Without Freewill

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Graças aos acontecimentos da noite anterior, tivemos que sair da cidade em plena madrugada.

Fui até seus respectivos quartos e acordei Sam e Audrey. Enquanto Dean ainda parecia acabado de tanto beber, eu dirigi até a cidade mais próxima.

Pedi ao Sam para ligar para o Bobby e nos encontrar em Jackson, no Mississipi.

Tentei me manter focada na estrada, mesmo que as imagens dos sonhos e das ações de Castiel me voltassem a mente.

Era algo perturbador.

Quando chegamos no lugar, pedi ao Sam me ajudar a levar seu irmão para dentro do quarto. Ele realmente estava acabado e eu ainda não consigo acreditar que ele saiu para beber, ele mentiu pra mim.

Suas palavras, que havia me dito uma vez, voltaram para minha mente, como um soco no rosto. Todo mundo mente para todo mundo.

É isso que fazemos. Não importa o que esteja acontecendo, um de nós sempre está escondendo algo - mesmo que seja para ajudar, isso acaba nos ferrando.

Foram questão de horas. Audrey estava do lado de fora do quarto, esperando pelo reforço.

O Winchester preparando suas coisas, tive que pedir para ele trocar a placa do carro ou seríamos rastreados. Um carro como esse, é difícil de esquecer.

Ouvi um resmungo vindo da cama, e me atentei a Dean, mesmo sem desviar os olhos da tela do notebook.

Quando estive em uma caçada com a minha mãe, tirei o tempo e digitalizei todo o segundo diário do meu pai. Salvo em dois pen drive; um sempre comigo e o outro no meu carro.

Havia informações sobre muito mais coisas ali, e até sobre minha família. Não tive tempo de ler tudo, era como um livro de setecentas páginas.

Até na nossa família, existem coisas que não precisamos saber ou até mesmo esquecer; todos temos nossos segredos, e são eles que acabam nos matando.

- Nossa, que dor de cabeça... - Dean se sentou na cama, forçando os olhos para me encarar - Que horas são?

- Onze horas - minha voz saiu seca. Não tive essa intenção, mas saiu - O remédio está na cômoda.

- O que aconteceu com você?

Ele ignorou os remédios que coloquei no móvel, continuou sentado, enquanto tentava falar comigo.

Eu tinha todo o direito de me irritar com Dean. Graças a ele, eu quase fui morta por um anjo e, se não bastasse isso, os sonhos não saiam da minha cabeça.

- Comigo? - fiz questão de empurrar a cadeira, com força no chão - Comigo, não aconteceu nada. Você, ao menos, se lembra de alguma coisa, Dean?

Me coloquei à sua frente, enquanto o Winchester parecia recuperar sua memória aos poucos.

Ajudá-lo quando está bêbado, eu não importava. Ele já tinha feito isso por mim e, além de tudo, não poderia deixá-lo lá.

- Eu não lembro - ele suspirou - Não lembro de nada.

- Você disse que ia falar com o Sam e foi beber - apontei para a porta, onde seu irmão estava - Eram duas e meia da manhã, quando tive que sair para te buscar na droga do bar!

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