Nunca tinha visto aquela expressão no rosto de Bobby. Ele estava apavorado, talvez um pouco descrente até.
Sam quis contar os detalhes, e contou. Era mesmo insano ouvir dizer que eu morri e voltei a vida na mesma noite - principalmente quando eu não conseguia me lembrar de nada.
Embora tentasse fingir que nada aconteceu, Castiel não me deixava esquecer que foi Deus quem salvou minha vida. Por que salvaria? Deveria ter deixado meu nome estampado em uma lápide vazia e queimado meu corpo.
Eu não deveria estar viva.
Bobby não disse nada quando acabamos, ele só me abraçou. Precisei sair de casa, sentindo-me sufocada com aqueles olhares temerosos, como se eu fosse algum tipo de aberração.
Me sentei na varanda da casa, segurando uma garrafa de cerveja, a mais amarga, esperando por um milagre e uma resposta. No primeiro gole, me lembrei dos pesadelos; eles estavam cada vez piores e sangrentos.
— Companhia? — me virei para ver Sam se juntando a mim, segurando uma garrafa de cerveja.
— Seria bom. — torci os lábios, mentindo.
— Estamos preocupados. — ele admitiu — Não sabemos quem te trouxe de volta a vida de verdade, o que torna tudo pior.
— Eu sei, e não gosto disso.
Quero dizer, era bom saber que gostavam de mim a ponto de se preocuparem comigo. Mas, odiava aquela situação de merda - principalmente, quando me lembro que não pedi para ser salva, muito pelo contrário, eu pedi misericórdia.
Eu estava pronta.
— Sinto muito, Ali. — Sam me encarou pelo canto dos olhos.
— Não me leve a mal, Sam. — toquei seu ombro, sorrindo fraco para ele — Eu só estou confusa. Não é sobre vocês, nada disso é.
— Eu sei. Mas, enquanto não encontramos uma resposta, você deveria descansar.
Ri baixo, bebendo mais da minha cerveja. Sam me acompanhou.
— Não mesmo. — eu disse — Tenho que encontrar Castiel. Não posso me dar o luxo de descansar agora.
Quando os olhos de Sam se arregalaram, ele achou que estava brincando. Bom, eu não estava.
— Encontrei vocês. — Dean surgiu atrás de nós, e me virei — Apreciando a paisagem?
— Gostaria de dizer que sim.
— Vamos, temos um trabalho. — e olhou para Sam, me ignorando.
— Aonde?
— Você, não. — ele franziu a testa para mim.
— O que?
Eu me levantei, ficando cara a cara com Dean. Estava desesperada para não me deixarem sozinha outra vez, eu não suportaria as vozes se ficasse a sós com elas.
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THE HUNTERS | supernatural
De TodoQuando os Arcanjos descem dos Céus, a Terra se transforma em um Inferno. Aos dezessete anos, seu destino havia sido traçado. Ela entende de armas, de carros e de bebidas, mas, principalmente, de monstros. Allison foi abandonada por sua mãe e treina...