A situação no Bunker era crítica. Havia tensão se espalhando por toda a sala, o silêncio preenchendo o vazio e o cansaço deixando linhas visíveis em seus rostos.Castiel, o único abençoado com a ausência de fadiga, sentia-se péssimo por ver aqueles quatro caçadores reunidos e perdidos.
Cansados e com medo.
Depois do que aconteceu com Michael, demorou um tempo até Allison aceitar o fato de que agora seu pai dava uma identidade para o arcanjo.
Horas depois, ela deixou o quarto no qual se trancou. Impassível, sem perguntas, sem trovejar; a mesma máscara que Allison vestia quando tentava assimilar uma situação delicada.
Estavam todos, desde que voltaram, sentados na mesa de reunião; juntando informações e entupindo as veias com comidas gordurosas.
A Winchester folheou outro livro, os olhos cansados e entediados. Arcanjos, anjos, Jaula… Céu, Inferno… Ela não via mais diferença entre aquelas criaturas, aqueles lugares.
— Crowley não achou nada — Audrey voltou para a sala, o telefone em uma mão e o copo de café na outra.
— Eu imaginei — Dean arqueou as sobrancelhas para o irmão — Com tantos demônios por aí, ele não consegue um cara que presta.
— São demônios, Dean. Nenhuma criatura é confiável.
— Valeu, Sam.
Allison o encarou com um sorriso cínico, e seu cunhado engoliu seco.
— Menos você, Ali. Você é uma exceção.
— Que diferença faz se não podemos fazer nada?
Audrey tropeçou em uma das caixas repletas de documentos e anotações dos Homens de Letra, mais velhas que todos eles juntos.
E parte de toda aquela papelada iria se desfazer com um único copo de café.
Allison encarou aquela cena pelo canto dos olhos e o copo ficou suspenso no ar, congelado. Sendo segurado por uma mínima fração de seu poder.
— Mas que porra-
— Cuidado, Audrey — a outra caçadora lhe repreendeu — Tenho certeza que os Homens de Letra iriam se revirar nos túmulos se algo acontecesse com tanta história.
— Você está se saindo muito bem, Kiddo.
Dean lhe ofereceu um sorriso, junto de uma garrafa de cerveja. Estava tão orgulhoso.
Dawson aproveitou e pegou o copo, que permaneceu suspenso no ar. O gosto, a textura, era exatamente a mesma. Significava que Allison estava evoluindo - e cabia às suas opiniões pessoais decidir se isso era algo bom ou ruim.
Antes de levar a garrafa aos lábios, a marca lhe fisgou. De pé, pronta para devolver o livro à estante, aquela garrafa se partiu aos seus pés quando foi ao chão.
A atenção de todos se voltou para a Winchester. Castiel foi o primeiro a se aproximar, seguido de Dean.
— Ali, o que foi? — o marido deu uma boa olhada em sua expressão assustada.
— A marca — o anjo rosnou ao espalmar a mão em sua testa, descobriu como ela estava quente.
Uma fração de luz saiu de suas costas. A marca pulsava em sua nuca, lhe causando dormência e a restrição de movimentos; era forte e agonizante.
Allison se agarrou aos braços de Dean, tentando enxergar através dos borrões pretos que sua visão se transformou.
Ouvia Audrey chamando seu nome, Sam ajudando o irmão a carregá-la até o pequeno sofá que tinha na biblioteca. Castiel gritando com Dean logo depois, algo tão estúpido que Allison nem se deu ao trabalho de tentar entender.
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THE HUNTERS | supernatural
RandomQuando os Arcanjos descem dos Céus, a Terra se transforma em um Inferno. Aos dezessete anos, seu destino havia sido traçado. Ela entende de armas, de carros e de bebidas, mas, principalmente, de monstros. Allison foi abandonada por sua mãe e treina...