As horas até Austin passaram lenta e tortuosamente, como se eu estivesse descendo a serra até o inferno. Além do calor que me causava náuseas, o mormaço deixava minhas bochechas estupidamente vermelhas.
Wendy se debulhou em lágrimas assim que bati em sua porta e eu a segurei, com medo que desabasse de joelhos na varanda. Ela estava apavorada, estava tremendo.
Queria tanto saber a verdade. Queria tanto que o pai daquela criança não fosse um dos idiotas com quem ela se relaciona. Ela podia fazer isso sozinha, sim, mas não queria que precisasse.
A levei para dentro, ligando o ar e fechando as janelas para que ela relaxasse. Fiz chá quente de camomila e trouxe lenços que encontrei na dispensa.
Fiquei aliviada ao vê-la parar de chorar. Já passamos por isso antes, e nunca fica mais fácil.
— Então, quando... quando você fez o teste? — mordi os lábios, ao ver os seus tremendo na beirada da xícara.
— Ontem.
— Mas, os testes ficam prontos em instantes.
— E você acha mesmo que eu tive coragem de ver antes? — ela revirou os olhos, como se a resposta fosse óbvia — Eu estou apavorada.
— Você... sabe quem é o pai?
Ela suspirou. Talvez não quisesse falar sobre isso agora, mas eu queria ter certeza de que o cara não era o tipo de aberração que eu preciso matar. Mas, se ele for um idiota, eu o farei da mesma forma.
— Talvez um motoqueiro, um barman. — ela sorriu para mim de forma irônica, foi quando eu soube que ela estava se recuperando. — Eu não tenho certeza se possa ser do Tyler, nós terminamos e sempre usamos proteção. Eu tomo remédio, pelo amor de Deus...
Foi minha vez de suspirar. Bati amigavelmente em seu braço, me lembrando de tempos terríveis na faculdade. Dezenas de outras meninas passaram pela mesma coisa durante nosso primeiro período - e sempre era assustador.
— Eu não vou abortar, se é o que quer saber. — ela respondeu e eu me calei — O bebê não tem culpa por eu ser uma vadia.
— Você não é uma vadia. — eu a repreendi por isso, franzindo as sobrancelhas — A decisão é sua e sabe disso. Apenas pense direito, existem outras opções também, pode colocá-la para a adoção.
— Eu quero esse bebê.
Sua declaração não me deixou surpresa, na verdade me fez sorrir. Ela sempre quis ser mãe, ter sua casinha, com seu belo marido e uma mini van para viajarem juntos; esse era o mundo dela.
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THE HUNTERS | supernatural
RandomQuando os Arcanjos descem dos Céus, a Terra se transforma em um Inferno. Aos dezessete anos, seu destino havia sido traçado. Ela entende de armas, de carros e de bebidas, mas, principalmente, de monstros. Allison foi abandonada por sua mãe e treina...