Meu garoto

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- O que a senhora pretende fazer, magnânima? – Ahim perguntou.

Rádara se virou para o comandante, com olhos ferozes: - Matem todos.

O comandante estremeceu. Matar crianças e idosos famintos que nem casa tinham mais? Nem na guerra Tiger-leonina ele haviam matado crianças e idosos, a menos que precisasse para se defender. Mas ele sabia que rejeitar a ordem de Rádara seria como decretar a própria morte. Então ele se curvou e saiu.

- Que os deuses me perdoem. – O comandante murmurou, saindo do palácio.

~o~

Kursk se afastou do tio abruptamente e se virou para sair, mas Seth segurou seu pulso o impedindo.

- ME SOLTA!

- Calma, pequeno Kursk. – Seth disse.

Esse filho de uma... Quem ele pensa que é pra te chamar assim? Leviatã disse na mente de Kursk, enciumado pelo inimigo usar o apelido carinhoso com seu protegido que só ele deveria poder usar.

- Não me chame assim! – Kursk disse e puxou o braço pra longe do tio.

- Kursk você tem uma magia poderosa. Não pode deixar a raiva te dominar desse jeito. Imagino como você está se sentindo, apesar de ter que admitir que seus sentimentos por sua irm... – Seth disse e logo notou a besteira que estava falando, mas não pôde se corrigir.

- QUE DIABOS! RANIA NÃO É MINHA IRMÃ! – Kursk gritou e Carya que já estava se aproximando com Rodan lhe deu um olhar fulminante.

- Kursk! – Ela chamou a atenção dele. – Contenha-se.

- Filho, respire fundo e vamos conversar. – Rodan deu um passo à frente.

- Vou pegar uma poção calmante para você. Line sempre carrega algumas com ela. – Seth disse, compreensivo. – Vai ficar tudo bem, pequeno Kursk.

NÃO CHAME ELE ASSIM! Leviatã esqueceu de se manter o mais discreto possível na mente de Kursk e berrou ao mesmo tempo que seu protegido.

- NÃO ME CHAME ASSIM! – Kursk gritou e um lampejo de sua magia fez o lustre acima deles explodir. Ele se virou e saiu, expirando violentamente.

- KURSK! – Carya gritou furiosa, uma esfera de fogo formada em sua mão.

Rodan colocou uma mão em seu ombro. – Querida, deixe-o. Ele precisa de um tempo sozinho.

- Sim... Um tempo. – Seth estava com olhos arregalados, todo arrepiado.

- Seth? – Carya se virou sentindo o estado assombrado dele antes mesmo de vê-lo. – O que foi? Tudo isso por causa de um acesso de raiva do Kursk?

- Não. Não do Kursk. – Seth disse e estremeceu involuntariamente. – Carya... Acho que temos um grande problema.

~o~

- Oi. – Um homem, vestido como um dos Tiger da guarda pessoal de Carya o chamou. Ele não estava com paciência.

Cuidado, rapaz! Leviatã soprou na mente dele.

Kursk se virou com sua magia já começando a surgir, em parte porque ele achava que sua mãe havia mandado um guarda prendê-lo. Era extremo, mas Carya era rígida e ele nunca gritara com ninguém, muito menos com alguém mais velho, algo que sua mãe não tolerava. Ele não sabia como ela ia reagir. Mas em parte também era só porque ele queria descontar a raiva dele em alguém. Leviatã sempre presentia qualquer perigo, do mais bobo ao mais sério, e sempre o protegia deles. Mas, não desta vez. Antes que Kursk se virasse mais do que alguns centímetros, uma paulada em sua cabeça fez seus ouvidos zunirem. Ele caiu tonto e uma segunda paulada o fez perder a consciência.

Likastía IIOnde histórias criam vida. Descubra agora