Segredos expostos

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– Só pode ser sacanagem. Que porra é essa? – Carya soltou num misto de raiva e espanto.

Rodan nem teve presença de espírito para reclamar por ela estar xingando na frente do filho. Dessa vez até Seth queria xingar todos os palavrões que conhecia, mesmo não sendo muitos.

- Olá pra você também, bastarda ladra de trono. – Zedd disse com aquele sorrisinho que sempre deixava seus inimigos loucos para socar a cara dele.

- Eltar? Mas... Você morreu... Nós enterramos sua ossada, fizemos testes pra comprovar... – Carya dizia mais para si mesma do que para ele.

- Devo agradecer à vadia da Dag por isso. – Eltar sorriu, sua mão sutilmente se movendo para as costas. – Se ela não tivesse vindo para a floresta extravasar sua raiva pela estúpida da irmã, me encontrado pouco depois da besteira que fiz e me salvado às custas de muita magia de sangue, nunca teria sobrevivido.

- Enterramos algum parente próximo dele... Foi Dagmar quem fez os testes e "comprovou" que era ele. – Seth lembrou.

- Mas esse monstro só tem a nós como parentes próximos. – Carya disse, meio tonta.

- Ora, vamos. Com tantas meretrizes como amantes, acha mesmo que meu pai não teve outros filhos bastardos como vocês? Lógico que ele não iria reconhecer nenhum desses inferiores como filho, mas eu conheci vários. Não foi difícil dar um nome para Dagmar encontrar, sacrificar e manipular para que parecesse ser meus restos mortais. – Eltar riu. – Parece que ter filhos e largar por aí é um mal de família, não é, Kurskizinho. – Eltar piscou na direção dele.

- Não sei do que está falando! Eu só tive um filho, fruto de uma noite, mas a mãe acabou sofrendo um aborto e meu menino nem nasceu! Não sou igual a você e aquele rei maluco! – Kursk gritou e o sorriso no rosto de Eltar só o deixou mais furioso. Os guardas, no entanto, se mantinham como uma barreira na frente dele, impedindo-o de avançar.

- Claro, claro... Você é um santinho. – Eltar debochou, finalmente pegando a ponta do frasco nas costas.

- Bom, acho que vou ter que fazer o serviço direito e te matar, já que você é incompetente até pra isso. – Rodan ergueu o machado de guerra.

Eltar gargalhou ao mesmo tempo que jogava um frasco aos pés de Rodan. Kursk foi mais rápido, pulou acima da cabeça dos guardas, na frente dos pais e lançou um escudo mágico na frente dos pais e do tio, impedindo que a explosão os afetasse. Mas, como consequência, a presença de Leviatã era nítida até para Rodan que não tinha magia. Os olhos de Kursk estavam um de cada cor: um com o amarelo comum dos Tiger e outro vermelho quase incandescente. Até mesmo a expressão de metade de seu rosto era idêntica à de Leviatã, enquanto a outra metada era a de um Kursk furioso. Aquilo era, no mínimo, bizarro. Carya, digna da impaciência e da fúria que parecia correr no sangue dos filhos de Tigresius, deixou as chamas de Éris formarem um ataque como uma lança pontiaguda, atravessando o escudo de Kursk e quase acertando Eltar, mas ele agilmente pulo para o lado.

- Ficou lerda com o passar dos anos, irmãzinha. Enquanto eu só me tornei mais forte! – Eltar gritou.

O cajado de Seth brilhou, pronto para atacar, Rodan deu um passo à frente, mas o olhar de Carya para eles os manteve no lugar.

- Não se atrevam a interferir! – Carya disse com aquele olhar assassino de gelar a alma. – Eu vou dar uma lição nesse filho de mil pais por se meter com meus filhos!

- Sério? A mimadinha e amante escandalosa do leonino nojento ou o acolhido por pena e que anda por aí carregando o pior ser vivo que já pisou nesta terra? – Eltar desviou de mais dois ataques, um deles queimando a ponta da cauda que ele usava como prótese, apesar de nem parecer uma prótese.

Likastía IIOnde histórias criam vida. Descubra agora