°•Capítulo: 65•°

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Capítulo 65

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Capítulo 65

Guilherme

       Apartir do momento que meu celular e o de Lorena tocaram ao mesmo instante, às seis horas da manhã em ponto, eu sabia que algo horrível tinha acontecido. Mas nunca que eu iria imaginar que fosse algo desse tipo, e eu acho que preferiria ter continuado sem saber.

       Queria que tudo isso fosse um simples pesadelo, queria ainda estar debaixo de minhas cobertas, dormindo aconchegado em minha casa, protegido da tempestade. Mas não estava. Isso era tudo real, e era assustador. Agora eu estava do lado de fora, atravessando a tempestade escura para entrar dentro do hospital, com a maldita notícia de que minha irmã avia levado um tiro e de que agora estava em cima de uma maca, fazendo uma cirurgia para tirar a bala, que pode ou não ser fatal e a matar.

     Minha vó andava ao meu lado, eu escutava o barulho baixo do seu choro, demonstrando sua preocupação, meu avô mantinha os braços envolta dos ombros dela, a dando as forças pela qual ela precisava.

Queria que Lorena estivesse do meu lado nesse momento, mas ela não estava. O celular dela também tocou, e a notícia foi tão ruim quanto a minha, e por esse motivo ela teve que arrumar sua mala e ir para Londres novamente, ela me disse que era preciso, e me disse que iria voltar depois de um tempo, mas que precisava ir, disse que o irmão dela precisava dela nesse momento. E eu acredito nela, sei que se ela pudesse ficaria ao meu lado, mas nesse momento, isso não é possível.

Meus olhos queimavam por conta das lágrimas, sei que eu briguei com minha irmã, e que fui horrível com ela. Mas eu me importo com ela, eu a amo, e nesse momento parecia que meu coração iria sair pela minha boca. Não posso a perder, não quero isso. Preciso da minha irmã, e descobri isso no dia que a deixei partir, depois de ter a magoado. Preciso pedir perdão a ela, preciso me desculpar e pedir que tudo volte a ser como era antes.

Eu: Onde ela está?-- Pergunto apoiando minhas mãos sobre o balcão, e a mulher do outro lado me encara confusa.-- Minha irmã... Me disseram que a trouxeram para cá. Onde ela está?

Antes que a recepcionista pudesse me responder, uma garota baixinha toca meu braço.

***: Você é o irmão de Maya, certo?

Eu: Sim. E quem é você?-- Ela pisca seus olhos verdes deixando as lágrimas rolarem por suas bochechas pálidas.

***: Meu nome é Angelina. E sou a namorada da sua irmã.-- Olho surpreso para ela e me viro para trás, encarando minha vó. A mesma dá um curto sorriso.

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