Cap. 62

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*Diego

Hoje é quinta-feira e eu cheguei na empresa bem cedo, estou cheio de papeladas, tenho que ir a várias reuniões e minha cabeça
não anda nada legal.
- Senhor, faltavam essas._ Diz minha secretaria.

- Obrigada Solange. Você pode me informar o que tem pra hoje?
- Sim. Segundo sua agenda, hoje você precisa....
- Entedi, só que eu quero que você remarque para outro dia. Minha cabeça tá cheia, não posso trabalhar assim.
- Você quem manda, chefe.

- Preciso de um ar. Não me espere, só voltarei amanhã._ Digo pra minha secretaria antes de sair da empresa.
Pego o meu carro e vou até a pracinha do centro. Me sento no banco e fico apenas observando ao redor.

Estou quase relaxado, curtindo a brisa suave em meu rosto, quando de repente olho pra direita e vejo Alice saindo de uma sorveteria.
- Ahh, mais hoje você não escapa._ Digo pra mim mesmo.

- Alice, Alice._ Ela finge não ouvir e acelera os passos.
- Ei... _ Falo após acompanha-la e segurá-la no braço.
- Diego, juro pra ti que tô me controlando pra não gritar.

- Agradeço, pois escândalo... não é o que eu quero. Termino após uma breve pausa.
- Tá ok Diego, Fala logo, não estou e em bom estado pra ficar aqui.
- Sinto muito. Enfim... A gente precisa conversar.

Depois de tanto eu insistir, ela aceita e a gente senta no mesmo banco que eu estava anteriormente.
- O que você tem de tão importante pra me falar?
- Pra começar, por que tá me evitado?
- Eu não estou te evitando.

- Ah não?! E como é que você chama?
- Olha aqui, eu não tenho todo tempo do mundo não. Diz logo de uma vez.
- Queria saber o porquê de toda vez em que nos vemos, você finge que não.
- Não é bem assim.

- No Shopping você me ignorou, duas vezes, outro dia eu saía da empresa e aconteceu a mesma coisa. Uma vez eu estava em uma loja de artigos, eu até te chamei, mas
você fugiu que não ouviu.

- Você estava com uma mulher ao lado, o que queria que eu fizesse? Me aproximasse e falasse pra sua namorada que estava esperando um filho seu? Ah Diego,
me poupe.

- Ela não é minha namorada, é a minha irmã.
Eu sei que a gente está meio
desnorteado com toda essa bola de neve, mas você tem que me
deixar pte ajudar.

- Para, para, tá até me dando enjoou. Olha aqui Diego, eu sei muito bem me cuidar.
- Mas eu não disse o contrário. Me referia
ao bebê.
- Imagina só nossa criança daquele tamanho brincando de bike._ Falo pra provocá-la.

- Chega, eu vou embora.
- Mas já estressadinha?_ Ela revira os olhos.
- Não consigo te aturar.
- Quer uma carona?
- Não obrigada._ Dispensa e o mais rápido possível.

Não sei o porquê que eu brinquei com a Alice, acho que é porque estressá-la, me acalma._ Penso no caminho pra casa. Desde que chegamos dos Estados Unidos, eu e Alice não tivemos contato. Ainda mais quando descobri da gravidez dela.

Chego em casa e tomo um belo banho para relaxar. Janto e depois de um tempo me deito pra dormir. O sono não me pega,
já faz duas horas que estou aqui e nada de cochilo, apenas pensamentos sobre a
minha vida.

Eu sempre pensei em ter um filho, mas no momento certo e com a pessoa certa. Não que Alice não seja, mas a questão
era que, eu queria alguém que eu pudesse planejar sobre.

Uma família por acaso Onde histórias criam vida. Descubra agora