante e quente começando a surgir ao seu redor.

- Não precisa ficar nervosa, irmãzinha. Nós não queremos machucar seu amante. Na verdade, eu nem tenho nada contra ele. – Eltar disse zombando. Era óbvio que ele e Rodan se odiavam, afinal já tinham se enfrentado em batalha antes! – Eu até vou pedir pro meu amigo aqui salvar ele. Quer ver só? Leviatã, meu querido amigo, por favor, salva esse leonino velhinho. Não seja assim tão mal.

Carya deu um passo à frente, com dentes e garras à mostra, pronta pra estraçalhar Eltar e arrancar aquele tom zombeteiro dele na unha. Rodan e Seth seguraram ela com dificuldade, cada um por um braço.

- Ah, Eltar, eu até queria, meu garoto... – Leviatã entrou na zombaria, ignorando a fúria de Carya como se não fosse nada. - ...mas, você sabe como é ne... produzir o antídoto pra essa mistura não é barato. Mas eu estou de bom humor hoje, acordei me sentindo generoso, então vou dar dois presentinhos pra esse trio de felinos tão adorável. Vou dar duas informações úteis.

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