°•Capítulo: 07•°

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Dulce Maria.

Me afasto de suzana, minha blusa estava molhada na altura do ombro, onde suas lágrimas caíram sem parar.

Olhei para meu pai como um aviso, e ele logo tomou meu lugar abraçando e confortando o coração machucado de Suzana.

Fiquei sozinha na cozinha por aproximadamente dois minutos, mas logo lorena apareceu, os cabelos vermelhos como fogo estavam grudando no pescoço pálido, pareciam pequenos rasgos em sua pele.

Desviei meu olhar para o chão.

Lorena: Me desculpe.

Eu: O que você fez?

Lorena: Eu falei de uma forma grosseira com você, te tratei de uma maneira nada boa. Não quero que isso fique ruim entre nós, você é minha prima e minha melhor amiga, quero manter nossa amizade acima de qualquer coisa ou pessoa.

Eu: Tudo bem. - Dei um meio sorriso. Lorena suspirou exausta.

Lorena: Eu sinto muito de verdade.

Eu: Eu sei, já disse, tudo bem. - Ela me puxou para um abraço, o cheiro de morango impregnou meu nariz. Meus olhos se encheram de lágrimas.

Lorena: Tudo bem você chorar. Se você cair, eu vou te segurar. - Sua voz era doce e baixa soando em meu ouvido esquerdo.

Então eu cai, e lorena me segurou em seus braços com mais força.

O chão era gelado tocando meus joelhos, minhas lágrimas escorriam como uma cachoeira sobre a blusa de lorena.

Lorena: Vai ficar tudo bem.

Realmente vai?

Mateus.

Luana: Bom dia, meu amor! - A cabeleira loura foi a primeira coisa que apareceu quando eu abri meus olhos.

Era um borrão por conta do meu cansaço, mas logo tomou forma e destacou o rosto de Luana.

Eu preferia que continuasse sendo um borrão.

Eu: Vai pro inferno. - Despejei as palavras com raiva, ela sorriu.

Luana: Estressado.

Eu: Vai, para, o, inferno. - Falei pausadamente. - Você não percebe que eu não te suporto?! Você é uma filha da puta de merda. Psicopata do caralho!

Acho que o que mais doeu nem foi o tapa em si, mas sim o anel com a pedra brilhante lascada que passou rasgando minha bochecha levando boas gotas de sangue para o chão.

Luana: Vai se foder! Não percebe que estou fazendo isso para o seu bem? - Segurei minha risada como se fosse um veneno preso entre meus lábios.

Eu: Você é uma merda de uma Psicopata.

Luana: Cala a porra da boca!

Ela gritou, as mãos pararam a meio centímetro do meu rosto novamente, ela deve ter percebido o sangue escorrendo do corte superficial agora, os olhos pareciam verdadeiramente arrependidos.

Ela se afastou, consegui respirar novamente.

Eu: Por quê?

Luana: Porque eu te amo. - A voz saiu turva como algo derramado sem consciência. Ela estava perturbada ou sempre foi?

Eu:Quem ama não machuca.

Luana: Eu não te machuquei.--Ela diz e eu olho pra ela com um sorriso falso e questionador no rosto.

Eu: Foda-se. - Esfreguei minha bochecha no meu ombro tentando me livrar da dor. - Você me sequestrou, está me mantendo preso, seu comparsa imbecil me machucou para caralho, e você acabou de dar um tapa no meu rosto! Essa porra é amor Luana?!

Luana: Ele sempre disse que isso era amor. Por que você simplesmente também não aceita? Eu sei que é difícil no começo, mas você vai se acostumar.

Eu: Ele quem? Alguém fez essa merda com você também?

Ela não respondeu, balançou a cabeça como se estivesse afastando memórias ruins ou moscas invisíveis em seus ouvidos.

Bem, isso explica muita coisa pra falar a verdade.

Luana: Você irá me agradecer depois.

Eu: Ah, meu senhor!

Luana: Você vai ficar comigo, vamos ser felizes juntos!

Eu: Você não entende. Eu não te amo, nunca vou te amar, eu não fico com você nem vivo, no momento a única coisa que eu sinto por você é pena, pena porque ser uma filha da puta assim deve ser chato pra caralho, você é doente.

Luana: Para de falar essas coisas.

Eu: Vai pro inferno Luana.

Luana:Cala a boca Mateus.

Eu: Não. Você quer me manter aqui?! Ótimo, escuta as porras das verdades sua maluca de merda, você vai ser presa, você vai foder toda a merda da sua vida por culpa de idiotices da sua mente perturbada.

Ela gritou novamente, mas a única coisa que eu prestava atenção no momento era a arma apontada em minha direção.

Era uma pistola real. Muito real. E o dedo de Luana estava pairando sobre o gatilho, tremendo com sua respiração acelerada.

Miguel chegou antes que Luana pudesse apertar no gatilho, se atirou sobre o braço estendido da garota e removeu a arma de sua mão.

Miguel gritou algo que eu não me dei o direito de prestar atenção, ainda muito assustado com os últimos minutos.

Eu poderia ter morrido.

Luana se abaixou no chão, os braços envolta dos joelhos, cabeça abaixada enquanto os ombros tremiam por conta do choro.

Miguel: Eu não estou aqui nessa porra, arriscando a merda da minha vida inteira pra você foder com tudo por culpa da sua merda de descontrole.

Luana não respondeu nada, nem quando Miguel puxou seu braço a arrastando até a porta.

Miguel: Some daqui agora, e não volte até eu mandar você voltar, se você fizer mais uma merda quem vai perder o controle sou eu.

Luana: Vai se foder também.

Ela puxou o braço do aperto, a porta bateu com força atrás da garota quando ela saiu.

Miguel respirou fundo três vezes antes de se virar pra me encarar, os olhos verdes quase totalmente cobertos pelas pupilas.

Eu: Devo te agradecer? - Perguntei irônico, ele abriu um sorriso afiado como uma navalha.

Miguel: Definitivamente não.

Eu: Sei que Luana é desestabilizada emocionalmente. Mas por que você me odeia?

Miguel: Acho que eu nunca fui com a sua cara.

Não sei realmente se isso era verdade mas sinceramente, não parecia uma mentira.

Abaixei minha cabeça tentando ficar tranquilo.

Ficar tranquilo quando tem a porra de um maníaco parado na sua frente segurando a porra de uma pistola real que pode te matar em menos de minutos, é completamente difícil.

Eu só quero ir embora.

Por favor.

Eu quero ir embora.

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