Quando os Arcanjos descem dos Céus, a Terra se transforma em um Inferno.
Aos dezessete anos, seu destino havia sido traçado. Ela entende de armas, de carros e de bebidas, mas, principalmente, de monstros.
Allison foi abandonada por sua mãe e treina...
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Três semanas longas e exaustivas não foram o suficiente para os levarem até o lugar certo.
Na verdade, eles não faziam ideia de onde queriam ir ou quem precisavam encontrar. Não tinham um rosto, uma referência, uma placa de carro para seguir.
Eram pilhas e pilhas de papéis espalhados por todos os lados da velha casa de Bobby, que já estava farto de tamanha bagunça. Os demais sentiam seus olhos cansados de lerem tantos livros inúteis a respeito de arcanjos.
Allison repassou a lista de seus contatos, pedindo ajuda, por qualquer sinal estranho. Mas, dentro de três semanas, nenhum deles deu o retorno que precisava.
A porta da frente bateu, fazendo as paredes tremerem e os quadros balançarem. A Hasthings largou seu telefone na mesa assim que viu Dean atravessar as portas da sala com o seu almoço.
— Trouxe torta? — ela perguntou, sem tirar os olhos de tantos papéis.
— Querida, por favor. — Dean revirou os olhos, enquanto tirava a comida de dentro das embalagens. — Eu nunca faria isso.
— É verdade. Você já fez isso. — ela forçou um sorriso quando o olhou — Ah, depois que você saiu, encontrei um site na internet. Uma comunidade médiuns de verdade, se é que isso existe mesmo.
Ela mostrou a tela do notebook para Dean, que a encarou com um olhar cético.
— Algumas situações parecem reais.
— Não caia nessa, Ali. — ele riu com desdém, sentando-se ao seu lado de novo — É um bando de charlatões que precisa de dinheiro para pagar as contas.
— Mas, talvez seja verdade dessa vez.
Ela parecia mesmo desesperada para tentar convencê-lo a visitar um grupo virtual de médiuns.
— Deveríamos investigar, você não acha?
— Eu acho isso uma perda de tempo.
Ela fez uma careta, cansada demais para discutir com Dean outra vez. Pegou uma das folhas e entregou a ele, para que ao menos desse uma olhada:
Havia uma centena de nomes escritos, alguns exagerados demais.
— Eu acho que é verdade. — Allison insistiu — É Missouri.
— Um pouco longe. Por que alguém no Missouri poderia nos ajudar?
— Eu li o diário do John.
Ela torceu os lábios, esperando pelo pior. Dean ficou calado por tempo demais, aquilo a preocupou.
— Desculpe, eu só queria ter certeza de que estávamos indo pelo caminho certo. — a Hasthings se apressou para explicar, com medo do que aquele silêncio poderia se transformar — Diga alguma coisa.
