Baby Girl

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Enquanto dirigia para casa, pensava que voltar para o bunker seria a melhor coisa a se fazer nesse momento.

Descansar minha cabeça, principalmente depois do caso daquele motorista maluco, quase me atropelando no meio da rodovia.

Eram muitas coisas para digerir e eu precisava de tempo pra isso. Especificamente, apenas eu.

Tinha coisas para colocar em ordem, incluindo caçar aqueles Demônios. Isso não tinha sido resolvido e, se demorássemos mais, não iria ser resolvido nunca.

Eu me coçava no banco, para não ligar para nenhum dos meus contatos e ir atrás deles agora mesmo. Tinha que fazer alguma coisa e fazer rápido.

O Impala seguia logo atrás de mim, levando os dois irmãos. O clima entre eles parecia ter melhorado, embora seja impossível de ignorar as ações do caçula.

Tentávamos ao máximo fingir que nada aconteceu e seguir com nossas vidas. Mas, nada parecia ajudar, já que qualquer assunto virava motivo de briga para os dois.

Perdi a conta de quantas vezes tive que chamar a atenção deles, impedindo que um acabasse machucado.

Me manter ocupada era um desafio diário, e me manter acordada era quase impossível. Apenas por fechar os olhos, Ava voltava a assombrar minha mente.

Bem como mantê-los distraídos de brigas e discussões, parecia impossível. Dava para imaginar o silêncio extremo e insistente que estava no carro atrás de mim.

E, na verdade, não era algo bom. Quando ouvia John falando sobre os meninos, ainda quando criança, era como nos filmes. Um nunca desistia do outro.

Não tiro a razão de nenhum deles. Mas, Sam está totalmente errado em nos largar, para acreditar em um Demônio qualquer, que fugiu do inferno, tendo a boa vontade de ajudar três caçadores vagabundos?

No entanto, Dean também não ajudava com os comentários ambíguos e com indiretas pontiagudas focadas em seu irmão, ele fazia questão de mostrar o quão irritado estava.

Suspirei comigo mesma, pedia muito para que, de alguma forma, as coisas se resolvessem com um estalar de dedos. Mas, dependendo de quem for, prefiro que nada aconteça.

Castiel já nos deu uma demonstração sobre o que acontece, quando anjos estalam os dedos e, pode-se dizer, que não é algo legal para nós - humanos mortais e comuns, sem poder algum sobre eles.

Nunca acreditei em destino, mas por alguma razão, os Winchester apareceram no meu caminho. E, desse jeito, vieram e ficaram.

Agora, não me imagino sem nenhum deles. Uma família não é constituída e nem formada pela laço de sangue. Pelo contrário, é a forma que você luta e morre por aqueles que ama.

Então, agora mais velha, eu entendo o que meu pai fez pelo Charles. O que minha mãe fez o que fez, para que eu pudesse salvar outras pessoas até hoje.

Meu telefone começou a tocar. Abaixei o volume do rádio, estava tão alto e eu tão perdida. Mal notei o volume.

Imaginei que fosse um dos irmãos, talvez para pararmos e descansar ou que haviam encontrada algum caso no caminho - e eu rezava para que fosse apenas um engano.

Mas, minha expressão se transformou em segundos. Não era nenhum dos meninos, e também estranhei por causa do horário; são quase quatro da manhã.

E, não era ninguém menos que minha melhor amiga. Nesse momento, meu sangue gelou e eu já imaginei tudo de ruim que poderia ter acontecido.

Temia que algum Demônio havia encontrado Wendy e estava a posse de seu corpo. Eu jamais me perdoaria colocá-la em perigo, ainda mais esperando sua primeira filha.

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