Don't Say Yes

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Perdi a noção do tempo, enquanto encarava as estrelas naquele céu azul escuro. A lua tomava seu lugar no céu, iluminando tudo ao meu redor.

Talvez seja meia-noite, eu já não sabia mais. Ficava perdida em meios aos pensamentos, quando a brisa fria acariciava minhas bochechas e penteava meus cabelos.

Era uma sensação quase reconfortante. Por um momento, esqueci que há mais demônios do que pessoas, nesta cidade.

Descobrimos que Lilith estava se abrigando no Convento de Sta. Maria. E se Lilith está lá, Leraie não está longe. O que fazia minha cabeça ficar repassando todos as suas jogados e as nossas, até aqui.

Era uma confusão sem tamanho. Selos. Demônios de Olhos Brancos. Anjos. Era muito para minha pobre mente humana, às vezes desejo que tudo isso não passe de um pesadelo horrível.

Eu ainda vou acordar, dentro da minha casa, na Carolina do Sul.

Meu pai entraria no quarto, preocupado com meus gritos, graças aos pesadelos, e Charles faria piadas estúpidas.

- Isso é tão idiota - balancei a cabeça de um lado para o outro, espantando essa ideia da minha mente - Que imaginação fértil, Allison. O Céu nunca fez nada por você.

- Eu não diria exatamente isso, senhorita Hasthings.

Uma voz, desconhecida por mim, soou aos arredores. Não era Sam e muito menos Dean. E também não era Castiel.

Desencostei do pilar e olhei ao meu redor, procurando pelo dono da voz firme, porém serena.

Uma lâmpada estourou em cima da minha cabeça, me fazendo saltar. O lugar havia ficado mais escuro e logo as outras lâmpadas estouraram, uma seguida da outra.

Eu me encolhi, temendo que os cacos de vidro me acertassem. O que estava acontecendo?!

- Lado errado, senhorita - a voz falou novamente. Eu me virei, e pude ver uma silhueta no final do corredor - Agora, sim.

- Quem é você? - perguntei a ele, com minha mão no revólver.

- Não precisa disso, certo? - o homem caminhou calmamente até mim, era difícil reconhecer seus traços nessa escuridão - Vamos, Allison. Abaixe isso.

- Eu te conheço?

- Não, ainda não - este mesmo cara começou a chegar mais perto - Mas, não precisa se preocupar comigo.

- Da última vez que ouvi isso, levei uma facada pelas costas - forcei meu sorriso a crescer. Tirei o revólver do coldre e apontei em sua direção - Vou perguntar, só mais uma vez: quem é você?

- Eu sou Zachariah - finalmente ele se apresentou e a luz da lua me permitiu analisar seus traços - Um anjo do Senhor. Agora, pode abaixar e conversar como um ser civilizado?

- Eu dispenso a oferta, seja qual for ela - travei minha arma e arrumei a jaqueta no meu corpo - Fique longe de mim, Zachariah. Já tenho confusão demais na minha vida, não quero outro anjo por perto.

Ele era um homem mais velho, havia pouco cabelo branco em sua cabeça. A barba feita perfeitamente e um terno alinhado em seu corpo.

Gravata e blusa social combinando. Com certeza, sua casca era um homem rico. De qual forma, eu tinha pena dessas pessoas. Sei o pesadelo que é, ser possuído.

- Não vim lhe oferecer nada, Allison - Zachariah voltou a falar, firme desta vez - O Céu anda recebendo muito de suas reclamações. E, para alguém que foi amparada pelo próprio Deus, você está muito ingrata com o feito.

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