Quando os Arcanjos descem dos Céus, a Terra se transforma em um Inferno.
Aos dezessete anos, seu destino havia sido traçado. Ela entende de armas, de carros e de bebidas, mas, principalmente, de monstros.
Allison foi abandonada por sua mãe e treina...
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Três horas da tarde, e eu ainda estava escondida atrás dos painéis do meu carro - pelo menos o carpete estava limpo e cheirava a pinho.
Sammy estava concentrado nas notícias na tela de seu computador, rabiscando jornais e lendo arquivos tão extensos que me causavam enxaqueca só de pensar em lê-los.
Pensava que todo meu esforço valeria a pena, porque quando eu terminasse de arrumar meu carro, eu afundaria meu pé naquele acelerador e sentiria o motor roncar na ponta dos meus dedos.
Veria a cidade pelo retrovisor desaparecer e seria só eu, a estrada e meu velho carro.
Me levantei para limpar as mãos sujas com graxa, e Eye of the Tiger, de Survivor, começou a tocar. Cantarolei baixo enquanto fechava o capô do carro, balançando meus quadris de um lado para o outro.
Finalmente, eu tinha terminado: os pneus estavam calibrados, o motor roncava como um animal faminto e aquela lataria brilhava em um azul escuro como uma galáxia.
Suspirei aliviada, vendo todo meu trabalho ser recompensado e observei o Dodge a distância com uma garrafa de cerveja nas mãos. Eu estava orgulhosa do meu trabalho.
Enquanto guardava minhas próprias ferramentas, o familiar som do impala surgiu na entrada da garagem.
Dean desceu daquele carro como um rei desce do trono, ele sabia exatamente o que estava fazendo. Bateu à porta e apontou para mim, com uma mão perto do rosto como se segurasse um microfone:
— "It's the eye of the tiger, it's the thrill of the fight... Risin' up to the challenge of our riva" — e ergueu a mão para o céus como um astro agitando a plateia em um show — "And the last known survivor stalks his prey in the night... And he's watchin' us all with the eye of the tiger!"
Pior que isso, ele cantava bem. Muito bem.
— Dean, não estrague a música.
E sabendo que eu não falava sério, ele moveu os ombros em uma dança engraçada:
— "Face to face, out in the heat... Hangin' tough, stayin' hungry".
— Você não está me ouvindo, não é?
Dean deixou os ombros caírem quando me encarou e passou pelo meu carro para chegar perto.
— Você consegue entediar até mesmo um clássico. — ele resmungou, finalmente parando de cantar. Encolhi os ombros. — Deixar o rádio ligado vai acabar com a bateria do seu carro.
A sua voz era encantadora e eu nunca tinha prestado tanta atenção antes - e Dean nunca precisaria saber o que eu penso a respeito disso, porque alimentar o seu ego é uma coisa que eu não faço.
Dean circulou o Impala para retirar as sacolas do banco traseiro, trancando as portas quando terminou.
— O que é isso? — perguntei quando o Winchester me entregou um dos pacotes pequenos.
