Call Me Classic

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Um atrás do outro, entramos no bar onde Crowley queria se encontrar conosco. Achei estranho da parte dele um encontro em um lugar como esse, mas não seria a primeira vez.

Uma mudança repentina de planos, que eu não gostei, aliás odiei. Ainda mais vindo de um demônio duas caras, traidor, como Crowley.

Bati levemente no braço de Sam, chamando sua atenção e balancei a cabeça na direção de onde o Rei estava à nossa espera.

- É bom que tenha notícias da Morte ou de Lúcifer - Dean se sentou ao meu lado, sem desviar os olhos do Demônio.

- Quase isso. Antes, vocês querem uma bebida? - Crowley virou mais um copo de bebida, do que pensei ser whisky e acenou para a garçonete - Por conta da casa, bebam o que quiserem.

- Nos arrastou até aqui para quê, exatamente? - Sam arqueou as sobrancelhas, impedindo que o Demônio completasse seu copo com mais álcool.

- Não posso beber com meus amigos? - ele perguntou de forma inocente ao me olhar.

- Não somos amigos - a Dawson franziu o cenho.

- Não concordo, porém temos outras prioridades. Então, vamos falar de negócios - com seu olhar voltado diretamente para mim, eu sabia do que se tratava. E, esperava profundamente que eu estivesse enganada - Allison?

- Crowley.

- O que aconteceu naquele dia, poderia ter matado você. Não pode acontecer de novo, e é exatamente por isso que eu chamei vocês aqui hoje - o demônio sorriu largamente, dava para sentir o orgulho em suas palavras a quilômetros de distância.

- Como se você se importasse se eu vivo ou morro - revirei os olhos, entediada - Podemos passar para onde você torna útil? Conheço a sua lábia. Você não tem notícias da Morte e nem de Lúcifer.

- Não, não tenho - Crowley sorriu, sarcástico.

- Me dê um bom motivo 'pra não atirar em você, agora - Dean forçou seu maxilar. Ouvi o destravar de uma arma, por baixo da mesa, ele o mataria agora.

- O que você quer, agora, Crowley? - foi a vez da Dawson indagar - É melhor dizer rápido. Tic-tac, o tempo 'tá passando.

- Eu não quero nada. Pelo contrário, eu que trouxe algo para vocês hoje.

Não sabia como isso era possível, mas seu sorriso cresceu ainda mais. Ele estava aprontando alguma coisa, e por alguma razão eu não queria saber o que era.

Com um simples estalar de dedos, as persianas das janelas se fecharam. O alarme de incêndio começou a disparar por todos os lados. Quem ainda estava no bar, de funcionários a clientes, se retiraram às pressas do lugar.

Isso fazia parte de seu truque, por isso mal me mexi. Os outros três caçadores olharam ao redor, vendo como o bar estava vazio e silencioso.

- Fica de olho nele - Dean se levantou junto do irmão, indo verificar os fundos do estabelecimento. Com as armas em mãos, eles revistaram cada canto do bar.

- Qual é o truque, Crowley? - inclinei-me contra a mesa, mostrando um sorriso tão irônico quanto o dele.

- Truque? Não há truque, Coelhinha - o demônio imitou meu gesto - Mas, caso houvesse, sabe como funciona a ilusão?

- O mágico sempre bola uma distração para o público, assim ninguém sabe exatamente como o truque é elaborado - Audrey respondeu, tão receosa quanto.

O Demônio de Encruzilhada sorria cada vez mas. Então, é isso que está acontecendo. Franzi levemente a testa. É uma armadilha.

Assim que os Winchester voltaram, eles apenas encolheram os ombros, como quem diz: "não há nada aqui".

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