The House on Fire - Parte I

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Foi incrivelmente fácil se acostumar com aquela nova rotina, seus novos deveres como boa anfitriã e esposa dedicada. Quer dizer, quase boa anfitriã.

E também, Allison não nasceu para ser uma esposa-troféu. Na verdade, ela estava quase para um tipo de prêmio por participação, aqueles que as pessoas recebem para não se sentirem tão mal. Ainda bem que Dean sabia disso, e não se importava.

Embora tenha sido fácil se acostumar, também foi fácil se cansar de uma vida tão medíocre.

Ela se esforçou muito, muito mesmo e fazia de conta que era exatamente isso que procuravam.

Mas não era.

Uma noite, seus adoráveis vizinhos fizeram uma reunião, e os Winchester estavam convidados.

Porque, claro, eles eram novos na vizinhança e precisavam - claramente - de ajuda para se enturmar. Não era porque todos seus vizinhos estavam curiosos a respeito deles, querendo vasculhar suas vidas como se fossem agentes da CIA.

— Parece uma armadilha. — Dean olhou o quintal de seu vizinho pelas persianas, enquanto Allison se servia com uísque.

— São pessoas, Dean.

— Prefiro lidar com demônios.

Ele sorriu quando foi visto pelo vizinho, que aparava a grama do quintal, acenando para Dean. Acenando de volta, e sorrindo - da forma mais cínica que podia -, Dean fechou as janelas e encarou a esposa.

— É apenas um jantar. — ela dizia, tentando convencer a si mesma.

— Nunca é "apenas" um jantar quando se trata deles, Allison.

Ela balançou a cabeça. Era uma meia verdade.

— Da última vez que eles nos convidaram para jantar, me senti em um interrogatório. Nem a polícia queria saber tanto sobre mim, quando quase fui preso. — ele encarou a esposa, que girava o copo de uísque na mão.

— Será melhor, eu acho. — e coçou a garganta, antes de olhá-lo — Quando ela nos convidou, estávamos bebendo uma taça de vinho e-

— Uma garrafa.

— Uma garrafa. — ela se corrigiu — E ela pareceu realmente amigável.

— Eles são estranhos. Eu não vou.

— Você vai.

— Não vou, não!

...

— Oh, vocês vieram!

Tina sorriu lindamente ao vê-los em sua varanda, oferecendo sorrisos e uma garrafa de vinho tinto.

Allison estava com o braço enroscado no braço ao redor do marido, segurando-o para que não fosse embora. Eles entraram na casa, e depois se arrependeram amargamente.

Era como se toda a vizinhança estivesse ali, esperando por eles. Dean deu as costas, pronto para ir embora e Allison agarrou seu braço. Ele ficou.

Apenas para parecer amigável, também ficaram para o jantar. Allison só queria passar dessa fase de estranheza e poder aproveitar a vida que juraram que construiriam juntos.

— E como vai a oficina, Dean? — Tom perguntou a ele, trazendo consigo uma garrafa de cerveja.

— Está indo bem, desde a inauguração.

— Que homem misterioso!

Uma de suas vizinhas - que ele nem se importou em lembrar o nome - gargalhou, o que levou a todos a fazerem o mesmo. Dean apertou os olhos e seus lábios se transformaram em uma linha, ele nunca entenderia o tipo de humor que aquelas pessoas achavam que tinham.

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