Belladonna

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— Aonde eles foram?

Castiel surgiu aturdido no meio do Bunker, procurava por qualquer alma viva. Era estranho, pois parecia estar sozinho, não ouvia um único ruído.

Sentia-se perdido, girava no mesmo lugar.

Ele deixou as fontes de alimentos gordurosos para Sam e Audrey na mesa do Bunker, e começou a procurá-los. Lembrou-se do que Allison dizia sobre isso: "se achar que estão em um momento íntimo, não deve nem se aproximar".

Ele não ouvia qualquer ruído, então pensou que não teria problema algum. Seus pés o levaram até a biblioteca e a encontrou mais bagunçada do que esperava. Havia alguns livros espalhados pelas mesas e as cadeiras afastadas para trás; era bom sinal, pelo menos estavam por ali.

— Sam? — o anjo chamou — Audrey? Vocês estão aqui?

Castiel vasculhou as fileiras e os encontrou.

Sam estava deitado nas pernas da Dawson, dormindo profundamente sob o cafuné feito com os dedos delicados da namorada. Enquanto ela parecia completamente absorta da realidade, enquanto lia um livro sobre mitologia Zulu - e, vendo seus olhos brilhando, ele soube que parecia muito interessante.

— Audrey? — a caçadora se virou pra olhá-lo, e sorriu quando viu o anjo de sobretudo — Eu trouxe comida.

Ela levou um dedo aos lábios pedindo silêncio, e apontou para o Winchester adormecido em seu colo.

Castiel riu baixo.

— Não está com fome? — perguntou a ela.
Audrey pensou. Sim, estava com fome. Mas, podia esperar. Fazia tanto tempo que Sam não dormia pacificamente assim, não queria estragar o seu momento de descanso.

— Não, estou bem. Obrigada. — Audrey sussurrou, tirando as mechas da testa de Sam — Oh, Ali e Dean já voltaram?

— Achei que você pudesse me dizer — confuso, o anjo inclinou a cabeça para o lado. — Não consigo falar com eles desde de manhã.

O corpo de Audrey ficou tenso.

— Acha que estão com problemas?

Castiel hesitou em responder. Ele pensou que, se tivessem problemas sérios, Allison poderia chamá-lo.
Lembrou-se, amargurado, do fato que não podia mais ouvi-la.

— Tenho certeza de que estão bem, talvez tenham encontrado um contratempo.

...

Quando Dean a ouviu gritar sentiu que algo dentro de seu peito se partiu. Ele correu o mais rápido que pôde, pulando os degraus e desviando das caixas de ferramentas e objetos que estavam no caminho.

A luz piscou novamente quando chegou ao andar de cima. Ele sentiu um arrepio, estava frio. Estava muito, muito frio. Quando soltou o ar que prendia, pôde ver o vapor sair de seus lábios.

Ela estava ali, e estava perto.

— Allison! — ele chamou pela esposa novamente, perdido entre tantos quartos.

— Aqui — ela acenou no meio do corredor. Estava bem, embora tremesse de frio.

Dean sentiu seu corpo relaxar. Deu longos passos até alcançá-la.

— Droga. Você me assustou. — ele tocou suavemente sua mão, para ter certeza de que estava ali.

— Mas que diabos está acontecendo aqui?

O corretor, aquele que lhe mostrou a casa no dia anterior, apareceu outra vez. O sorriso encantador desapareceu, transformando sua feição amigável em uma careta zangada.

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