Whatever It Takes

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Dean mantinha as duas mãos firmes no volante, enquanto cantarolava dentro de seu carro tão amado. O som nos auto-falantes preenchiam o carro e distraía Allison do que era mais importante.

Jackson ainda estava algumas horas de distância. O que, particularmente era bom, pois a Hasthings teria mais tempo de fazer pesquisas e ouvir algumas curiosidades de Castiel.

O anjinho estava sentado no banco traseiro, contando histórias sobre os Cavaleiros e do que podia se lembrar sobre seu irmão, Lúcifer.

- Achei que fosse só história - a Hasthings comentou, tentando ignorar seu noivo cantar dentro do carro.

- Não exatamente. A humanidade foi construída com histórias, mas algumas delas são reais - Castiel falou a ela, sem desviar os olhos da paisagem do lado de fora do Impala - Eu sinto que há um deles aqui, e fico surpreso por você não sentir nada, Allison.

- Sério? Porque eu agradeço por isso. Essa foi a primeira vez que alguma desgraça aconteceu e ela não sentiu nada - Dean olhou para Castiel através do retrovisor, antes de encarar a caçadora - Se Deus existe, ele 'tá querendo compensar alguma coisa.

- Ah, com certeza - com uma revirada de olhar, sua atenção se voltou para o livro em seu colo.

- Eu já entendi o problema de vocês - Castiel abaixou seus olhos, com muita dificuldade de ignorar a beleza da paisagem - Vocês não tem fé, em ninguém. Nem anjos, nem mesmo em Deus.

- Eu prefiro não entrar nesse assunto, ou não respondo por mim - Allison respondeu, curta e grossa - Depois de tanta coisa que me aconteceu, tudo o que eu já passei, espera que eu faça um altar em nome Dele? Nunca pude depender Dele, era apenas eu e eu.

Castiel já não sabia o que dizer, pois acompanhou toda sua caminhada e entendia o motivo de toda sua revolta. Pois, apesar de ser um anjo, também se lembrava do dia que pediu ajuda ao seu Pai, e ele nunca o respondeu.

- Eu andei pensando, se for mesmo um Cavaleiro, como vamos matá-lo? - Dean mudou o rumo da conversa, quando sentiu o clima tenso.

- Na verdade, não podemos matá-los. Eles são como eventos corpóreos, podem se transformar em quem quiser, quando quiser - o anjo explicou, lembrando dos tempos no Céu - A Morte é a mais velha de todos eles, afinal ela existe desde o início dos tempos.

- Pena dela de ter que conviver com tantas almas humanas todos os dias - a Hasthings lamentou.

- Você arrisca sua vida todos os dias para salvar algumas.

- E não me arrependo. Há controvérsia, este é o meu trabalho - ela franziu a testa, procurando pelas palavras certas - Algumas delas vale a pena arriscar meu pescoço para salvá-las, outras nem tanto. Mas, não cabe a mim decidir quem vive e quem morre.

- Jeito interessante de pensar - Dean comentou.

- Obrigada, demorei anos para entender.

O Winchester escondeu seu sorriso ao ouvir suas palavras. Sabia do que ela falava e não era fácil lidar com situações de pessoas inconvenientes duvidando de sua capacidade.

Enquanto, no banco de trás, Castiel observava os dois com atenção. Mesmo após anos, a sincronia e conexão de ambos ainda era deveras impressionante.

- E chegamos. Jackson, Missíssipi - o Winchester alertou, ao ler a placa na entrada da cidade - Mas que diabos aconteceu aqui? Parece uma porra de cidade fantasma.

- Talvez esteja aqui - o anjo falou.

- Cass, na Bíblia diz que a Guerra monta um cavalo vermelho, não é?

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