Os treze do príncipe

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Kursk chegou nos portões da cidade cujo nome ele não lembrava. Os guardas estavam conversando com os treze leoninos feridos, tentando entender o que estava acontecendo. Kursk se sentia fraco, esgotado, mas manteve o porte altivo. Quando os guardas o viram, vieram em sua direção, esquecendo momentaneamente dos leoninos.

- Alteza? O que aconteceu com o senhor? – O que parecia o líder da guarda perguntou.

- Chame uma carruagem tamanho extra grande, com os mais rápidos cavalos. Preciso chegar em casa em uma hora, no máximo. – Kursk ordenou. – E tragam algo para comer. Rápido.

O guarda deu ordens para que tudo fosse providenciado. Em poucos minutos ele e os treze estavam dentro de uma carruagem correndo com ajuda de uma magia nas rodas e cavalos, geralmente usada pelos nobres para alcançar grandes distâncias mais rápido.

- Não se preocupem. Façam o que eu disse e vai ficar tudo bem. – Kursk disse e os treze, extremamente leais por tere sido salvos pelo príncipe Tiger, acenaram confirmando.

- Não quero parecer ingrato, alteza, mas não podemos nos apresentar assim perante a rainha. – Uma idosa sinalizou para ela e os outros, todos maltrapilhos, sujos de migalhas tamanha a fome que estavam quando comeram, feridos, com sangue coagulado e desgrenhados.

- Não se preocupem com isso. Minha mãe não tem essas besteiras. Além disso, é bom que ela veja como vocês estão. Depois, vocês têm minha palavra de que serão bem cuidados.

- Obigado, albeza. – Um garoto de pouco mais de 3 anos disse, o rostinho sujo de sangue, só na pele e osso.

Kursk sentiu a bile subir na garganta, com um misto de pena e revolta.

Você vai mesmo fazer aquilo? Levi perguntou.

Sim. Vale à pena. Depois eu resolvo o resto.

E se resolver ao mesmo tempo? Levi sugeriu.

Você tem uma ideia, não é?

Leviatã respondeu com uma gargalhada.

~o~

- Meu filho, achei que tivéssemos combinado que você descansaria por mais um tempo. – Devon disse, dando um abraço apertado no filho. – Você sabe que terá momentos difíceis pela frente.

- Não se preocupe. Estou bem. – Dreyfus disse, mas seu olhar suspeito era evidente.

- O que está acontecendo, Drey? – Devon perguntou, temendo a resposta.

- Não sei, pai. Me diz o senhor. O que está acontecendo?

- Drey, pensei que tivéssemos superado essa tensão entre nós depois do que conversamos sobre sua mãe. – Devon tentou evitar a temida conversa.

- Claro, claro. – Dreyfus pegou um copo de suco para Rania, fingindo distração. – Engraçado, não sabia que aquela serva da cozinha estava saindo com mais alguém além do Rodan.

- O que? – Devon disse confuso e um pouco enciumado. Drey sinalizou com a cabeça para onde Amara estava e Devon se virou abruptamente pra olhar. Só conseguiu ver a ponta enfeitada da cauda dela saindo do salão.

- Aquele nobre está levando ela pra algum lugar e ela não parece muito à vontade. Mas, claro, o senhor não se importa, não é, pai. – Drey disse com um olhar acusatório.

Devon nem se deu ao trabalho de responder, se virou e saiu apressado atrás dela.

- Idiota. – Drey resmungou. – Podia pelo menos disfarçar.

Likastía IIOnde histórias criam vida. Descubra agora