Prólogo

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Disclaimer: Violência, Violência Gráfica, Drogas, Álcool, Drama/Tragédia, Tentativa de Suicídio.

Capítulo 0: O príncipe de Sicília

Song Mingi verdadeiramente vivia como alguém da realeza. Embora nem sempre tenha sido assim, as sombras do passado não o incomodavam mais. Ele possuía desde os itens mais luxuosos e caros do mundo, até a maior mansão em Gangnam. Ninguém se atrevia a entrar em seu caminho, ou misteriosamente essa pessoa desaparecia sem deixar rastros.

Ele era um rapaz de sorriso doce, charmoso como comumente os rapazes nascidos em Sicília, na Itália, costumam ser. Suas vestes e seu comportamento eram capazes de enganar qualquer um que olhasse, e jamais imaginariam o que havia debaixo daquela carcaça de bom moço.

Bem, era assim que o mundo funcionava. Ele estaria no topo do tabuleiro, abaixo apenas da peça da rainha que era a única que poderia pensar em sacrificá-lo. E a rainha era a sua mãe, Song Soeun.

Então, reformulando: Song Mingi era o filho de uma magnata ítalo-coreana a qual possuía negócios em setores estratégicos na economia, mas que na verdade, mais da metade de sua riqueza provinha do submundo, seguindo o mesmo senso e prelúdio estrutural que a secular máfia siciliana, sendo chamada na Coréia por Battaglia Mazzoni-Song, homenageando seu sobrenome. O seu mercado variava entre bordéis de luxo onde apenas aqueles que tinham muito poder poderiam pagar, até pontos de drogas e trabalhos associados ao assassinato remunerado; formação de cartéis, corrupção, contrabando, extorsão, fraudes, jogos de azar, tráfico de armas, tráfico de informações, tráfico de influências e formação de milícias. As claras, Corinna Song Battaglia Mazzoni, ou Song Soeun tinha seu rosto estampado em revistas que possuíam o foco em empresários bem sucedidos e monopolizadores de muita influência. A mídia se interessava por ela como um cachorro se interessa por um pedaço de carne. Ela era conhecida pelos quatro cantos do país, e apenas o citar de seu nome causava um misto de sentimentos desde a admiração até o medo.

Ho abbattuto la tua regina"Eu derrubei a sua rainha", Mingi sorriu presunçoso, encarando o tabuleiro em sua frente com bastante satisfação. — O jogo acaba quando a rainha caí, Jongho. Anda, me pague a aposta — esticou uma das mãos, exigindo o pagamento. Jongho em sua frente suspirou, retirando de um dos bolsos a quantia de dinheiro que foi apostada entre os dois, entregando para o outro. — Ah, assim está melhor. Você até que é um bom perdedor, mas bons perdedores geralmente não estão acostumados a perder. O que aconteceu com você hoje?

Certamente Jongho estava distante naquele dia em especial. Ele suspirou mais uma vez, fatídico, apoiando todo o seu peso no encosto da cadeira confortável na sala de jogos que compartilhava com Mingi. Song, que era o mais novo, o encarou com expectativa, temendo o silêncio. Assim que pode, Choi desviou os olhos, não suportando a tensão que se formou no ambiente.

O olhar de Mingi sustentava um pouco de intimidação por puro hábito, a monotonia marcava sua expressão densamente. O escuro deles não revelava nada, e isso causava desconforto mesmo em uma pessoa que já estava acostumada com isso.

— Mingi... — Jongho começou com pesar. — Eu estou planejando deixar a Coreia nessa madrugada.

Mingi arregalou os olhos, indignado. Ele inclinou a coluna para frente num impulso, batendo os punhos sobre a mesa e derrubando as peças pesadas de xadrez no chão da sala de jogos.

— O quê?! — se levantou abruptamente. — Jongho, eu acho que nós já conversamos sobre isso. Essa ideia de simplesmente largar tudo e ir embora é... stupido! Não pode fazer isso.

Jongho tinha esse como o seu principal plano há alguns anos. Ele planejava reunir dinheiro para, finalmente, fugir.

— Eu apenas disse isso pra você porque você é meu amigo e eu não queria desaparecer sem te dizer nada.

CASHIT | MAFIA ATEEZ |  TEMP IOnde histórias criam vida. Descubra agora