Carpe Diem

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As coisas fugiam do controle, e isso lhe causava pesadelos abomináveis. Não era sobre ser forte, era sobre ser corajosa. Céus, quantas vezes precisaria esconder sua exaustão para que todos entendessem que aquele era o fim da linha?

Fora. Ela estava fora. Estava pedindo socorro, uma carona para partir. Audrey cansou de ser uma caçadora, esperou a vida toda para se libertar, mas a cada passo para frente, era como dar outros dez passos para trás. Ela caiu em um abismo, assim que seus olhos encontraram os de Sam Winchester.

Maryland. A placa da cidade lhes desejava boas-vindas, e seguiram caminho direto para o cemitério que Lúcifer indicou. Era sórdido, e extremamente agonizante.

Talvez não para Allison, que era quase parte deles e, mesmo sob a proteção do feitiço, era como ter seu interior esmagado de dentro pra fora. Aquilo significava que tinham chegado, e se aquela pressão era de matar, Michael não estaria longe.

— Tudo pronto? — Dean carregou as armas e entregou uma delas a seu irmão.

— Uh, sim — Audrey estava bem ao lado, mas tudo parecia distante.

— Não precisa ficar.

Seus olhos se voltaram para Dean. Aquele homem a recebeu de braços abertos, como um irmão mais velho. Sabia que aquele não era Dean Winchester, o caçador, falando. Era apenas Dean, lhe oferecendo um ombro para chorar.

— E deixá-los sozinhos? — ela também carregou as armas — Esqueça.

Allison, apesar de insultada, encarou aquilo de uma forma positiva.

Castiel ficou com os molotov com óleo de santo, depois de cercar o perímetro que abriria a jaula. Ao seu sinal, tudo queimaria.

A Winchester sentiu um calafrio. Ele estava aqui e o tempo era curto. Dependia deles, ou tudo acabava, ou tudo se transformaria em um inferno. Cada passo deveria ser pensado no sucesso daquela caçada.
Sem erros.

Se virou quando o vento soprou seu cabelo. A marca pulsou em sua pele. Ele estava perto, muito perto.

— É ele? — Sam perguntou a ela.

— Conhece outra coisa que tenha uma presença esmagadora? — Lúcifer resmungou, ainda algemado, como parte do plano.

— É Michael. — ela os olhou — Vamos.

Arrastou Lúcifer pelos braços, como o combinado. A terra molhada com óleo santo determinava os limites, Michael deveria atravessar - correndo o risco de também ser pega e levada para a jaula.

Allison imaginava o banho de sangue que isso poderia se tornar. Só havia vermelho. Vermelho por todos os lados, e corpos espalhados por todas as partes.

Era o Inferno lhe dando as boas-vindas.

— Você está cometendo um erro — dizia o diabo, enquanto esperavam pelo irmão — Você não tem chances contra ele.

— E você acha que tem?

Allison não pôde evitar de rir ao imaginá-lo lutar com o irmão, sendo agora um humano fraco e burro e tolo.

— Se você me der um pouco da sua graça...

— Pode esquecer. — exclamou rapidamente.

— É só um pouco, assim podemos jogá-lo juntos na Jaula. — e o diabo implorava.

— Posso fazer isso sozinha.

— Ah, certo. Entendi. Então, tudo fica mais fácil quando se torna um de nós — Lúcifer deu um risinho — Mas, deixe eu te contar uma coisa, querida, você nunca será uma de nós. Não importa o quanto queira, o quanto tente, você sempre será a humana patética escolhida pelo meu irmão desesperado. — ela se calou — Você não é um arcanjo. Não importa o quão forte seja, não será o suficiente. Você é fraca.
Allison teve vontade de rir.

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