New Horizon

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Em toda sua maldita vida, Dean jurou que aquela era uma cena que nunca presenciaria.

A casa estava, finalmente, pronta. Em suas mãos, a chave de seu lar e a outra usava para segurar na mão da esposa. Eles tinham descarregado o último caminhão dois dias antes e agora estava tudo perfeito.

Perfeito.

Allison não se aguentava, apertava seus dedos com tanta força. Ela o encarou, apreciando o bom trabalho que tinham feito. O resultado depois de meses de trabalho árduo.

— Está pronto? — ela perguntou.

— Sempre.

Respondeu ela sem hesitar. Seu sorriso cresceu.

Do lado de fora, a casa era branca com lindas portas de madeiras. Novas e resistentes - com um pouco de sigilos, claro. Dean entalhou aquelas portas com ajuda de Allison, só para garantir. Uma vez caçador, sempre caçador.

Ao redor de seu quintal, um vasto espaço para aproveitar os dias de sol. Ao redor do gramado, a cerca com tinta branca era novinha, e tinha acabado de receber uma nova pintura. A caixa de correios tinha seu sobrenome.

Ao passar pela porta, Dean observou o consenso de estilo entre eles. Estava perfeito, em harmonia. As cores, os móveis, as decorações. Nunca pensou que Allison levasse tanto jeito para decorações, mas ela era muito boa naquilo que fazia, independente do que fosse.

Os móveis eram escuros, preto e cinza. Assim como os armários da cozinha e as estantes, havia uma enorme estante de livros cobrindo a parede da frente. Havia dos mais diversos gostos; mas principalmente sobre magia e seres místicos.

Querendo ou não, ainda era uma boa leitura.

Na outra prateleira, havia os discos - a maior das relíquias. Allison pensou em organizá-los em ordem de lançamentos, e Dean venceu quando disse que arrumaria por banda. E, céus, eram tantos que ele passou um bom tempo cercado por seus discos antigos. Até seus toca-fitas ganharam um espaço só para eles.

— Nossa casa, não é? — ela o abraçou de lado, a cabeça deitado em seu ombro.

Dean sorriu para ela.

— Sim, nossa.

— O que faremos primeiro?

— Você, eu não sei. Eu quero muito tirar um cochilo. — ele moveu os ombros com uma careta — Aquela cama de hotel acabou com as minhas costas.

— Existem formas melhores de estrear um colchão novo, Dean.

— ... não acham que somos grandinhos demais para brincar de trampolim?

— Céus, eu te odeio.

Ela gargalhou agarrada ao marido. Dean beijou sua cabeça e trancou a porta, enquanto ela tirava o casaco para pendurar no closet da entrada.

O Winchester sorriu para Allison quando a viu ir até a cozinha, abrindo a geladeira em busca do que quer que fosse. Ela parecia radiante, tinha um emprego que parecia gostar muito, tinha uma casa recém-reformada e até o que ela chama de "marido troféu".

Em todas as reuniões sociais do trabalho, Dean se exibia, e era bom no que fazia. Difícil pensar no contrário.

Enquanto ela parecia ocupada se servindo com alguns aperitivos, Dean parou para observar os porta retratos. Havia tantos deles. Sua família, cada um deles. Era difícil não pensar em seu irmão, ainda assim não ouvia sua voz há meses e parecia estar lidando bem com isso.

Ao menos, estava tudo diferente de seu sonho apocalíptico. Allison estava bem ali, e não havia nenhum quarto assustador de bebê por ali.

Por enquanto.

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