A Sociedade Sigilo

2 1 0
                                    


O corpo fantasmagórico de Leviatã se expandiu com um rugido assustador atrás de Kursk que se mantinha calmo e atento à qualquer micro movimento de Teira e Cronos. O ar ficou pesado e repentinamente frio, gélido, enquanto a sombra Leviatã tomava quase todo o ambiente do chão ao teto, parando a meio metro de Teira e Cronos. A magia multicolorida como um arco-íris era quente como um dia de primavera, uma dia não quente demais e nem de menos. Mas ela causava uma certa angústia em Levi e Kursk, como segurar um pedaço de ferro esquentando progressivamente na mão até se tornar insuportável. Isso impediu Levi de continuar aumentando sua forma e o poder mágico em Kursk, mas não os pararia para sempre. Não de acordo com seus planos.

- Vocês não vão pegar o cristal de Kallisti! – Cronos gritou e ergueu a espada azulada.

Kursk, atento, moveu a mão livre e enviou uma rajada de ar denso na direção de Cronos. Cronos firmou os pés mais ainda no chão e resistiu ao poder sufocante. Mesmo assim, seus pés se moveram alguns centímetros para trás.

- Vocês dois não têm poder para nos enfrentar. Saiam do caminho e prometo que os deixarei viver. – Kursk disse, mesmo Levi não gostando dessa ideia todas as vezes que ele mencionou.

- Kursk... – Teira lamentou. – Você poderia ter sido tão bom... Porque, meu querido? Desista. Deixe Seth tentar te ajudar a ignorar esse monstro. Não prometo uma cura porque nós sabemos que não há como separar vocês sem te matar. Você optou por isso. Mas tem como ignorar a má influência dele. Você é forte. Só precisa querer.

- AHAHAHA! Nossa! Levi tinha razão. Você é muito tola! – Kursk riu. – Não entendeu? Eu não quero abandonar meu parceiro, meu único e verdadeiro amigo que me deu tanto poder.

- Teira, não perca tempo. Sabemos que esse monstrinho não tem jeito. – Cronos disse.

Uma mão escura desceu da sombra de Levi no teto com a palma aberta. Em contato com a magia multicolorida, a mão foi perdendo sua forma e força, mas ainda desceu forte o bastante para acertar a cabeça de Cronos. Os pêlos atingidos caíram a partir da raiz, deixando o couro cabeludo exposto em forma de "u" no topo da cabeça. Cronos cerrou a mandíbula pra não gritar com a dor de cabeça no simples toque. Teira pensou em agir, mas o olhar rápido de Cronos a conteve. Kursk e Levi perceberam e decidiram atacar Teira primeiro, focando sua magia nela. Foi rápido. A magia amarelo-escuro de Kursk saiu de sua mão como um redemoinho tóxico enquanto Levi fazia sua escuridão fria descer como um manto da morte sobre o redemoinho, mesclando-o com uma energia negra mais poderosa. A alma obscura de Levi usando toda a raiva e a crueldade de sua existência para fortalecer a magia em Kursk seguiu em direção à Teira, mas a magia multicolorida agiu como uma barreira a protegendo. A magia de Kursk e Levi atingia a barreira num fluxo ininterrupto se desfazendo aos poucos, como sombras oscilando e perdendo a forma. A barreira não era tão forte. Eles já tinham percebido isso, afinal, precisava de Cronos e Teira para proteger o cristal lendário. Mas agora podiam sentir isso, conforme a atingiam. Só precisavam aguentar a dor semelhante a uma queimadura em suas mentes por tempo suficiente.

Cronos, sabendo que a barreira não aguentaria muito e tentando seguir o plano original, se preparou. A barreira multicolorida oscilou uma, duas, três vezes. Na quarta vez, com um sorriso sádico e vitorioso, Kursk deixou seu poder fluir um pouco mais, visando atingir Teira na cabeça, o que a mataria instantâneamente. A magia na frente de Teira se apagou e a de Kursk seguiu em frente impiedosamente. Um vulto tomou a frente de Teira. Cronos, mais alto, foi atingidou no tórax, na altura dos ombros, com a espada erguida tentando inutilmente se proteger. O grito ficou preso em sua garganta, o ar deixando seus pulmões. O local atingido perdeu os pelos imediatamente. A espada enferrujou em um tom esverdeado. Seu coração pareceu acelerar dolorosamente, um odor forte de podre atingiu suas narinas. Mas ele não saiu do lugar, absorvendo toda a magia enviada. Seu corpo foi movido para trás, ainda de pé, até atingir Teira levemente e se apoiar nela. Teira segurou-o pelos ombros e caiu quase sentada com ele nos braços.

Likastía IIOnde histórias criam vida. Descubra agora