THE HUNTERS | supernatural

Big Girls Don't Cry

Como eu havia dito ao Winchester, eu segui para a cidade que mais tinha tido acontecimentos e mortes estranhas e súbitas.

Liguei para eles e não disse nada além das coordenadas onde eu estava os esperando. Havia passado apenas um dia e minha caixa postal estava cheia.

Dean me ligou tantas vezes, mandou tantas mensagens... E eu não li e atendi nem uma delas. E, ele estava certo, estávamos com a cabeça cheia e falamos coisas que não devíamos.

Eu entrei no quarto de hotel e vesti roupas, fingindo ser uma agente do FBI. Depois de vestir a calça social e colocar as botas de salto alto, peguei meu sobretudo.

Estava frio lá fora e eu não iria ficar passando todo esse calafrio na espinha, apenas para bancar a agente arrumadinha.

Fiquei do lado de fora, segurando meu copo de café fumegante. O tempo mudou drasticamente, assim como eu.

Quando abri meus olhos, ao amanhecer, eu não o vi do meu lado da cama. Não ouvi sua voz rouca no meu ouvido, nem o seu braço quente ao meu redor.

E, estranhamente, eu não me senti bem. Meu pior erro, era sentir sua falta. Nenhum de nós dois fez algo absurdo, mas aos olhos dele cometi o maior erro da minha vida.

Mesmo que tivéssemos brigado, eu sabia que ele se importava e, que de algum jeito, ele estava arrependido.

Ao ouvir um motor de carro, familiar e próximo, ergui meu queixo para conferir se eram eles. E, talvez eu quisesse estar errada, mas os Winchester tinham chegado.

Me desencostei da lataria do carro e me aproximei calmamente dos dois irmãos. Tirei os arquivos da polícia debaixo do braço e entreguei para o Sam, pois foi o primeiro a se aproximar.

- Ali, que bom te ver, Pequena... - eu sorri minimamente para o Sammy e olhei em seus olhos - Você está bem?

- É, devido às circunstâncias...

Encarei o mais velho brevemente, dando-lhe um olhar sério.

- Estou bem - olhei Sam.

- Acho que vocês tem que conversar - Sammy olhou para seu irmão e coçou a garganta - E-eu vou ali... Dar uma olhada nesses arquivos, ou fazer qualquer coisa que me deixe longe de vocês dois...

Eu sorri fracamente para o mais novo dos Winchester, vi ele se afastando lentamente. Ao passar por seu irmão, tocou seu ombro.

Dei um último gole no meu café e depois o joguei no lixo mais perto.

Eu sentia que era agora, aquele momento que ambos sentem arrependimento. Choram uns nos braços do outro e lamentam terem gritado.

Isso, em um conto de fadas. Minha vida é um filme de terror. Não aconteceria algo assim, e eu sabia disso tanto quanto o Winchester.

Somos orgulhosos, sim. Temos pouca paciência, sim. Mas, acima de tudo, nunca deixamos de estar ao lado do outro, quando mais precisamos.

Desde o primeiro que aqueles dois homens entraram pela porta do meu bar, Dean e eu já estávamos discutindo. E, agora, envolvida mais intimamente com ele, tudo piora.