Pact with the Devil

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Era difícil dizer como eu estava me sentindo, após ouvir aquelas palavras saindo da boca de Dean. Mas, eu precisava admitir que nunca tinha ficado tão feliz antes.

E tinha muitas outras formas que me senti depois de passar, praticamente, a noite toda acordada. Mas, esse não era o ponto principal.

Eu não conseguia entender o porquê. E é claro que aceitei, porque eu o amo e não tenho dúvidas do que ele sente por mim. Mas, então, por que agora?

Entretanto, além de ter essa pergunta rodando minha cabeça durante a viagem de volta, eu não conseguia parar de pensar na Maya.

A marca, o pedido de Dean, Lúcifer fora da Jaula - de novo -, minha mãe e um possível fim do mundo. Como conseguir encarar isso de queixo erguido?

- E eu achando que depois desse final de semana, você ficaria mais animada - Dean abaixou o volume da música, para poder conversamos - Errei feio.

- Cala a boca, Dean. Foi tudo incrível - deixei meu tronco descansar contra o banco do carro, e olhei para o Winchester.

- Então, por que esse bico e essa testa franzida?

- Eu estava escutando a música! Posso fazer isso, não é?

- Você não estava ouvindo a música, você sempre fica com essa cara quando tem algo te preocupando - Dean tirou uma das mãos do volante, para tocar no meio das minhas sobrancelhas - Essa aqui é a sua marca registrada: "não fale comigo, eu estou pensando".

- 'Tá legal, você me pegou.

Com o passar do tempo parecia cada vez mais difícil mentir para ele e isso era algo bom. Eu ergui a mãos, para ele saber que eu tinha desistido.

Quer dizer, dependia da situação. Em algumas delas, a mentira deve ser contada porque sabemos que não suportaria ouvir a verdade.

- Você sabe no que eu estou pensando, então vou poupar fôlego - dei os ombros, fechando meus olhos por poucos instantes - Eu vou dar um jeito disso, eu disse que daria. Sempre tem uma solução, eu só preciso achá-la. Se os Anjos respondessem, ao menos, eu saberia por onde começar.

- Eu sei que você é a "Favorita de Michael", mas não acha que está esperando muito deles?

- Do Céu?

- Do Céu, dos Anjos, de Deus... - ele falou, com desdém. Por um momento, jurei que Dean queria rir - Porra, Ali, quantas vezes eles nos ajudaram em alguma coisa?

- Desta vez, eu não tenho outra escolha a não ser acreditar. Agora, eu entendo tudo o que aconteceu comigo, tudo o que eu passei foi planejado - falei a ele, voltando meus olhos para a estrada vazia - O "gatilho", se lembra? Eu não estou do lado deles, você sabe disso. Mas, eles sabiam como impedir Lúcifer e podem fazer isso agora.

- Claro, quando você decidir interferir na luta dos Arcanjos e acabar morrendo - Dean sorriu com descrença -, de novo!

- É, nada melhor do que tratar a Morte como velha amiga.

Eu sorri e nem precisava olhar para o Winchester, para saber que ele tinha aquele olhar enigmático no rosto. Não podia julgá-lo por tentar me proteger, eu sempre tomo as piores decisões.

Corro para o perigo, escuto algo sobre os Anjos e Arcanjos, e eu preciso descobrir. Algo fantasioso, quase doentio. Algum impulso que prende a minha atenção das piores formas possíveis.

E tenho a marca dada por Lúcifer em minha pele para provar isso.

Durante o caminho de volta, tentei evitar de pensar nos problemas, me distraindo com a música que tocava no carro. Os últimos dias tinham sido incríveis, aproveitei todo o tempo que eu tinha, da melhor forma possível.

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