The Unforgiven

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As paredes daquela sala apenas com uma meia luz, pareciam estar se fechando ao meu redor. Estava me sufocando pouco a pouco.

Enquanto meu irmão parecia entretido, com os dois novos corpos que tinham acabado de chegar no necrotério. Depois que os corpos chegaram, eu liguei para Allison e contei o que houve.

Ficou óbvio a sua decepção quando lhe dei a notícia. Tínhamos dito que ninguém iria morrer e acaba de chegar mais corpos.

Mas, eu estava alheio ao que acontecia ao meu redor, após desligar o celular. E meu irmão parecia não estar gostando disso, pois o trabalho sujo ficou para ele.

Eu tinha uma ideia do que possa estar acontecendo aqui e eu temo por estar certo, desta vez.

- Dean! Terra chamando Dean!

- O que foi? - fiz uma careta com seus gritos - Eu 'tô do seu lado, para de gritar que nem uma mocinha.

- Eu tenho que mexer nesses corpos destroçados e você ocupado, fazendo absolutamente nada - o caçula apoiou as duas mãos na mesa e me olhou - Sei o que aconteceu com o Cupido te afetou. Acredite, até agora estou tentando entender! Mas, temos problemas maiores aqui.

- Ele foi o responsável por juntar nossos pais - repeti as palavras do Querubim - E também os da Allison. O que isso significa? Quiseram que a gente nascesse para ferrar com a nossa vida?

- Isso está difícil de aceitar - ele acenou concordando -, até para mim, Dean. Mas, antes vamos cuidar o que está fazendo isso.

- Acho que é o Crowley - confessei a ele, estando a sua frente do outro lado da mesa - Ele chegou aqui e coisas começaram a acontecer.

- Quer ligar para aquele cara? - Sammy me olhou, apavorado, e negou diversas vezes com a cabeça - Não, não. Não faz isso. É o Crowley, não dá 'pra confiar!

- Tem outra ideia aí, Gênio? - indaguei, enquanto tirava o celular do bolso. Ele se calou - Foi o que eu pensei. Aguenta ai, vou ligar para ele nos encontrar em algum lugar.

- Esses seus planos são um desastre, Dean - meu irmão reclamou, voltando a olhar o corpo.

- Eu sei. Mas, é o melhor que temos agora, Sam.

Tentei ligar uma vez, caiu direto na caixa postal. Eu suspirei. Talvez devesse deixar um recado.

Enquanto esperava todas as instruções, eu comecei a pensar o quão ridículo estou sendo. Ligando para um Demônio e até deixando recado.

Como se fossemos velhos amigos, combinando de tomar uma cerveja depois do trabalho. Isso era realmente ridículo e talvez até uma péssima ideia.

- Crowley, é o Dean. Dean Winchester. Eu quero falar com você - comecei a falar, deixando o recado - Então, liga de volta, seu desgraçado. Ou eu vou atrás de você.

- Que sútil.

Meu irmão revirou os olhos, quando guardei o celular.

- É um jeito prático de entrar em contato com ele - dei os ombros, voltando a me aproximar - Aí, Sam. Quer namorar comigo?

Estendi a pequena caixa de isopor, onde o coração de uma das vítimas estava sendo guardado. Mostrei um sorriso fraco, diante da careta do meu irmão.

Ele olhou a caixa por alguns instantes e depois me olhou, sua careta quase me fez rir. Mas, logo ficou sério e voltou a se concentrar no trabalho.

- Achou alguma coisa aí? - resolvi mudar de assunto, já que Sam não estava de bom humor - Isto é, além de órgãos triturados por dedos humanos.

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