Rhythm Of Love

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- Não foi nada demais - o Winchester desconversou, sem me afastar de seus braços, por mais que quisesse olhar em seus olhos - Eu só fiquei muito entretido. Há quanto tempo estou aqui?

- Três dias...

- Uau... T-três dias? - o gaguejo de Dean não só demonstrava o quão surpreso ele estava, mas receoso também - É, acho que não vou dormir por um bom tempo, né, não?

Eu sabia que ele estava desconfortável, com medo e com receio do que pode ou do que aconteceu.

Dessa vez, não deixei ele me segurar contra seu corpo. Me sentei na cama, com cuidado, para não soltar nenhum fio conectado ao seu corpo.

Sua mão continuava sob a minha, acariciando minha pele, fazendo círculos imaginários. Estava procurando uma maneira de desocupar a sua mente e eu tinha certeza que esse sonhos criado pelo Djinn, eram o responsáveis por tudo isso.

Naquele momento, olhando bem no fundo de suas orbes verdes, notei que ele apenas queria desconversar.

Dean é como uma rocha. Minha mente repetia, várias e várias vezes.

Então, assim como Dean, também decidi não tocar no assunto. E que, já estava mais do que na hora dos irmãos conversarem. Não tinha escapatória dessa vez.

Quando me levantei da cama, fui até minha mochila e peguei meu celular. Mandei uma mensagem para o Sammy, avisando que ele teria que ficar com o Dean.

- O que está fazendo? - o loiro perguntou, em protesto quando me viu pegar a jaqueta - Não vai me largar aqui, vai?

- Por que? Tem medo de agulha? - forcei um bico manhoso, diante de seu olhar apavorado. Dean revirou os olhos - Eu já volto. Sam está vindo 'pra cá, seja bonzinho.

- Ehh... 'Tô afim, não, viu.

Beijei sua bochecha antes de sair, guardei as mãos no bolso da calça e sai do quarto, com a cabeça erguida e o coração mais leve.

Embora os problemas que esses dois irmãos causam, não só em mim, mas no restante do mundo, causava um conflito.

Quer dizer, não apenas um, mas vários.

Céu contra inferno. Irmão contra irmão. Duas cascas, dois anjos.

Desde sempre, ouvia todos comentando sobre a família Winchester. A grande família que trazia pânico para as criaturas e a salvação para humanos.

E, nunca pensei que teria que ser salva de mim mesma. Fiquei três dias, sem dormir. Quando me aconcheguei no sofá, fechando meus olhos, a imagem do Demônio de Olhos Brancos voltava para a minha mente.

Enquanto Ava gritava na minha cabeça, como uma maldição para não me deixar dormir. Quanto mais cansada e destruída eu estivesse, mais chances ela teria de tomar meu corpo e, dessa forma, poderia ajudar a começar o apocalipse.

Se alguém pudesse descobrir o que se passa na minha mente, eu acabaria em um sanatório em poucos minutos. Acessos de loucura, pânico e paranóia.

Um misto de sentimentos e um gosto amargo na boca, era assim que eu estava e já fazia tempo. As coisas não estavam bem, para nenhum de nós.

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